Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 11

Evelyn

Estava feliz por Alexander ter me trazido até aqui. Isso mostra que talvez ele se importe. Mas assim que entrei, tudo neste lugar me atingiu. Achei que estava pronta para dizer adeus. Pensei que, depois de duas semanas...

— Com licença — disse a todos, já segurando as lágrimas, e corri escada acima.

Quando cheguei ao andar de cima, entrei no antigo quarto de Brandon, fechei a porta atrás de mim e deslizei as costas por ela, abraçando os joelhos.

Me enganei... Acreditei que poderia enfrentar essas lembranças sem desmoronar. Mas quando, o cheiro dele me envolveu, como se Brandon ainda estivesse ali. Os porta-retratos me encaravam, testemunhas silenciosas do que foi e nunca mais será. O peso desse lugar caiu sobre mim como uma onda implacável, me puxando para o fundo.

Como pude achar que estava pronta? A verdade veio como uma lâmina fria cortando minha pele. A dor ainda está aqui, crua e latejante, pulsando como um ferimento aberto que se recusa a cicatrizar....

Comecei a sentir minha respiração entrecortada. Mordi o lábio na intenção de sufocar o soluço.

“Eu estava muito errada. Não estou pronta para seguir em frente.”

“Ainda dói. E dói demais.”

Não sei como viver sem Brandon. Na verdade, acho que nunca saberei.

Deitei-me no chão, tentando me agarrar a qualquer lembrança do presente. Brandon se foi, mas eu tinha Susan, Robert, Abby, Tom... Os soluços vieram, e já não conseguia mais controlá-los. Joguei minha mente em Amélia, Emy, Jack, Lucas, Ben... Eu também os tinha agora, sabia disso. Mas nada, nenhum deles era capaz de me tirar daquele momento.

“Oh, meu Deus. As fases do luto. Só se passaram duas semanas, e eu nem enfrentei todas elas.”

Decidi ceder... Cedi à dor, ao desespero...

“Por favor, Deus, nós já passamos por isso antes, quando o Senhor levou meus pais.”

Tudo desmoronou com essa lembrança, pois, na dor deles, Ele me deu Brandon. E agora... Agora me tirou ele também.

Eu estava arrasada no chão, sem controlar meu choro, meu desespero. Nem mesmo ouvi Alexander entrar no quarto. Só percebi sua presença quando ele me puxou para seu colo.

Sem pensar, busquei abrigo nele. Meus braços o envolveram num reflexo desesperado, minha testa encontrou seu peito firme, e minhas mãos se fecharam em sua camisa, como se segurá-lo fosse o suficiente para me manter inteira.

Não devia fazer isso, eu sei. Alexander me via como uma responsabilidade, como um negócio inacabado que Brandon deixou para trás ao morrer. Mas, de alguma forma, nas últimas duas semanas, ele tem sido o único que me mantém na realidade, que consegue me ancorar.

Ficamos ali, eu aninhada a ele. E ele... No absoluto silêncio.

Não sei quanto tempo passou até que ele decidiu falar:

— Desceremos quando estiver pronta.

Assenti com um menear de cabeça, mas ainda me mantive ali.

Depois de alguns minutos, levantei o rosto para encontrar seus olhos. Alexander sempre escondia suas emoções atrás de uma máscara impassível, e eu nunca tinha certeza do que ele estava sentindo. Mas hoje… foi diferente. Quando nossos olhares se cruzaram, senti um choque estranho, como se ele atravessasse todas as minhas barreiras e enxergasse além do que eu mesma conseguia ver. Pela primeira vez, não me senti sozinha dentro da minha própria dor. E, desde que nos conhecemos, nesse momento tive certeza de que ele estava me vendo.

— Estou pronta.

Minha voz saiu em um sussurro.

Alexander fez algo que eu jamais imaginei que veria. Ele beijou minha testa. Fechei os olhos e deixei que uma última lágrima escorresse. Seu beijo foi suave, como uma lembrança silenciosa de que ele estava ali. Para mim…

Um arrepio percorreu meu corpo, e suspirei em resposta. Ele se afastou e, sem dizer nada, me ajudou a levantar.

— Descerei para avisá-los que está bem. Te espero lá embaixo.

Assenti levemente. Antes de sair, ele passou o polegar pelo meu rosto, beijou minha testa mais uma vez e então deixou o quarto.

Fui até o banheiro e encarei meu reflexo no espelho. Lavei o rosto e abri uma das gavetas onde sempre deixava minhas maquiagens. Tentei ficar o mais apresentável possível. Depois daquele surto, não fazia ideia de como encarar os Anderson, e muito menos Alexander.

Saí do banheiro e fui até o armário onde sempre deixava algumas roupas. Os pais de Brandon iam para Boerne com mais frequência do que nós vínhamos para cá. Mas sempre tinha peças de roupa minha por aqui. Brandon não gostava de voltar, dizia que só vinha a Houston porque precisava trabalhar.

Assim que peguei um vestido esquecido ali, uma pequena caixa caiu. O material parecia madeira Buloke, e a fechadura exigia uma combinação de números e letras.

A devolvi ao lugar. Provavelmente era de Brandon. E, para estar escondida no meio das minhas coisas, trancada desse jeito… significava que deveria permanecer onde estava.

Desde a invasão em minha casa, um sentimento incômodo vinha me assombrando.

Dúvida.

Sobre se eu realmente conhecia Brandon. Mas eu não tinha coragem de dizer isso em voz alta. Preferia guardar para mim. Porque, no instante em que verbalizasse… as dúvidas se transformariam em convicções. E talvez… fosse melhor não saber.

Voltei ao banheiro, tirei o vestido de Emily e vesti o meu.

— Melhor assim.

Murmurei para meu reflexo no espelho.

Saí do quarto e desci para a sala, onde todos me aguardavam.

— Querida.

Susan foi a primeira a se aproximar.

— Como está se sentindo?

Sua voz carregava preocupação.

Olhei para Alexander. Ele me observava atentamente, e, com um leve sorriso, voltei minha atenção para Susan.

— Melhor agora, obrigada.

Peguei suas mãos.

— E me desculpe por isso…

Soltei o ar, percebendo que o segurava sem notar.

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