Evelyn
Brandon está vivo.
Agora, isso é tão certo quanto respirar.
Hoje fazem três dias desde aquela ligação.
Naquele dia… eu surtei.
Mas o Alex — sempre ele — conseguiu me tirar da minha própria escuridão.
Me provando, mais uma vez, que ele foi a melhor escolha da minha vida.
As coisas por aqui andam tensas.
A equipe já chegou, mas Alexander não nos permite sair.
Foi uma briga daquelas…
Entre eu e esse homem irritante que amo mais que tudo.
Até ele permitir que fôssemos até as lojas do hotel comprar roupas para a Jordan.
Falando nela...
Minha menina está radiante.
Me contou sobre sua primeira vez com o Jackson, e está transbordando felicidade.
Fui tirada dos meus devaneios, quando senti um braço forte, quente, me puxando.
Mas mantive os olhos fechados.
Desde ontem à noite venho sentindo meu estômago revirar.
Passei praticamente a noite inteira em claro.
— Bom dia — Alexander sussurrou em meu ouvido.
— Bom dia, amor.
Ele beijou meu pescoço, roçou o nariz por ali e desceu até os ombros.
Me encostei mais nele, já sentindo seu membro rijo.
Sabia que aquilo era mais que uma ereção matinal.
Era ele. Pronto pra mim.
E eu não resisti.
Nos braços do Alexander…
Eu esqueço de tudo.
Não há mal-estar.
Não há problemas.
Muito menos Brandon.
Só nós dois.
Sempre nós dois.
Depois de nos perdermos um no outro, fomos tomar banho.
Alex saiu primeiro, e eu fiquei mais um tempo ali…
Aproveitando a água quente relaxando meu corpo inteiro.
Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e fui em direção à porta.
Mas antes de atravessar…
Senti o estômago revirar de novo.
Segurei no batente, coloquei a mão sobre a boca e respirei fundo.
Fiquei ali parada por alguns segundos, os olhos fechados, esperando o mal-estar passar.
— Evie, o que houve?
Abri os olhos e encontrei os dele me encarando com preocupação.
— Não foi nada… só um mal-estar.
— Tem certeza? — a voz dele carregava aquela tensão que só ele sabe demonstrar.
— Tenho — forcei um sorriso, tentando convencê-lo.
Mas Alexander me conhecia bem demais pra cair nessa.
Batidas na porta nos interromperam.
Como todas as vezes desde que chegamos, ele mandou que eu ficasse onde estava, pegou a arma e foi verificar.
Era só o serviço de quarto trazendo o café da manhã.
Me troquei e fui ao encontro dele.
Mas… as náuseas não me permitiram nem tomar um suco.
A porta se abriu, revelando Jordan e Jackson.
— Bom dia — Jordan disse, indo até Alex e o beijando.
Era lindo ver esses dois juntos. Principalmente quando lembramos do histórico deles.
Um ceifador… e uma marrenta.
— Bom dia, cunhado! Quer um beijinho meu também? — Jackson brincou, mas recebeu em troca um daqueles olhares dos irmãos.
Levantou as mãos em rendição.
Ele se sentou e puxou Jordan para o colo.
Claro que Alexander não ia deixar barato.
— Sabe, Reynolds, já me irrita saber que você dorme na mesma cama que minha irmã.
Mas ficar com ela no colo, bem na minha frente… — Alex se inclinou levemente sobre a mesa. — Acho que você não vai querer saber o sentimento que isso me causa.
As palavras saíram naquele tom CEO implacável.
Mas Jack não teve tempo de responder — ouvimos a porta abrir. Era Benjamin.
— Bom dia! Nem me esperaram pro café? — disse ele, depois foi até Jordan e beijou sua cabeça.
Suspirei com a cena.
Todos já gostavam da Jo.
Mas depois que descobriram que ela era a “pequena Sophia”, o carinho só aumentou.
E ela tem recebido todo esse afeto de bom grado.
— Bom dia, pequena. Conseguiu ver o que te pedi? — ele perguntou, se sentando ao lado dela.
— Sim. Todos aqueles números são de celulares descartáveis.
— Vamos ter que tentar de outra forma — disse ele, tomando um gole de suco, antes de se dirigir ao Alex:
— Mancini retornou seu contato. Disse que haverá uma festa amanhã à noite, e convidou você e toda a equipe.
— Não sei se é uma boa ideia — Jackson comentou.
— Brandon não é estúpido. Ele sabe que Enzo está atrás dele.
A simples menção ao nome Brandon revirou ainda mais o meu estômago.
A náusea veio de repente, junto com uma necessidade urgente de correr ao banheiro.
— Me dão licença — disse, já me levantando.
Assim que me ajoelhei diante do vaso sanitário, veio tudo pra fora.
As coisas que comi ontem… e talvez até as que só pensei em comer hoje.
Senti uma mão puxar meu cabelo para trás, mas nem consegui olhar.
Debrucei ali, respirando com dificuldade.
Alexander se agachou ao meu lado, beijou minha têmpora.
— Vou chamar um médico pra te examinar.
Virei a cabeça devagar até encontrar seus olhos.
— Não precisa. São só náuseas. Alguma coisa que comi ontem não caiu bem.
— Não acho que seja só isso.
— Chefe — disse ele, se aproximando.
Chen não era nada do que eu imaginava.
Descobri que também foi Ranger, e que Alexander salvou sua vida no Catar.
Os pais dele eram chineses, e se mudaram pros Estados Unidos assim que se casaram.
Ele parecia com o Lee Je Hoon, só que mais bombado… e cheio de tatuagens.
Jordan se envolveu na conversa, e foi quando senti…
Aquela sensação.
Como se alguém estivesse me observando.
Olhei ao redor, até que meus olhos encontraram um homem do outro lado da rua.
Boné. Óculos escuros.
Devia estar fazendo uns quarenta graus…
Mas ele usava uma jaqueta de couro.
Não percebi que a conversa havia terminado.
Alexander já estava me chamando.
— O que disse? — perguntei, voltando o olhar pra ele.
— Perguntei qual o problema. Você apertou minha mão.
Só então olhei pra nossas mãos — estavam entrelaçadas.
Eu nem tinha percebido que o apertava.
— Desculpa… Me distraí.
Alexander seguiu meu olhar.
Mas o homem já tinha desaparecido.
Seguimos nosso caminho e, como Jo e eu combinamos, comprei meus remédios… e ela, o teste.
Graças a Deus, Alex não desconfiou de nada.
Assim que voltamos para o hotel, Alexander saiu com os meninos como sempre, e deixou Owen conosco, no quarto.
Jo e eu fomos direto para o banheiro.
Peguei o exame nas mãos e começamos a ler as instruções.
Nunca fiz um desses.
Sempre tomei anticoncepcional quando estava com Brandon.
E, quando decidi parar, ele quase não ficava em casa.
E quando ficava… raramente me tocava.
— Tá… agora vai lá fazer o que tem que fazer — disse Jordan.
Ela estava quase tão nervosa quanto eu.
Fiz tudo como mandava na embalagem.
E então… ficamos as duas encarando a caneta como se ela fosse uma bomba prestes a explodir.
Cinco minutos.
E as fitas começaram a aparecer.
Uma… era negativo.
Duas… positivo.
Foi aí que o resultado se revelou.
Peguei a caneta nas mãos e fiquei parada, olhando pra ela.
Meus olhos encontraram os da Jordan, e então ela soltou:
— Puta merda.
E foram essas palavras que ouvimos… antes de um estrondo alto ecoar vindo da sala.

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