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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 148

Capítulo 148 – Bom em cumprir promessas

Brandon

Então era isso. Depois de anos... o momento finalmente tinha chegado.

Eu sempre achei que ninguém jamais estaria preparado para as verdades sobre o meu pai. Assim como eu nunca estive.

Minha primeira descoberta? O "caso" dele com a Andrea... Caso... Que piada. Aquilo não era um caso. Nem mesmo era consensual.

Eu era só um garoto. Treze anos.

Alex tinha acabado de dar fim ao maldito do padrasto que tentou violentar a própria filha… Uma coisa que só vim entender de verdade depois, quando descobri todas as merdas que o meu pai escondia.

Naquele dia, eu tinha esquecido um caderno em casa. Voltei pra buscar.

A casa sempre ficava vazia naquele horário. Minha mãe estava no centro comunitário, e meu pai… Bem, meu pai vivia imerso em seus casos. Um dos advogados mais renomados do país naquela época.

Foi ele quem defendeu o Alexander, inclusive.

Meu pai tinha uma regra clara: "Ninguém entra no meu escritório. Jamais. Sem minha permissão. E muito menos sem mim lá dentro."

Eu cresci sabendo disso. E obedeci… até aquele dia.

Quando passei pelo corredor, a porta estava entreaberta.

Ouvi a voz da Andrea.

Meu primeiro pensamento? Era sobre o Alex… A gente vivia com medo de que ele fosse preso.

Éramos mais que amigos. Irmãos de alma.

A gente se protegia.

Claro… Alex sempre protegia mais a gente do que era protegido. Ele sempre foi assim. Implacável.

Mas o que ouvi… Não era sobre processo. Nem sobre o Alex.

A voz da Andrea… era um som abafado… quase um gemido de dor…

Logo depois, a voz grave do meu pai.

Me aproximei devagar. O coração batendo no peito como um tambor.

Pela fresta… eu vi.

Andrea… encolhida… os ombros tremendo.

Meu pai… de pé na frente dela… com aquela expressão de predador que eu só aprenderia a reconhecer anos depois.

Ele não a tocava com carinho.

A mão dele estava em seu braço. Apertando.

E o olhar dela... O olhar dela me destruiu.

Não havia desejo. Nem atração.

Só havia medo.

Medo puro. Dilacerante.

O tipo de medo que congela o sangue.

Ela já não falava. Só assentia. Ou se encolhia.

Ele… ditava.

As palavras eram sussurradas… mas com a força de um chicote.

Chantagem. Controle. Domínio.

Não era um encontro de amantes…

Era uma sessão de tortura emocional. Uma cena que arrancava a alma dela… pedaço por pedaço.

E eu vi.

Nos olhos dela… a mesma submissão forçada…

A mesma que ele… um dia… tentaria imprimir em mim.

Naquele dia… meu mundo virou do avesso.

Meu pai… não era o homem que eu pensava.

Andrea… não era uma amante… era uma vítima.

E eu…

Eu era a única testemunha de uma verdade que ninguém jamais acreditaria.

Foi ali… ali… que a escuridão dele começou a se infiltrar em mim.

O primeiro tijolo… da parede de silêncio que eu ergueria ao redor de tudo.

— Estou esperando, Anderson. — A voz de Alexander me arrancou das memórias, me arrastando de volta pro presente.

Pro nosso agora. Pra nossa conversa.

Aquela… que mudaria tudo.

Me aproximei dele… e me sentei na poltrona ao lado.

Ele usava a tática que aprendeu com o nosso pai…

Voz baixa, controlada, carregada de autoridade.

Os olhos frios… atentos… lendo cada micro expressão minha.

Eu estava em um interrogatório.

Comandado pelo letal ceifador.

Onde ele já carregava a foice…

E eu… era a erva daninha a ser ceifada.

— Faça sua primeira pergunta. — Falei num tom firme.

Ele sorriu de lado.

— Me diga como essa sua palhaçada começou.

— Vamos lá, Alex... Isso aqui não é uma conversa entre amigos.

— Não mesmo, porque não somos amigos. — Ele rebateu de imediato.

— Mas já fomos... Na verdade... somos mais do que isso...

— Brandon, não tente me manipular. — O tom dele mudou, cortante. — Eu não caio mais nos seus jogos. Só me diga o que quero saber.

— Então faça a pergunta. Você é o interrogador aqui. Me pergunta, Alex... e eu prometo que vou dizer a verdade.

— Você nunca foi bom em cumprir promessas. E verdades... — Ele fez uma pausa, os olhos queimando. — Não são o seu forte.

As palavras dele me atingiram mais do que deveriam.

Porque todas as minhas mentiras... todas as minhas traições... foram pra cumprir uma promessa.

A promessa que fiz à mãe dele.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa... a porta se abriu com força.

Alexander e eu reagimos no instinto, já esperando um ataque. Achei que fossem os homens do meu pai… o BlackWater invadindo de novo…

Mas não.

Era só ela.

Ou melhor…

Uma força da natureza chamada Evelyn Parker.

Ela estava linda.

E mesmo naquele caos… meus olhos ficaram presos nela.

O cabelo preso de qualquer jeito, alguns fios soltos emoldurando o rosto.

Os olhos avelã… pararam direto em mim.

E por um instante…

Depois de dar uma última olhada nele, ela foi embora… como se eu não fosse ninguém.

Alex a observou por um segundo… depois se virou pra mim com aquele olhar que eu conhecia bem.

— Eu não vou me importar de descobrir tudo sozinho, Anderson. — Ele disse com calma. — Mas… se continuar olhando pra minha mulher desse jeito… — Ele parou bem na minha frente. — Eu te mato. Aqui. Agora.

— Há alguns meses… ela era minha.

— Disse bem… Era! Agora ela é minha mulher. Mãe do meu filho. E eu não vou tolerar nenhuma gracinha sua.

Alexander fechou totalmente a distância entre nós.

Ele era mais alto… e me encarava de cima.

Era intimidante...

Não só fisicamente.

Mas como o predador que ele sempre foi.

— E não se engane… — A voz dele baixou ainda mais. — Eu não esqueci o que você fez com ela nos últimos anos. Nem sua tentativa de sequestro que quase matou meu filho.

Filho.

Alexander ia ser pai.

Um filho da mulher que eu amava.

Naquele momento… eu entendi.

Não importa o que eu faça.

Nem as verdades que eles descubram.

A Evelyn… nunca mais vai ser minha.

Hoje…

Ela deixou claro.

Com palavras pequenas.

Com gestos mínimos…

Com os olhos…

Quem é o amor dela.

E não sou eu.

— E agora… vamos voltar ao que interessa. — Ele recuou… voltou a se sentar na poltrona com toda calma de sempre.

— Você disse que era um interrogatório… então vou começar minhas perguntas.

Me virei pra ele, mas permaneci de pé.

Ele se recostou, cruzou as pernas, me analisando como um predador analisa a presa.

E então…

Soltou:

— Quando foi que você descobriu que éramos irmãos?

Meu corpo congelou.

Meu olhar foi direto pro dele…

E o sorriso vitorioso nos lábios do Alexander confirmou o que eu mais temia.

Ele não estava perguntando como quem suspeita…

Estava perguntando… como quem sabe.

Como quem sempre soube.

— Você sabia… — Minha voz saiu baixa.

Fiquei parado, os olhos ainda grudados nos dele.

— Alexander… você sempre soube que era meu irmão…

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