Alexander
Quando Benjamin me contou a brilhante ideia de Emily de levar Evelyn para uma entrevista de emprego, fiquei irado. Ela não precisa disso. Eu sou responsável por suas despesas. Sou responsável por ela.
Mas foi quando ela começou a ignorar minhas ligações que algo dentro de mim explodiu. Eu queria sair dali correr até essa tal galeria, jogá-la sobre meu ombro e levá-la para casa.
Um sorriso brincou em meus lábios.
— Não seria má ideia
Murmurei para mim mesmo.
Enviei algumas mensagens, cancelei compromissos e peguei minhas chaves. Assim que abri a porta do escritório, lá estava ela.
Linda.
Os cabelos soltos, a maquiagem sutil… Mas o que realmente chamou minha atenção foi seu vestido. De alças finas, o decote evidenciava seu busto volumoso. O tecido descia colado ao corpo, destacando cada curva. Evelyn era cheia nos lugares certos.
Não era o meu tipo de mulher.
Mas, droga, ela estava linda. E isso me irritou. Não deveria, mas irritou.
— Boa tarde, senhor Sterling.
Senti o medo em sua voz.
— Por que rejeitou minhas ligações?
Falei firme, meu olhar duro sobre ela.
Queria que soubesse que eu não tinha gostado do que fez.
— Estava no meio de uma conversa, não pude atender.
Seu tom mudou. O medo sumiu.
— Conversa? Uma simples conversa te impediu de me atender?
Evelyn cruzou os braços, e seus seios quase saltaram para fora. Eu odiava aquele vestido.
— Não era uma simples conversa, Alexander. Era uma entrevista de emprego.
Ela bufou.
— E gostaria de lembrá-lo: aceitei sua ajuda e sou grata por ela. Mas você não manda em mim.
Soltei uma risada seca, sem humor.
— A questão aqui não é mandar, Evelyn. É sobre conversarmos antes. Você está sob minha responsabilidade. Não precisa trabalhar. Ou está te faltando algo e eu não sei?
Vi algo brilhar em seus olhos, mas não consegui identificar o que era. Então, ela disparou:
— Quer saber, Alexander Sterling?
Descruzou os braços, se aproximando.
— Você está certo. Estou sob sua responsabilidade! O que significa que isso logo vai mudar e eu NÃO serei MAIS sua responsabilidade!
Ela chegou ainda mais perto.
— Quer saber o que me falta? Tudo! Me falta o Brandon, minha casa, meus amigos… A minha vida!
Parou na minha frente, a voz carregada de dor.
— E não me venha com essa de “conversar sobre”. Você proibiu todo mundo de falar comigo sobre Brandon! Você me evita! Chega quando estou dormindo e sai antes de eu acordar!
Ela jogou as mãos para o alto, frustrada.
— Quer saber, Sterling? Para mim, já deu.
Evelyn virou-se para sair.
Por um instante, pensei que fosse o melhor.
Ela quer a vida dela de volta.
E eu quero a minha.
Uma vida onde ela não ocupa meus pensamentos vinte e quatro horas por dia. Onde meu foco é meu trabalho. Onde posso, finalmente, desfazer a merda que Brandon me deixou antes de morrer.
Passei a mão no rosto, tentando aliviar a frustração.
Mas foi inútil.
A frustração só iria embora depois que eu a trouxesse de volta.
Quando percebi, já estava indo atrás dela.
Cheguei ao elevador e lá estava ela, irritada. A porta só abria com autorização.
Me aproximei sem dizer nada, coloquei minha digital e a porta se abriu. Entrei, e ela me seguiu, ficando ao meu lado sem olhar para mim, sem dizer uma única palavra.
Apertei o botão para o subsolo. O tempo parecia se arrastar até que, finalmente, o elevador parou e as portas se abriram.
— Aonde vamos?
Perguntou, ainda com aquele tom irritado.
— Ainda não almocei, e acredito que você também não.
Respondi e continuei caminhando, mas percebi que ela não me seguiu. Olhei para trás.
Evelyn estava parada, de braços cruzados, batendo o pé no chão.
É… Ela claramente ainda estava irritada.
— Não vou a lugar nenhum com você. Vim com a Emily, e Lucas está nos esperando.
— Já dispensei Lucas e avisei Benjamin que você está comigo.
Assim que terminei de falar, me virei e escutei o som de seus saltos me seguindo.
Quando chegamos ao meu carro, ela arqueou a sobrancelha.
— O que foi?
Perguntei, já imaginando a resposta.
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