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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 12

Alexander

Eu não sabia que merda eu estava fazendo. O que exatamente foi aquilo? Ela sair me incomoda, um vestido me irrita, um choro dela me dilacera. Saber que ela ainda ama Brandon, então… me faz querer abrir a caixa preta da vida dele, só para que esse amor se transforme em ódio! Mas por quê? Esse não sou eu.

Mulheres, para mim, sempre foram apenas prazer. Casuais, descartáveis. E, de preferência… modelos ou garotas ricas e mimadas, que se satisfazem com uma joia, uma bolsa ou um vestido de marca e nunca esperam por um telefonema depois.

Não sou o tipo que leva para jantares, compra flores ou vai ao cinema. Nem na adolescência fui assim. Entrei no exército aos 17 anos, enquanto outros caras buscavam um ‘amor’. Eu buscava diversão. E, quando saí de lá, busquei poder. Consegui. Porque nunca me permiti distrações. Relacionamentos nos tiram do foco, limitam nossos objetivos. Tenho 29 anos e sou um dos homens mais bem-sucedidos de Houston. Conhecido no país inteiro. No mundo.

Evelyn é o completo oposto de tudo que sou. De tudo que preciso.

Então que merda é essa?

A raiva brotou dentro de mim, e, sem pensar, desferi um soco contra o box, quebrando-o no mesmo instante. Estilhaços voaram por toda parte, e o sangue escorreu entre meus dedos imediatamente. Mas não foi isso que chamou minha atenção , e sim a porta se abrindo bruscamente e uma espantada Evelyn entrando.

— Alexander?! — A preocupação era evidente em sua voz. O vapor no banheiro nublava ligeiramente minha visão, mas quando encontrei seus olhos... vi medo. Seria medo de mim?

Sem aviso, ela se aproximou. Ao notar o sangue, virou-se rapidamente para pegar uma toalha. Meus olhos estavam presos nela, em cada movimento. Eu não conseguia falar. Parecia que tinha desaprendido como se fazia.

— O que houve?

Perguntou, envolvendo a toalha em minha mão. Seu braço roçou no meu, sem querer, e… meu corpo reagiu.

Droga.

Ainda bem que ela estava focada no meu ferimento e não na minha nudez, porque seria difícil explicar. Mas então... ela pareceu ler minha mente. Seus olhos percorreram meu corpo, e um lindo tom rosado subiu por suas bochechas, descendo pelo pescoço.

— Desculpe!

Ela se virou apressadamente, dando-me as costas. Isso não ajudou em nada. O pequeno short que vestia me proporcionava uma visão perfeita de sua bunda.

Sem se virar, ela estendeu outra toalha para que eu me cobrisse.

Desliguei o chuveiro e me enrolei nela.

— Pode se virar.

Minha voz saiu firme. Meu corpo já havia me traído. Não permitiria que minha voz fizesse o mesmo.

Ela se virou e deu um passo em minha direção, mas hesitou.

— Acho melhor você se trocar e chamarmos Lucas para levá-lo ao médico. Não entendo muito bem, mas, pela quantidade de sangue, acho que você precisa de pontos.

Sorri por sua preocupação comigo.

— Já tive machucados piores. Não preciso de um médico, só de um curativo.

Segui para o quarto, e ela veio atrás de mim.

— Eu acredito em você sobre os machucados .

Disse, apontando para minha mão.

Mas não acredito que esse sangramento vá cessar com um simples curativo.

Olhei para a toalha, antes branca, agora vermelha.

— Já disse que estou bem.

Entrei no closet para me trocar. Dessa vez, ela não me seguiu. Melhor assim.

Coloquei uma calça de dormir com alguma dificuldade, considerando o estado da minha mão. Peguei o kit de primeiros socorros no armário e voltei ao quarto. Evelyn estava sentada na beirada da cama. Quando me viu, levantou-se e veio até mim.

— Me deixe ajudá-lo.

Assenti e nos sentamos juntos. Ela tirou a toalha com cuidado, revelando os cacos de vidro ainda presos nos meus dedos.

— Isso não parece nada bom.

Franziu a testa, e eu sorri de novo. Eu já estava começando a me sentir um idiota por causa disso.

— É sério, Alexander. Isso não vai melhorar com um simples curativo.

Ela se levantou e foi até o closet. Quando voltou, trazia uma camiseta minha nas mãos. Se aproximou e a passou pelo meu pescoço.

— O que está fazendo?

Ela arqueou a sobrancelha, como quem dizia: Não é óbvio?

— Evelyn, já disse que não vou a lugar nenhum.

Sem aviso, puxou meu braço machucado pela manga. Sua atitude me pegou tão desprevenido que, por um instante, não reagi.

— Por que vocês, homens, são tão teimosos?

Por mais que fosse uma pergunta, ela não esperava resposta. E só de pensar que talvez estivesse me comparando a Brandon, decidi não responder mesmo. Isso me irritava ao extremo.

— Pronto.

Ela enrolou a toalha em minha mão outra vez.

— Vamos.

Não era um pedido. Era uma ordem.

Levantei-me, mas, quando reparei em sua roupa, chamei sua atenção.

— Você vai assim?

O caminho até o hospital foi rápido. O fluxo de carros era tranquilo nesse horário. Assim que chegamos, Evelyn entrou comigo e tomou as rédeas da situação. Em poucos minutos, já estávamos em uma sala de emergência para a sutura.

O médico entrou, e vi seus olhos percorrerem o corpo de Evelyn.

Filho da puta.

Fechei a cara e o encarei. Ele, sem graça, disfarçou e fez o seu trabalho.

Menos de uma hora depois, tudo estava resolvido. Voltamos para casa, e o idiota do médico — que não conseguia tirar os olhos de Evelyn — me deu uma medicação que quase me impedia de ficar de pé.

Ela e Lucas me ajudaram a ir do carro até a cama.

Amélia já tinha limpado o banheiro e trocado os lençóis sujos de sangue. Essa brincadeira me custou três cortes profundos nos nós dos dedos, o que resultou em cinco pontos em cada. Além disso, dois dedos cortados, com três pontos em cada um.

Evelyn terminou de me ajeitar, apagou a luz e, como sempre, deitou-se ao meu lado.

Não éramos um casal. Nem amigos. Mas dormíamos juntos todas as noites. No primeiro dia, a coloquei aqui por impulso. Depois... a mantive por necessidade.

— Por que você fez isso?

A pergunta dela me tirou dos meus pensamentos.

— Fiz o quê?

Ela se virou de lado, apoiando-se em um dos cotovelos, e me encarou.

— Esmurrou o box. Eu escutei o barulho e sabia que tinha sido isso.

Eu não queria responder.

Não queria dizer o que andava passando na minha cabeça.

Tudo isso era novo para mim. Qualquer coisa relacionada a sentimentos, paixão, amor...

Mas para ela, não.

Ela já amava alguém.

E esse alguém não era eu.

— Picos de estresse.

Respondi, de forma direta.

Ela estreitou os olhos para mim, mas não insistiu. Deitou-se de costas, e, sem pensar, a puxei, encaixando-a em meu peito, com minha mão machucada envolvendo sua cintura. Ela soltou um gritinho de surpresa, e eu fechei os olhos. Se ela questionasse qualquer coisa, eu colocaria a culpa na medicação. Mas ela não questionou. Pelo contrário, se aninhou em mim e respirou fundo.

Naquele instante, minhas dúvidas se dissiparam, e eu tive a certeza: Eu quero ela para mim.

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