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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 14

Alexander

Quando senti ela se sentar ao meu lado, meu coração disparou. Seu toque queimou cada pedaço da minha pele. Mas, ao perceber onde ela havia tocado e o que exatamente estava acariciando... a raiva tomou conta de mim. Era por Brandon. Sempre por ele.

Ela disse que não, mas aquilo martelava na minha mente.

Só que foi a menção de Rachel, minha Rachel, que me fez explodir. E, assim que as palavras saíram, um gosto amargo de fel tomou conta da minha boca:

"Vocês dois não são dignos."

Eu havia insinuado que Evelyn não era digna... Mas, no fundo, eu sabia a verdade. Assim como Rachel, ela também foi vítima de Brandon.

Mas eu não sou bom em pedir desculpas. E não carrego arrependimentos.

Então... deixei minhas palavras prevalecerem.

Eu estava com raiva. Não dela, mas da situação. Rachel se foi. Brandon também. E agora... Evelyn.

Meus olhos caíram sobre minha mão machucada, um lembrete gritante de que ela importava. Claro que sim. Esses cortes e pontos eram a prova disso.

Levantei-me e fui até o closet. Assim que entrei, fui tomado pelo cheiro dela, forte, vivo.

No chão, algo chamou minha atenção.

O caderno de desenhos de Evelyn.

Os esboços que eu olhava escondido sempre que podia.

Quando folheei até as últimas páginas, o ar fugiu dos meus pulmões.

— Eu?!

Ela me desenhou dormindo, e em momentos difíceis, segurando um copo de whisky. Até mesmo minha expressão séria estava ali, traçada em linhas precisas.

Ela desenhou Amélia, Lucas, até Jackson... Mas a maioria dos esboços eram meus.

Fui até meu armário e peguei minha caixa de recordações. Me sentei no chão e comecei a revirar as fotos. Ali dentro estava minha vida condensada em um pequeno espaço.

Peguei uma das últimas fotos que tirei com Rachel.

Eu evitava isso. Não porque não pensava nela, porque ela nunca saia da minha mente. Mas porque olhar para essas fotos me levava de volta a um tempo que não podia mais ser meu.

Essa caixa era como uma bateria, e agora estava despertando algo dentro de mim.

Batidas na porta me trouxeram de volta, seguidas da voz preocupada de Amélia.

— Alexander!

Amélia só me chamava assim quando estava brava comigo, e isso desde a infância. Me levantei e fui até a porta.

— O que foi, Amélia?

Perguntei, voltando-me para o closet.

Ela entrou atrás de mim enquanto eu separava uma roupa para vestir.

— Vai deixá-la ir embora?

Continuei o que estava fazendo, sem dar uma resposta imediata. Voltei para o quarto e joguei a roupa escolhida sobre a cama.

— Alexander, ela saiu daqui com uma mochila... e de pijamas!

Algo dentro de mim se acendeu. Saiu? Ela ousou sair? E de... Pijamas? Os mesmos que, ontem, havia chamado atenção no hospital?

— Para onde ela foi?

Meu tom era quase mortal.

— Um tal de David apareceu. Lucas disse que ela entrou no carro e partiu com ele.

Sem pensar, desferi um soco na parede com minha mão boa.

— ALEX!

Amélia gritou, levando a mão à boca, espantada.

— Saia.

Minha voz saiu fria, cortante. Ela hesitou por um segundo, mas, sem questionar, saiu.

Peguei o celular e disquei para Evelyn. Uma. Duas. Três vezes.

Como no outro dia... Ela ignorou minha ligação.

A raiva borbulhava em mim. Apertei o aparelho com tanta força que, num impulso, o joguei contra a parede. O impacto foi seco. O celular se despedaçou.

Passei a mão pelos cabelos, tentando me acalmar. Agora, ambas as mãos estavam machucadas.

— Qual é o seu problema, Alexander?

Murmurei para mim mesmo.

— Você foi quem praticamente a mandou embora.

Rapidamente me troquei, fui até o armário e peguei um telefone reserva. Enviei algumas mensagens e, em poucos minutos, tinha a vida do tal David nas minhas mãos. O bom moço, ao que parecia, havia se oferecido para levar Evelyn para Boerne.

Peguei o caderno dela, minhas chaves e saí do quarto.

Eu nunca dizia nada. Ela estava sempre perdida em seus desenhos.

Mas... eu adorava seguir até o aparador, pegar meu copo de uísque, caminhar até as janelas e observá-la pelo canto do olho.

Ela nunca jantava sem mim, independentemente da hora em que eu chegasse. E, quando terminávamos, seguia para o quarto em silêncio. Eu nunca me permitia ir atrás dela, porque não saberia o que dizer. E, quando enfim me deitava, na maioria das vezes, ela já estava dormindo... em paz.

Fiquei preso às lembranças e aos meus pensamentos conflitantes sobre o poder que Evelyn exercia sobre mim.

Acelerei o carro. Precisava chegar logo. Precisava falar com ela. Precisava acertar seja lá o que fosse essa nossa relação.

Foi quando meu telefone tocou, e um sorriso surgiu em meus lábios.

— Evie. — Murmurei para mim mesmo.

Estendi a mão para atender, mas o celular vibrou novamente e escorregou dos meus dedos.

— Droga!

Tentei alcançá-lo, desviando os olhos da estrada por um instante. Assim que o peguei, a chamada já havia encerrado. Mas, antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, percebi tarde demais: havia um desvio na estrada.

Estava interditada.

Por reflexo, virei o volante com força.

Foi então que ouvi a buzina.

Um caminhão.

Tentei desviar. Joguei o volante para o outro lado.

Mas aí...

O impacto veio.

E o estrondo foi ensurdecedor.

Meu corpo foi lançado contra o banco, o gosto metálico do sangue tomou minha boca. O vidro se estilhaçou ao meu redor.

Meu mundo pareceu parar por um instante. Sentia algo me pressionar. Algo frio escorria pelo meu rosto.

E, mesmo assim, só uma coisa preenchia minha mente: Evelyn.

— Me desculpe...

Sussurrei.

E então… o silêncio absoluto. E tudo se apagou.

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