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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 137

Evelyn

Jackson e eu chegamos ao parque, mas ele não me deixou sair do carro.

Eu estava tão perdida entre meus medos e pensamentos que não percebi Brandon se aproximando.

Ele abriu a porta e me puxou. Tentei me soltar, chutei, me debati.

— Que isso, princesa... sou eu — ele sussurrou no meu ouvido.

Tapou minha boca enquanto eu ainda lutava para escapar. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, arranhei o braço dele com força.

— Amor, suas unhadas não me machucam — ele desceu os lábios até meu ouvido. — Pelo contrário, me excitam.

Aquelas palavras me reviraram por dentro.

Eu amei Brandon um dia. Achei que sem ele eu não conseguiria viver.

Mas hoje... o que sinto é repulsa.

E excitá-lo?

É o último tipo de reação que quero provocar.

Eu não o venceria. Ele era maior, mais forte.

E eu poderia machucar a mim e ao bebê.

E meu bebê é minha prioridade.

Brandon me arrastou até o fundo de uma van e entrou junto comigo.

Naquele instante, a imagem da Jordan me atingiu como uma facada.

Ela estava ali.

Desacordada.

Jogada no chão do automóvel.

— Jo! — gritei, me arrastando até ela. Senti sua respiração, fraca, mas presente.

O carro começou a andar.

Brandon também se aproximou dela. Pegou o rosto da Jo com cuidado.

— O que você fez, Dimitri? — ele perguntou, irritado com o homem no banco do passageiro.

— Ela começou a gritar. Dei uma injeção pra acalmá-la. A dose foi pequena em poucos minutos, vai despertar.

Brandon se sentou, colocou a cabeça dela em seu colo e começou a acariciá-la.

A cena mexeu comigo mais do que deveria.

Um turbilhão de sentimentos me atravessou: pena... medo... confusão.

Como pode o mesmo homem que fez o que fez com ela, comigo, com a Rachel...

Ter escrito aquelas cartas?

E agora estar ali, acariciando a Jordan como se realmente se importasse?

Como se a amasse?

— Sinto seus olhos em mim, princesa — Brandon disse, sem me olhar. Mas havia um sorriso nos lábios.

— Qual a sua história com ela? — fui direta.

— Você já deve conhecer. Prometi cuidar dela quando a mãe morreu.

— Tirando-a do irmão. Maltratando. Marcando… — bufei. — Belo jeito o seu de proteger. Sendo um monstro.

Brandon me lançou um daqueles olhares que eu conhecia bem, o tipo que, antes, me faria baixar os olhos, ceder.

Mas eu não era mais a Evelyn que ele conheceu.

— Você fala como se soubesse do que está dizendo… Mas não faz ideia, Evelyn.

O olhar dele endureceu. Frio. Letal.

Mas quando se voltou para Jordan, suavizou. Passou os dedos pelos cabelos dela com um cuidado que me embrulhou o estômago.

— Tudo o que fiz... foi pra protegê-la.

Reconheço que minha falta de controle pode ter distorcido as coisas para vocês…

Mas eu a amo. Ela é minha pequena.

E não me importo com o que pensam ou digam. Pra mim, protegê-la está acima de tudo isso.

Ele inclinou o corpo na minha direção.

— Se me acha um monstro, Evelyn Parker… é porque ainda não sabe do que ele é capaz.

Ele se aproximou mais, os dedos roçando meu queixo.

O arrepio percorreu minha espinha. Não era desejo. Era nojo e medo.

— Garotas como você não estão preparadas para ele.

Porque ele não é o bicho-papão que se esconde no armário.

Ele é a mão que te puxa de dentro dele… e te mostra o inferno.

Fiquei em silêncio.

Absorvendo. Tentando entender o que tudo aquilo significava.

Meus olhos deslizaram até Jordan.

Ela estava acordada.

As pálpebras meio abertas, disfarçando.

A respiração lenta.

E sua mão…

Com cuidado, se movia até o bolso.

Meu coração acelerou.

Ela estava com o celular.

Engoli em seco, mantive minha atenção em Brandon.

— Talvez você tenha razão… — sussurrei. — Talvez eu realmente não esteja preparada. Assim como não estava para tudo o que descobri sobre você.

Afastei os dedos dele do meu rosto com calma.

Recostei-me na parede da van, cruzei os braços e o encarei.

Jordan agora digitava.

Devagar, com precisão.

O polegar deslizava com habilidade, como se cada segundo valesse uma vida.

E valia.

Eu precisava manter o teatro.

Dar a ela os minutos que ela precisava.

— Mas… — murmurei. — Aqui estou eu…

— Se eu suportei tudo isso, consigo suportar ele também.

Descruzei os braços. Inclinei levemente para frente.

Prendi o olhar dele no meu.

— Então me diz, Brady… Quem é ele? Quem é esse homem que você tanto teme?

Brandon piscou devagar, sorriu de canto.

— Ele está mais perto do que imagina, Evie.

E para minha sorte, ele ainda não sabe quem eu sou.

Ele afastou uma mecha do meu cabelo e a colocou atrás da orelha.

— Como assim? — perguntei, realmente curiosa agora.

Precisava entender tudo isso. Precisava saber quem era esse maldito.

— Ele desconfia — disse Brandon, recuando. — Por isso colocou um rastreador na caixa que deixei com você.

Mas ele ainda acredita que eu esteja morto.

Foi por isso que contratou os Snakes. Foram atrás de vocês a mando dele.

— Um deles disse que “ele” me queria. Achei que esse “ele” era você.

— Também te quero. — Ele sorriu.

Um daqueles sorrisos que antes me desmontavam de amor.

Em minutos, acabou com os dois seguranças de Alessa.

Agarrou Jordan pelos braços.

— Há quanto tempo, Mancini — disse ele, debochado.

Alessa sacou algo do bolso e borrifou nos olhos de Brandon, que gritou de dor.

— Sua maldita!

Dois homens de Brandon se aproximaram.

Ele não enxergava, estava atordoado.

As meninas me alcançaram e corremos de volta.

— Peguem a garota! — berrou ele, apontando para Jordan e Alessa.

Um deles avançou, Alessa o atingiu com o spray.

Mas era o último frasco.

O outro homem conseguiu pegá-la.

— Me solta, seu cretino! — ela gritava.

Jordan e eu tentamos ajudá-la, mas ele era forte.

Nos empurrou com facilidade.

Caímos juntas no chão.

Alessa ainda se debatia.

Ele a golpeou na nuca. Ela desmaiou.

Vimos Brandon ir embora levando Alessa.

Tentei me levantar… mas algo escorria pelas minhas pernas.

O desespero me tomou.

— Isso é sangue? — Jordan arregalou os olhos.

— Preciso ir pro hospital, Jo…

Ela apenas assentiu, me ajudando a levantar.

Foi aí que o vimos.

Alexander.

Os olhos dele me encontraram como se só existisse eu no mundo.

Foi como respirar depois de afogar.

Foi como ter o coração costurado às pressas, só para logo depois rasgá-lo de novo.

Ele vinha correndo…

E por um segundo, eu acreditei que tudo ia ficar bem.

Que nos braços dele, tudo voltaria pro lugar.

Mas então…

Olhei para baixo.

O sangramento se intensificou.

Minhas pernas... estavam cobertas.

O chão, manchado.

E naquele instante, não era mais o meu corpo, era um aviso cruel do destino.

— Alex… — minha voz saiu em um fio, quebrada. — Nosso bebê…

Senti o calor sumir das mãos.

A força me deixar.

O medo me engolir.

E antes da escuridão me tomar, só uma coisa pulsava dentro de mim:

"Salva nosso bebê."

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