Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 171

Brandon

Muitas vezes é difícil controlar as emoções… e as vozes dentro de mim.

Mas hoje, precisei abrir mão de tudo isso e agir como o Ranger que fui treinado para ser.

Jordan não disse que me perdoa.

Mas me deu um presente.

Um daqueles abraços que sempre me dava antes de… eu ser um monstro na vida dela.

Só que antes de irmos à guerra, Jackson nos disse:

— Prometam que não vão deixar aquele maldito levar minha mulher.

Como se precisasse falar algo assim… Só que aí, a bomba veio.

Minha irmã está grávida!

Não era só ela quem corria o risco de cair nas mãos do meu pai.

Era o meu sobrinho também.

Nós lutamos. Com tudo que somos.

Só que hoje… isso não foi o suficiente.

Jackson saiu gravemente ferido.

E minha irmã… que lutei tanto para afastar do Robert…

Foi parar nas mãos dele.

O medo... aquele que eu odeio sentir . Está aqui.

Presente. Cruel. Real.

Mas agora não há tempo para lamentações.

A merda foi feita. Jackson está lutando pela vida.

E eu…

Estou lutando para encontrar minha irmã.

E vou começar pelo exato lugar onde tudo começou.

Minha casa.

— Quer conversar? — Alessa me perguntou, passando a mão pelos meus cabelos.

Desviei os olhos da estrada e foquei nela.

— Não tem muito o que dizer. — Tentei dar um sorriso, mas…

Alessa já me conhece bem demais pra cair nessa.

Ela soltou o cinto e se aproximou mais de mim.

Tentei focar na estrada.

Mas droga… essa mulher mexia comigo mais do que deveria.

Até nos meus piores dias.

Alessa levou os lábios até meu ouvido e sussurrou:

— Então me fala sobre o pouco…

Mordeu o lóbulo da minha orelha, deu um beijo no meu pescoço e voltou ao seu lugar.

Um arrepio percorreu meu corpo.

Um sorriso escapou dos meus lábios.

Ela continuou suas carícias nos meus cabelos.

E, por alguns minutos, eu apenas senti…

Essa coisa que nascia entre nós.

E crescia dentro de mim.

— Me sinto culpado por Jack…

E principalmente por ter deixado ele levar minha irmã.

Soltei no meio do silêncio.

— Todos vocês deram o melhor. Jordan não só sabe… como viu isso. —

Alessa dizia com aquela voz suave, tranquila…

Que me trazia um pouco de paz.

— E Jack… — Ela fez uma pausa. — Lutou pela mulher que ama. Sabia dos riscos, e não se importou com isso. Ele não falhou. Deu o seu melhor até o fim.

Ela parou de me acariciar.

Ficou calada por alguns minutos.

Me virei para ela, que olhava pela janela.

Parece que as palavras que ela disse para me consolar…

Mexeram com ela também.

— Tá tudo bem? — perguntei.

Ela assentiu com um aceno, sem nem mesmo olhar pra mim.

Tirei uma das mãos do volante e coloquei em seu rosto, fazendo com que olhasse para mim.

— Ei, baby… fala comigo. — Disse, encarando seus olhos.

— Nem sempre o nosso melhor é o suficiente.

A voz dela foi um sussurro.

E aquilo mexeu com a minha alma.

"Nem sempre é o suficiente."

Foi exatamente isso que aconteceu hoje.

Passei a mão no cabelo, tentando organizar os pensamentos. Jordan, agora Evie… ambas grávidas e nas mãos do monstro do meu pai.

— Querido? — Alessa chamou, segurando meu braço. Eu nem tinha notado o quanto estava tremendo. Olhei pra ela e vi nos seus olhos o mesmo medo que eu via nos de Evelyn antes dos meus surtos. E aquilo... mexeu comigo.

Coloquei a mão no rosto dela, e ela pousou a mão sobre a minha. O simples toque dela me acalmava, me ancorava na realidade.

— Tá tudo bem, baby… — murmurei, dando um selinho nos seus lábios.

— E Brady… — Andrew chamou minha atenção. Me virei pra ele. — Seu pai… Ele tá aí.

Os tremores voltaram, mas dessa vez não eram por medo ou vozes na minha cabeça. Era fúria. Ódio puro. Hoje… hoje eu ia acabar com ele. Com o homem que destruiu a vida da Andrea, a minha… e a dos meus irmãos.

— Eu vou entrar. — respondi.

— Brady, ele é esperto. Sabe que a Jo foi pega, e agora a Evie. Se ele tá aí dentro, é porque tá planejando alguma coisa.

— A Alessa tem razão. Depois do que os Blacks fizeram, não dá pra acreditar que o senhor Anderson esteja aí só curtindo uma noite com a esposa — Andrew completou com convicção.

Eles estavam certos.

— Avisem o Alex. Coloquem homens por toda a casa. — Ele assentiu e foi junto com os outros cumprir minha ordem.

— Vamos simplesmente ir até lá, bater na porta como se nada tivesse acontecido? — Alessa perguntou, enquanto meus olhos continuavam fixos na porta da casa dos meus pais.

— Eu vou até lá. — A puxei pela cintura e colei seu corpo ao meu. — Mas você vai ficar aqui com o Mateo.

Alessa me lançou um olhar tão mortal com aqueles olhos cinzas que, se olhar matasse… eu já era.

Dei um beijo no seu pescoço, depois prendi meus olhos nos dela.

— Meu pai não está pra brincadeira. Saber que ele realmente está lá dentro muda tudo.

— Brandon… — ela começou, mas não deixei terminar. Capturei sua boca em um beijo apaixonado, urgente. Do jeito que já era a nossa marca registrada.

Quando nos separamos, segurei seu rosto entre as mãos.

— É sério, Alessa. Já estou sofrendo pela Jordan, pela Evelyn… — fiz uma pausa. — Mas eu realmente viraria o demônio se ele colocasse a mão em você.

— E eu, a rainha do inferno se ele tocar em você. Então estamos quites.

Ela me encarava com firmeza, sem baixar a guarda.

— Baby… — mas a senhorita Mancini me cortou, se afastou um pouco, cruzou os braços e mostrou exatamente quem era.

— Ou entramos juntos… ou nem entramos. — Ela se aproximou. — Ou estamos juntos, ou não estamos!

Sorri. Essa mulher não tava de brincadeira. Ela me queria com a mesma intensidade que eu a queria. A puxei pela cintura mais uma vez.

— Eu te disse naquele avião que você foi a melhor coisa que me aconteceu. E eu não tô nem um pouco disposto a abrir mão de você.

Levei a mão do pescoço até sua nuca e segurei firme, então sussurrei:

— Estamos juntos!

Ela sorriu pra mim, e a voz de Andrew nos tirou daquele momento.

— O chefe tá a caminho. Disse que você pode ir entrando. Ele chega em alguns minutos.

Assenti, peguei na mão da minha mulher.

— Vamos lá, baby. Tá na hora de conhecer seus sogros.