Alexander
Encerrei com Emily e deixei Rosario cuidar do resto.
Não sou do tipo que carrega arrependimentos.
Então, pra mim... ela apenas teve o que merecia.
Conversei com Benjamin.
E, para minha surpresa, ele lidou bem com a notícia.
Agora, eu podia seguir em busca da minha garota —
com a satisfação de ter um problema a menos no caminho.
Saí do complexo com Jordan e Ben. Jackson tinha conseguido rastrear a localização do galpão onde Brandon estava, e embora nossos homens tenham entrado a tempo, o maldito já havia fugido.
Mas Evelyn… Evelyn estava lá. Ferida.
— Jack conseguiu capturar um dos capangas do Dimitri — disse Benjamin enquanto dirigia, os olhos grudados na estrada como se fosse possível alcançá-lo na força da vontade.
— O cara confirmou que Brandon fugiu assim que nossa equipe entrou.
Fechei os olhos por um instante. Era óbvio.
— Claro que fugiu. Covarde demais pra me enfrentar.
— Ou talvez só um estrategista. — Comentou minha irmã.
Meu celular vibrou no bolso.
— Jack.
— Alex, estamos levando a Evelyn para o hospital. Andrew disse que a pressão dela está muito baixa e ela perdeu muito sangue. Não dá pra esperar.
Meu coração parou por um segundo.
— Estamos chegando.
— Vai direto pro hospital. Sala de emergência. — E desligou.
Olhei para Benjamin.
— Muda a rota. Agora.
Chegamos ao hospital pouco depois. Jackson veio ao nosso encontro no estacionamento.
— Já levaram ela pra dentro. Estão tentando estabilizar. Pediram pra aguardar.
As palavras dele foram como um soco. Eu não conseguia parar de pensar no pior. Evelyn ferida. Evelyn sangrando. Evelyn sozinha.
Por dentro, eu já tinha matado Emily novamente umas mil vezes. Só pelo que ela causou a minha mulher.
O tempo passou lento, como se o relógio zombasse da minha ansiedade. Até que, finalmente, um médico surgiu no corredor. Levantei de imediato.
— A lâmina não atingiu nenhum órgão vital. Mas o sangramento agravou a situação. Ela está em observação, mas... tanto ela quanto o bebê estão fora de risco.
Suspiramos todos de alívio. Minha mulher e meu filho estão bem.
— Qual de vocês é o Alex? — o médico perguntou.
— Sou eu.
Ele me encarou com seriedade.
— Ela está acordando. Agitada. Chamando por você. Precisamos acalmá-la. A tensão não é boa pro bebê.
Assenti, e segui com uma enfermeira em silêncio até o quarto.
Lá estava ela. Pálida, exausta, com fios de soro conectados no braço. A imagem dela me dilacerou por dentro.
Me aproximei e me sentei com cuidado ao lado da cama. Passei a mão em seu rosto, e beijei sua testa. Encostei a minha à dela.
— Tô aqui, amor. Cheguei.
Vi os cílios dela se moverem. Depois, os olhos se abriram — lentos, pesados, mas ainda assim brilhando.
— Oi, amor… — sussurrei.
Ela se jogou nos meus braços, apertando com força. Suas lágrimas quentes molharam meu pescoço, e eu beijei seus cabelos sem parar, dizendo que estava tudo bem.
— E o bebê? — ela perguntou, a voz trêmula. — Nosso bebê tá bem?
Segurei seu rosto entre as mãos, e sorri com a dor ainda no peito.
— Nosso bebê está bem. Vocês dois estão aqui… comigo.
Ela respirou fundo, aliviada. Voltou a se aconchegar no meu peito.
— Eu tive tanto medo, Alex. Mas eu sabia que você viria. Por nós.
— Sempre, meu amor. Eu sempre vou vir por vocês.
Passei os dedos por seu rosto e notei os hematomas. Um roxo na bochecha. Um corte no lábio. Minha mandíbula travou.
— O que aconteceu?
— Emily… — ela começou, com a voz fraca. — Não gostou muito do que eu disse. Me deu um tapa… depois chutou a cadeira. Eu bati o rosto no chão.
Fechei os olhos por um segundo.
— Ela não é mais um problema.
Evie me encarou, mas não me perguntou o que eu queria dizer com aquilo. Parte dela já sabia.
— Ela matou meus pais, Alex. E teve um caso com o Brandon…
— Eu sei. Descobri tudo. Interroguei ela enquanto te procurava.
Vi quando Evelyn respirou fundo, ponderando algo.
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