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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 154

Evelyn

Eu não estava cem por cento convencida da ideia do Alexander de conversar com o Brandon. Não depois da forma como o vi… quebrado… sofrendo… carregando uma culpa que, no fundo, não era dele… era da situação em que o colocaram.

Meu amor por Alexander transcende qualquer coisa que se possa imaginar. E, pra mim, só a ideia de vê-lo se machucar de novo… me dói.

Dói de um jeito que só eu sei.

Só que estamos falando do Senhor Alexander Sterling.

E ele…

Não desiste.

Não se curva.

E… não quebra promessas.

Nesses três dias em que ele ficou recluso, conversamos muito.

Ele me contou melhor a história dele e do Robert…

O medo…

A morte da mãe…

A decisão de esconder o segredo sobre o sangue raro… e tudo o que veio com isso.

Me contou também daquela memória linda com as irmãs…

Da promessa dele…

De nunca “cansar”.

E agora eu entendo…

Que entre eles… essa palavra tem um significado muito maior do que o real sentido dela.

Para eles… “cansar” significa encerrar a dor.

Desistir.

Deixar de viver… porque a dor é grande demais.

Foi assim com Andrea Sterling.

Com Rachel Sterling.

E Alexander Sterling… não queria mais ver ninguém “cansando”.

Muito menos seus irmãos.

Mesmo que um deles… seja o cretino que destruiu nossas vidas.

Quando chegamos ao quarto do Brandon, Alex entrou no modo CEO.

Com sua imponência, autoridade e firmeza.

Ele não vacilava nas palavras… nem na forma como andava… nem no olhar.

Alessa tentou impedir… mas segurei seu braço.

Só que aí… eu vi.

Ele… bem na minha frente.

O Brandon que eu conheço…

Dei um passo para trás, porque sabia o que vinha a seguir:

Algo sendo jogado… os gritos… as palavras que machucam.

Alessa, que estava ao meu lado, não recuou.

Pelo contrário… caminhou até ele.

— Brandon… — Alex o chamou.

Ele não abaixou o tom.

Manteve sua postura Sterling.

Brandon levantou a cabeça… encontrou os olhos de Alexander…

E então…

Deu aquele sorriso.

Cruel.

Aquele que… sempre antecede o caos.

O olhar dele ficou vazio… e ao mesmo tempo carregado de ódio.

As pupilas dilataram… a respiração acelerou…

As mãos começaram a fechar e abrir… como se o corpo inteiro estivesse tentando segurar algo prestes a explodir.

— Então é isso? — Brandon rosnou. — Veio aqui… pra me provocar… jogar na minha cara sua misericórdia… me dizer que não estou cansado… Acha que não sei Sterling, o que isso significa?

O tom de voz dele oscilava entre um sussurro e um grito.

Alessa estendeu a mão, mas ele a afastou com um movimento brusco.

— Você sempre perfeito… Eu nunca quis ser como você, eu não precisava ser como você… Porque eu sou bom, sou melhor do que ele… — A risada dele foi amarga, quase insana. — Que até hoje, mesmo desconfiando nunca me pegou!

Deu um passo para frente, os olhos focados em Alexander como se o mundo inteiro girasse apenas naquela raiva.

Os ombros dele tremiam… o peito subia e descia rápido demais…

Como se lutasse contra ele mesmo.

— Não quero sua pena! — Brandon gritou. — Nem sua misericórdia! Quer me mandar pro inferno Alexander? EU JÁ ESTOU NELE!

Sem aviso… o som de algo se partindo ecoou.

Ele pegou uma das cadeiras do quarto e a arremessou contra a parede com tanta força… que a madeira se quebrou no impacto. A cena me atingiu... Mas do que devia... Trouxe memórias que pensei já não existir mais.

Alessa tentou segurá-lo novamente.

— Brandon… olha pra mim… respira… — A voz dela era baixa, mas firme.

Ele virou para ela… os olhos arregalados… confusos… como se só naquele instante tivesse percebido que ela estava ali.

— FICA LONGE DE MIM! — Ele berrou… — Acha que porque transamos você manda em mim? Ninguém manda em mim. — Ele disse.

— Brady melhor você se acalmar. — Alex disse com um tom autoritário, mas eu via na sua voz, o medo estava ali. Não de Brandon, mas do que poderia acontencer.

— Alex... — Eu sussurrei, só que aí... Eu não chamei atenção só do meu noivo. Chamei a dele também.

Os olhos de Brandon ficaram fixos nos meus e ele começou caminhar, e era na minha direção que ele vinha. Olhei em volta do quarto, em busca do banheiro... Ele sempre era meu refugio.

Dei mais um passo para trás, e comecei balançar a cabeça. E foi aí que as palavras saíram sem que eu percebesse.

— Desculpa Brady...

Os olhos dele cravados em mim.

Mas eu não me movi.

Porque eu conheço esse olhar.

Conheço esse descontrole.

E sabia…

Que o surto… ainda estava só começando.

— Não dê mais nenhum passo, Anderson. — O tom do Alexander era ameaçador.

Eu sentia meu corpo tremer…

O coração bater como se quisesse rasgar meu peito de dentro pra fora.

O ar ficou mais pesado…

O silêncio… mais ameaçador.

Brandon deu mais dois passos em minha direção… os olhos injetados… o peito arfando…

Alexander parou bem na frente dele, e eu recuei mais alguns passos. Eu precisava sair dali.

Alessa se colocou entre Alex e ele, como um escudo humano.

— Anderson… olha pra mim… — Ela estendeu as mãos… tentando alcançá-lo. — Tá tudo bem… sou eu… Alessa… lembra?

Ele congelou… só por um segundo… os olhos vacilaram…

Mas foi rápido demais…

Porque logo depois… veio a explosão.

— VOCÊ TAMBÉM?! — Ele gritou com tanta força que até eu… dei um pulo pra trás. — AGORA VOCÊ TAMBÉM VAI FICAR DO LADO DELES?!

Alessa tentou segurar os ombros dele…

Mas Brandon… a empurrou. Não com força pra machucá-la… mas o suficiente pra afastá-la.

E então… algo mudou nos olhos dele.

Um brilho… diferente.

Não era ódio.

Nem raiva.

Era o olhar de antes…

Aquele… o doce… o que um dia me fez amá-lo.

— Acaba com isso, cara… — A voz de Brandon agora saiu baixa… trêmula. — Eu não sou bom… Eu amo vocês… Mas eu não sou bom…

Alex… não vacilou. Não abaixou a guarda.

— Eu machuco pessoas… Eu sou como ele… Eu sou como o Robert… — Brandon chorava… — Uma mentira… uma farsa… UM MONSTRO!

Ele tentou virar o rosto… como se procurasse Alex de novo.

— Eu tô cansado, cara… Eu tô muito cansado, Alex…

E aquela palavra…

“Cansado”…

Foi a que destruiu o último pedaço de controle do Alex.

Alessa chorava em silêncio…

Mas seguia ali… firme.

— Eu só quero que esse sofrimento acabe… Tá doendo demais…

Foi nesse momento que Alex vacilou.

E Brandon… soube usar as palavras…

Dessa vez… não pra manipular.

Mas porque era real.

Alex o soltou…

Os olhos dele brilhavam…

Ele tentava conter as lágrimas…

Sem dizer mais nada… deu um passo para trás.

E então…

Brandon… se jogou no chão.

Literalmente.

As costas contra a parede… os joelhos dobrados…

Os braços… cobrindo a cabeça…

Chorando…

Soluçando…

Como uma criança perdida.

O quarto inteiro ficou em silêncio.

Só o som do choro dele…

Da respiração irregular…

E da verdade…

Escancarada pra todo mundo ver:

Brandon Anderson…

Era só um homem…

Que passou tempo demais…

Lutando contra um inimigo…

Que sempre morou…

Dentro dele

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