Capítulo 145 – Todos bem
Evelyn
Nossa casa estava tomada.
O medo por mim. Pelo meu filho. Por Alex. Pela nossa família... me consumia.
Mas agora… não era hora para surtos. Nem para atitudes impensadas.
Eu precisava ser forte.
Ficar bem.
Pra não desviar o foco de Alexander.
Ele tinha que estar cem por cento ali. Comandando sua equipe como o líder que era.
— A gente pode ajudar! — Jordan dizia, desesperada, os olhos presos em Jackson.
— Eles sabem se cuidar, gatita. A segurança de vocês é a prioridade. — Hugo respondeu, firme.
Jordan apenas assentiu, engolindo o choro.
Rosario andava de um lado para o outro, olhando para Benjamin e xingando em espanhol toda vez que ele avançava sobre algum dos invasores.
Aline e Lyu estavam atentas também. Eu me sentia mal por tê-las colocado nessa situação.
— Me desculpa, Aline… — minha voz saiu baixa, carregada de arrependimento.
Ela segurou minha mão com carinho.
— Você não tem culpa, Evie. — Seu olhar foi até Thomas, e depois voltou pra mim. — E, pra falar a verdade… vejo que estamos em ótimas mãos.
— Tenho que concordar — disse Lyu, chamando nossa atenção. — Eles são realmente muito bons.
Um sorriso escapou dos meus lábios. Meu olhar encontrou o dele…
Meu amor.
Eu sabia.
Tinha certeza.
Nós sairíamos dessa bem.
Todos bem.
O barulho dos tiros se aproximava. Os estrondos ficavam mais fortes.
De repente, vi um homem vindo na nossa direção.
Mas Alexander também viu.
Agiu como sempre: rápido, implacável.
Só que o alívio não veio.
Eu vi.
O exato momento em que ele foi atingido.
E Jordan… também viu.
— ALEX! — Gritei, avançando em direção a ele, mas Mateo foi mais rápido e me segurou. Assim como Hugo conteve minha cunhada.
— FICA! — ele gritou.
O tom. O olhar.
Era uma ordem.
Uma súplica disfarçada de comando.
Ele estava ferido.
Eu via o sangue.
A camiseta branca… a que eu tinha escolhido pra ele…
Agora tingida de vermelho.
Jordan gritou. O atirador ainda tinha o Alex na mira.
— Ele tá longe! — gritou Mateo, tentando manter o homem na sua linha de tiro.
Olhei pra arma na minha mão.
— ELE VAI ATIRAR!! — Jordan gritou de novo.
Mas antes… alguém surgiu na frente de Alex.
Tirando ele da linha de tiro.
Meu coração parou por um segundo.
Foi nesse momento que vi.
O atirador estava na minha mira.
E eu atirei.
— BRANDON!! — o grito de Alessa ecoou antes que ela saísse correndo na direção dele.
E eu… eu corri até o Alex.
— Evie! — gritou Mateo atrás de mim. Jordan também conseguiu se soltar de Hugo e veio atrás.
Me ajoelhei ao lado dele.
Alex estava com os olhos fechados.
A respiração… quase imperceptível.
— Amor… — sussurrei. Minha voz tão trêmula quanto as minhas mãos.
Ao nosso redor… o caos parecia cessar.
Os homens de Brandon haviam ajudado os nossos.
— Merda! — Jack caiu de joelhos ao lado de Jordan, que chorava sem conseguir conter.
Aline chegou correndo. Ajoelhou-se ao meu lado, a voz firme.
— Precisamos remover os dois. Estão perdendo muito sangue.
— Esse aí por mim pode morrer — disse Jackson, apontando pra Brandon.
— Seu filho da puta, cretino! — Alessa empurrou Jackson com força. — Ele acabou de levar um tiro pelo Sterling!
— Controlem-se! — A voz da Aline cortou os dois como uma faca. — Eu sou médica! E não vou permitir que nenhum dos dois morra!
Logo todos os caras estavam ao nosso redor.
— Lyu, busca minhas coisas no carro! — ela ordenou.
— Não é seguro, doutora. Ainda não sabemos como está lá fora — disse Chen, atento.
— Então faça ser seguro! — minha voz saiu firme, sem espaço pra discussão.
Tirei os olhos de Alex e encarei o chinês.
— Acompanha Lyu. Leva os outros com você. Garanta o caminho.
Ninguém me questionou.
Apenas assentiram e correram com ela até o carro.
— Jackson… Por favor… você e Benjamin me ajudem a carregar o Alex.
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