Jordan
Saí do quarto da Evelyn rindo à toa. Os últimos dias foram um turbilhão: tiroteio, arrumei um namorado, encontrei meu irmão e, pra fechar com chave de ouro, vou ser tia!
Ah, e amanhã... faço dezoito anos.
Quando cheguei na sala, ela estava vazia. Segui até a cozinha e encontrei Amélia e Lucas conversando.
— Boa noite!
— A minha pequena! — Amélia disse, vindo em minha direção. — Vai querer sua torta agora ou vai esperar seu irmão?
— Acho que o Alex está bem ocupado com a Evie agora. — Lucas e eu rimos, mas Amélia nos lançou um olhar repreensor.
— Mas eu aceito a torta, Amélia.
Ela me deu um beijo e foi pegar um pedaço. Mas eu estava inquieta. Olhava para trás, esperando que ele aparecesse, e... nada.
— Tá procurando o Jack? — Amélia perguntou.
— Ele disse pra onde foi? — perguntei, tentando parecer indiferente.
Até que Lucas abriu a boca:
— O Ben foi pra casa. Jack recebeu uma ligação e saiu depois.
Amélia o fulminou com os olhos — provavelmente porque viu minha expressão mudar.
— Vou comer no meu quarto e depois tomar um banho.
Amélia segurou minha mão.
— Jack deve voltar em breve, querida.
— Tá tranquilo. — Sorri para ela, desejei boa noite e fui para o quarto.
Assim que entrei, me sentei em frente ao notebook que ele me deu de presente e levei um pedaço da torta à boca.
— Não faça isso, Jordan — murmurei. — Ele te prometeu, lembra?
A vontade de rastreá-lo, saber onde estava… estava me consumindo. Mas eu resisti.
Tomei banho, lavei o cabelo e deixei a água escorrer, tentando acalmar essa insegurança que insiste em morar dentro de mim.
Jack podia ter quem quisesse: Abigail, Cassie ou uma daquelas cretinas da academia...
Lembrei do nosso beijo de horas atrás.
Não só mexeu comigo... me abalou inteira.
A forma como sua boca encontrou a minha, sua língua invadindo a minha... sua mão em mim...
Fechei os olhos e comecei a reviver cada detalhe.
Eu nunca tinha sentido nada assim.
Nunca me senti desejada de verdade.
Um frio percorreu minha barriga, mesmo sob a água quente. E algo dentro de mim...
Aquele calor entre as pernas, aquela tensão...
Era desejo.
Era ele.
Enfiei a cabeça debaixo do chuveiro, tentando voltar à realidade.
Me acalmei, desliguei a água e me enrolei na toalha. Fiquei me encarando no espelho. Olhei o relógio — faltavam dois minutos para a meia-noite.
Peguei o creme que a Evie comprou pra mim. Apliquei com cuidado. Quando terminei, a cicatriz era quase imperceptível.
Sorri diante do espelho.
Coloquei o cabelo atrás da orelha.
Ela ainda estava ali — eu sabia. Mas agora… só chegando muito perto pra ver.
Apertei a toalha no corpo. Olhei novamente o relógio. Meia-noite.
— Parabéns pra mim — murmurei.
Saí do banheiro…
E lá estava ele.
Sentado aos pés da cama, de frente pra porta.
Sem camisa.
Cabelo molhado.
Olhos cravados nos meus.
— Achei que teria que arrombar a porta, do tanto que demorou — disse ele, com aquele sorriso que desmonta qualquer argumento.
Revirei os olhos e fui em direção ao closet, mas ele foi mais rápido. Me puxou.
— Jackson! — exclamei. — O que está fazendo?
— Primeiro... vou te dar parabéns.
E antes que eu dissesse qualquer coisa, sua boca tomou a minha.
Seu beijo veio com tudo.
Com o gosto da saudade das últimas horas, com a fome de quem queria mais, com o desespero de quem não quer mais perder.
Seus braços me prenderam com firmeza pela cintura, colando nossos corpos. Sua língua invadiu minha boca com um domínio que só ele tinha.
E eu… simplesmente cedi.
Minha toalha ficou entre nós, mas era como se já não existisse.
Minhas mãos foram parar em seus ombros, depois em seu cabelo ainda úmido.
Ele desceu os lábios para o meu pescoço, e um arrepio percorreu meu corpo inteiro.
— Feliz aniversário, marrenta — ele murmurou, com a voz rouca.
— Você vai me dar um presente? — provoquei, com a respiração entrecortada.
— Já te dei. Mas se quiser mais… é só pedir.
Meus olhos encontraram os dele.
E, naquele momento…
— Você é perfeita — ele murmurou, antes de descer novamente com beijos por toda a extensão do meu corpo.
E então, sua mão deslizou entre minhas pernas, primeiro só encostando, como se estivesse mapeando um território sagrado. Eu arfei. Meu quadril se moveu por instinto.
— Sente isso? — sussurrou contra minha barriga. — Isso é o seu corpo dizendo “sim”, Marrenta. É o seu corpo falando comigo. E eu escuto cada parte dele.
A ponta de seus dedos encontrou meu centro, e quando deslizou devagar… eu me perdi. Uma onda quente tomou conta de mim. Era intenso, assustador, incontrolável.
Meus quadris se moveram novamente, buscando mais.
— Isso, amor… sente. Deixa vir. Sem medo. — A voz dele agora era um sussurro rouco, e seus olhos nunca deixavam os meus.
Ele foi explorando com cuidado, aumentando a intensidade, até que meus olhos se fecharam por reflexo e um gemido escapou da minha boca. O som pareceu acendê-lo ainda mais.
Sua boca voltou a tomar a minha, abafando meus suspiros enquanto ele continuava ali, entre minhas pernas, me ensinando a sentir. Me guiando por um caminho que eu nunca imaginei.
Meus dedos se agarraram aos seus ombros. Eu me sentia quente, cheia, viva. E quando pensei que não dava mais, quando a tensão subiu até o limite…
— Jackson… — foi tudo o que consegui dizer.
— Eu tô aqui. — respondeu firme. — Vem comigo, Marrenta.
E foi o que aconteceu.
Meu corpo inteiro estremeceu sob o dele, as pernas tremiam, a respiração descompassada… e, pela primeira vez na vida, eu descobri o que era prazer de verdade. Não o prazer dos outros. O meu.
Jackson me abraçou com força enquanto eu desabava em seus braços, ofegante, entregue. Ele beijava meu rosto, minhas têmporas, sussurrando palavras doces que eu mal consegui ouvir.
Mas senti.
Senti tudo.
E o que mais me assustava… era que, mesmo depois de tudo aquilo, eu ainda queria mais dele. Muito mais.
Jackson me puxou para cima de seu peito, me ajeitando ali como se eu fosse feita para caber exatamente naquele espaço. Sua mão acariciava minhas costas com delicadeza, como se ainda estivesse tentando me acalmar — ou talvez só prolongar aquele momento.
Eu sentia o coração dele batendo acelerado sob meu rosto, e aquilo me trouxe uma paz que eu não sabia que precisava. Nenhum silêncio havia sido tão confortável antes.
Ele não disse nada.
Nem precisava.
Estava tudo ali, no jeito como me segurava, no calor do seu corpo, na forma como não parava de me tocar mesmo depois de tudo.
Fechei os olhos, ainda tentando entender o que tinha acabado de acontecer comigo. Ainda tentando entender a mim mesma. Meu corpo ainda vibrava com o que ele me fez sentir. Mas mais do que isso… havia algo mais profundo. Algo que ia além do desejo.
Era a segurança.
Era o carinho.
Era ele.
Jackson não era só um homem. Era o primeiro que viu quem eu era por dentro. E mesmo assim… quis ficar.
Deslizei meus dedos pela pele quente do seu ombro e sorri sozinha, com a bochecha ainda colada ao seu peito.
Se um dia eu tiver mesmo um lar… quero que ele tenha o cheiro dele. A calma dele. E esse coração que b**e como abrigo.
Feliz aniversário pra mim.
Porque hoje… pela primeira vez…
Eu me senti viva de verdade.

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