Capítulo 113 – Sem tempo pra paz
Alexander
Odiava ter trazido a Evelyn comigo.
Mas também não suportaria a ideia de deixá-la sozinha no hotel.
Por mais que a tenha ameaçado por causa do vestido...
Jamais faria isso.
Saímos do carro, peguei em sua mão e seguimos até a entrada, onde os outros já estavam nos aguardando.
— Cadê o Jackson? — perguntei enquanto me aproximava.
— Reconhecimento — Ben foi direto.
— Sozinho? Eu disse a ele que esperasse o Owen.
Benjamin suspirou antes de responder:
— Melhor deixar ele, chefe.
Assenti, mesmo contrariado.
Jackson e Benjamin são meus braços e minhas pernas.
Sem eles, eu não teria chegado onde cheguei.
Ter visto Ben daquela forma por causa da Emily foi difícil.
Ver o Jackson assim… por causa da minha irmã? É ainda pior.
Continuamos nosso caminho.
Ben enviou uma mensagem a Chen, informando que estávamos liberados — principalmente para entrar armados.
Se tem uma coisa que muitors na máfia mais prezam, é a palavra.
E para os Mancini… palavra de homem não faz curva.
Ela é reta, direta.
E esse é o tipo de gente com quem gosto de trabalhar.
Assim que passamos pela porta principal, tudo estava exatamente como me lembrava:
uma enorme piscina no centro, palmeiras, colunas de pedra, escadarias largas.
Enzo sempre foi um cara extravagante.
A maioria usava trajes formais, como os nossos.
Em compensação… outros nem tanto.
Mas homens como os que estão aqui não gostam de coisas fáceis.
O desafio é o que os atiça.
Mulheres de biquíni eles veem o tempo todo. Afinal, estamos em Ibiza.
Agora… mulheres como a minha, como a minha irmã, como Rosario...
Essas sim chamam atenção.
Escondem o que eles querem desvendar —
e ao mesmo tempo moldam, com precisão, o que está por baixo.
Merda.
O que eu temia aconteceu.
Elas viraram o centro das atenções.
— Ciao, amico mio! — disse Enzo, se aproximando.
— Enzo. Bom te ver também. Agradeço pelo convite.
— Ah, Alexander, sem formalidades por aqui! — Me puxou para um abraço. Italianos sempre sendo calorosos.
— E essa é...? — perguntou, com os olhos vidrados na Evelyn.
— Minha mulher. Evelyn Parker — meu tom foi seco.
Deixando bem claro que não toleraria intimidades.
— Piacere di conoscerti — respondeu Evelyn, com um sorriso simpático, como se fosse mesmo um prazer conhecê-lo.
— Parla italiano? — Enzo pareceu encantado.
— Não tão bem quanto o senhor — ela respondeu, e os dois riram.
E isso me irritou.
Mas ela apertou minha mão.
Como quem diz “se controla”.
— Enzo, por favor — disse ele, ainda sorrindo.
— Me chame só de Enzo.
Ela assentiu com um aceno gentil.
Seus olhos voltaram para Rosario.
— Ora e essa é...? — perguntou, estendendo a mão para ela, e plantando um beijo no dorso.
Benjamin, percebendo a intenção, colocou a mão na cintura dela, puxando-a levemente para perto.
— Rosario. Minha mulher — disse ele, com firmeza.
— Lembra-se de Benjamin? Um dos meus braços.
— Claro que sim, Sterling. Dele… e do nosso querido Reynolds.
Como se tivesse sido invocado, Jackson apareceu.
Envolveu os braços em torno da Jordan, que soltou um suspiro na hora.
— Bom vê-lo, Mancini — Jackson disse no seu tom habitual.
E concluiu:
— Essa é Jordan. Minha mulher. E também uma Sterling. Irmã do Alexander.
— Meraviglioso! — disse Enzo, captando bem que não devia mexer com nenhuma delas.
— Fiquem à vontade. Alexander… hoje não falaremos de negócios.
Mas espero você amanhã no meu escritório.
Traga seus homens… e suas mulheres.
— Veremos — respondi.
— Insisto.
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