Jordan
Não tive tempo de curtir a notícia de que a Evie está grávida.
Porque o caos…
nos atingiu em cheio.
Mas, mesmo em meio à confusão, algo bom aconteceu.
Rosario.
Minha mãe de coração apareceu.
E como sempre, disposta a chutar alguns traseiros, até o do Ben.
Só que um dos cretinos que nos atacou… a atingiu.
E agora ela está sangrando.
— Cadê ele? — perguntei, irritada com a demora.
— Acabei de falar com ele. Estavam em patrulha pequena… leva um tempo pra chegar.
— Estou bem, mi hija. Sabe que é preciso mais que isso pra me derrubar.
Rosario respondeu com aquele sorriso encorajador que eu conheço desde que era menina.
Ela tinha só vinte e dois anos quando aceitou cuidar de mim.
O irmão dela foi morto por bandidos, e Brandon a ajudou a se vingar.
Em troca… ela cuidou de mim como uma verdadeira mãe.
Quando fomos separadas, há cinco anos, ela ainda conseguiu me ver escondida algumas vezes, com a ajuda do Hugo.
Mas depois que ele foi embora… perdi os dois de vez.
— Desculpe pela demora — disse Andrew, entrando com o kit de primeiros socorros nas mãos.
Ele se aproximou da Rosario, com aquele sorrisinho simpático.
— E essa deve ser a corajosa Rosario.
A mulher que cuidou da nossa pequena Jo.
Andrew sempre foi gentil…
Mas o Jackson jura que isso não é simpatia.
É “pose de conquistador”.
— Hum... ¿y quién eres tú, chico guapo? — Rosario disse, encarando Andrew com charme.
Mas antes que ele respondesse, Benjamin cortou seco:
— Esse é o Andrew.
O cara que veio aqui pra tratar do seu ferimento, não pra te encantar.
O tom dele foi ácido.
E todo mundo percebeu.
Andrew levantou as mãos em rendição.
E Rosario, percebendo o incômodo do Ben, provocou ainda mais.
Claro que provocou.
Ela era linda. Uma verdadeira mujer caliente, como dizem por aqui.
Curativo feito, Ben fez questão de se livrar do Andrew em segundos.
Jackson entrou assim que ele saiu.
— Já arrumei o quarto pra Rosario — avisou.
— Eu gostaria de um banho, niña… e talvez um cochilo.
Os remédios que o guapo me deu estão me deixando com sono.
— O nome dele é Andrew — Ben retrucou.
— Acho que guapo combina mais.
Ele é lindo mesmo.
— Seu gosto pra homem parece péssimo.
— Você se surpreenderia… — Rosario respondeu com um sorrisinho malicioso.
Ben… rosnou. Literalmente.
Jackson me lançou um olhar, sem entender nada daquela interação.
— Então vamos pro seu quarto, Rosa. Onde tá sua mala?
— Hugo vai trazer amanhã de manhã.
Não me importo de dormir livre — disse, encarando o Ben e piscando.
— Isso sim não me surpreende — ele resmungou com sarcasmo.
Dessa vez, foi ela quem rosnou.
— Certo, madre… então vamos — disse eu, achando melhor separar os dois antes que se atracassem ali mesmo.
E, pra ser sincera…
Ainda não sei se isso seria bom ou ruim.
Acompanhei a Rosa até seu quarto.
Ela ficou encantada com tudo ao redor.
— Tu hermano es rico mesmo, niña...
— O Alex é incrível.
Construiu tudo do zero.
Conquistou cada detalhe sozinho, mas sempre exalta o Jack e o Ben.
Diz que sem eles, não teria chegado onde chegou.
Rosario se sentou ao meu lado na cama, pegou minhas mãos com delicadeza.
— ¿Estás feliz, mi amor? — perguntou, me olhando bem nos olhos.
— Como nunca estive.
Os tempos com você foram bons…
Mas lá também tinha o Brandon.
— Eu sei.
E não me importo de saber que é mais feliz aqui.
Meu maior sonho sempre foi que você encontrasse sua família.
— Você e o Hugo ainda são minha família. — quis deixar claro a ela.
Ela sorriu e me deu um beijo na testa.
— Falando nele… você já contou que está namorando?
Suspirei.
— Não tive coragem.
Ainda não sei como ele vai reagir a essa notícia.
— Super protetor do jeito que é…
Jackson que se cuide — disse, e nós duas rimos.
— Já não basta o Alexander — comentei, rolando os olhos e respirando fundo.
— ¿Le quieres? — ela perguntou, com doçura e expectativa.
— Sim.
O amo mais que tudo.
Sabia que, quando era pequena, eu dizia que ia me casar com ele?
— Você se lembrou? Da sua infância?
— De tudo.
Até do Brandon, quando ele ainda era… bom.
Ela fechou a expressão ao ouvir o nome.
— Miserable. Desalmado. — resmungou.
Conversamos mais um pouco, até que ouvimos batidas na porta.
Era o Benjamin.
— Pequena — disse ele, ao abrir a porta.
— Trouxe uma camiseta pra você dormir.
Rosa pegou a camiseta das mãos dele, encarando-o com um meio sorriso.
— Bom… roupa íntima eu não tenho.
Mas posso providenciar, se quiser — ele a provocou.
— ¿Por qué eres amable conmigo?
— É a minha forma de pedir desculpa.
Não devia ter te ofendido.
Eles ficaram se olhando por um instante.
Por um segundo, achei que iam se entender.
— Muchas gracias. Vejo que só tem cara de ogro...
— Não me faça me arrepender das desculpas — rebateu ele, seco.
— Então não foram sinceras? — ela retrucou.
— Eu acho que devíamos deixar a Rosa descansar — interrompi, tentando trazer paz.
Ben assentiu e saiu do quarto.
Rosa o observou até ele sumir pelo corredor… xingando em silêncio.
Mas eu vi nos olhos dela.
— Jackson… — minha voz era puro desejo.
— Que foi, marrenta? — perguntou, enquanto descia a mão até onde meu corpo já tremia.
— Quer me dizer alguma coisa? — me provocou.
E, sem aviso, deslizou os dedos dentro de mim.
O gemido que soltei ecoou pelo quarto.
Ele tomou minha boca com a dele, faminto.
Voraz.
Seus lábios não desgrudavam dos meus.
E os dedos, implacáveis, não perdiam o compasso.
— Jackson… — choraminguei seu nome, e ele riu, os lábios ainda colados aos meus.
Meu corpo reagiu por conta própria.
Tremores me atravessavam, crescentes, inevitáveis.
E ainda em meio àquelas ondas, ele me tomou.
Por inteira.
Nosso corpo encontrou o ritmo.
Cada estocada me arrancava suspiros entrecortados.
Toques, beijos, sussurros abafados…
Eu me perdi nele.
Mas também me encontrei.
Algo tomou conta de mim…
Uma sensação tão forte que me fez rir e chorar ao mesmo tempo.
Explodi em espasmos incontroláveis.
E, segundos depois, senti quando ele também se entregou.
Ficamos em silêncio.
Nossos corpos ainda entrelaçados, corações acelerados.
Quando tudo desacelerou, ficamos ali.
Ele deitado de lado, me olhando com aquele jeito bobo que só ele tem.
Acariciava meu cabelo como se quisesse eternizar aquele momento.
Foi aí que ele falou, com a voz baixa:
— Pensei que o teste era pra você.
— E se fosse? — perguntei, ainda o encarando.
— Você já me faz feliz.
Mas ter um filho seu… — ele sorriu e me deu um beijo suave — ia me fazer feliz pra caralho.
Rimos juntos.
— Você realmente quer isso?
Ele não respondeu de imediato.
Se inclinou sobre mim, se apoiando num dos cotovelos.
Com a outra mão, acariciava meu rosto com carinho.
— Quero — disse, sem hesitar.
— Eu quero tudo com você.
Me beijou.
— Uma casa, filhos… um balanço no fundo do quintal…
Rimos de novo, mas o riso veio com emoção nos olhos.
— Eu nunca quis isso com ninguém, Jordan.
Mas eu realmente quero com você.
— Te amo — sussurrei.
— Também te amo, marrenta.
E ele me beijou.
Não só selando nosso momento…
Mas me dando a certeza de que ele é o homem da minha vida.
Hoje, o teste não era meu.
Mas um dia será.
E quando for…
Ele vai me fazer a mulher mais feliz do mundo.

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