Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 151

Capítulo 151 – Agora somos um só

Evelyn

Quando voltei para o quarto e não encontrei Alexander, eu sabia exatamente onde procurar.

E quando cheguei ao final do corredor, lá estava a cena já clássica de um pós-caos Sterling: Jackson andando de um lado para o outro feito um touro enjaulado, Benjamin apreensivo como sempre… e Alessa… pronta pra matar alguém.

Eu já sabia o que tinha acontecido.

Fui me aproximando da porta e, antes que Benjamin tentasse me impedir, bastou um olhar meu para que ele levantasse as mãos em rendição.

Abri a porta sem bater. Eu não precisava disso.

E lá estava ele.

Mas, por mais que eu tentasse evitar, meus olhos… traidores… foram direto para outra pessoa.

Por uma fração de segundos, tentei enxergar ali o homem que um dia eu achei que amei. Mas foi inútil.

Porque o homem que eu amei… nunca existiu.

Então olhei pra ele como o cretino que ele realmente era.

Conversei com Alexander e lhe dei exatos trinta minutos para resolver essa palhaçada. Eu estava cansada de gente ditando o rumo da minha vida… Da nossa vida.

Alessa e eu ficamos ali, do lado de fora, ouvindo tudo… e conversando pouco. Benjamin não desgrudava de nós, e Thomas já estava se aproximando quando as vozes lá dentro subiram de tom.

Sem pensar, eu entrei.

A cena me atingiu como um soco. Alex prendia Brandon com uma força que me assustou… e o ferimento dele… estava sangrando de novo.

Fui até ele sem hesitar, envolvi meus braços ao redor do seu corpo e o tirei dali.

Alexander ainda deixou seu recado pra Brandon… Mas eu… nem olhei pra trás.

Assim que entramos no nosso quarto, ele se sentou na cama.

Eu parei na frente dele, braços cruzados, o olhar pegando fogo.

— Posso saber no que você estava pensando?

— Em impedir que Jack matasse o meu irmão.

As palavras dele me pegaram de surpresa. Mas o que me atingiu de verdade… foi o jeito como ele disse.

— Do que você acabou de chamar ele?

Alex suspirou, passou a mão pelos cabelos.

— Eu já suspeitava há muito tempo… Mas só tive certeza depois que fiz o teste de DNA.

— Você fez o quê?! — Minha voz saiu num tom de pura indignação.

Alessa e eu tínhamos ouvido a conversa… mas não com a clareza que esse assunto pedia. Eu nem dei tempo pra ele responder, disparei de uma vez:

— Você já tinha a resposta. Já sabia quem ele era! Então por que foi lá se arriscar daquele jeito?

Ele tentou abrir a boca pra responder, mas eu levantei a mão, cortando qualquer tentativa.

— Não. Eu não quero ouvir o seu motivo. Você apagou por quase dois dias! E quando acorda… a primeira coisa que faz é caçar confusão!

— Eu não cacei nada…

— Caçou sim, Alexander! Indo até lá, provocando, discutindo e ainda por cima… correndo o risco de uma nova hemorragia! — Apontei pro machucado dele, onde o sangue começava a manchar novamente a camiseta.

Fui até o banheiro, peguei o kit que já tinha deixado separado e voltei pro quarto… Sem nem olhar pra ele.

Me sentei ao lado, tirei a camisa dele com cuidado e comecei a cuidar do machucado.

Ele me encarava… mas eu… me recusava a devolver o olhar.

Terminei o curativo, guardei as coisas e peguei uma camiseta limpa pra ele. Assim que terminei decidi falar.

— Vou buscar comida de novo… Porque o que eu trouxe antes… — Apontei pra bandeja em cima da mesa. — Já deve estar frio.

Me virei pra sair… mas as mãos dele envolveram meu pulso.

Não com força. Mas com aquela firmeza que era só dele.

— Alexander… você precisa comer, tomar os remédios… então me solta pra que eu possa ir…

Ele não respondeu.

Em vez disso… me puxou de uma vez, me obrigando a sentar no colo dele.

— Desculpa… — Murmurou, com os lábios roçando meu ombro. — Mas eu precisava disso, amor… Guardei tudo isso dentro de mim por tempo demais. Já estava na hora de me libertar.

Coloquei a mão em seu rosto, encostei minha testa na dele, deixando meu coração desacelerar aos poucos.

— Sou eu quem devo desculpas… por explodir com você. Não sei o que está acontecendo comigo ultimamente…

— Eu sei… — Ele sorriu de leve, deslizando a ponta do nariz pela minha bochecha. — Tem um Sterling aí dentro…

— E os Sterling não abaixam pra ninguém… — Completei, rindo junto com ele.

— Exatamente…

Ele afastou nossas testas… e antes que eu dissesse qualquer outra coisa… Alexander levou os lábios aos meus…

Mas não foi um beijo calmo.

Foi um beijo cheio de saudade.

De promessas não ditas.

De tudo o que estava preso entre nós nos últimos dias.

As mãos dele seguraram firme a minha cintura, como se só assim pudesse me prender no mundo dele.

Minha resposta veio na mesma intensidade.

Eu me perdi nele… como sempre.

Como só nós dois sabíamos fazer.

Deitados na cama, eu com a cabeça em seu peito e ele com os braços firmes ao redor da minha cintura, decidi falar o que estava queimando no meu peito.

— Quer conversar sobre o que aconteceu?

Senti Alex suspirar. Me virei de leve pra encará-lo.

— Se não estiver pronto… tá tudo bem. — Falei com suavidade.

Ele sorriu de lado e encostou os lábios nos meus, com um beijo lento, carregado de tudo o que ele não conseguia colocar em palavras.

— Eu te amo. — Sussurrou.

— Eu te amo mais… — Levei a mão até o rosto dele, acariciando com delicadeza.

Ele respirou fundo e então murmurou:

— Ele tem razão…

Franzi a testa, confusa.

— Sobre o quê?

— No fundo… eu sou culpado por tudo. Por ele ter se perdido… pela morte da Rachel… e por tudo o que aconteceu com a Sophia.

Levantei num pulo ao ouvir aquilo.

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