Capítulo 174 – O começo para o fim
Alexander
Eu falhei…
E isso me matava por dentro.
Só que, por fora, eu era pura fúria.
Lembro de quando a Sophia morreu e, no instante em que voltei pra guerra… eu causei dor e sofrimento. E gostava disso. Era minha forma de aliviar a dor que sentia: causando ainda mais.
Foi ali que ganhei o apelido de Ceifador.
Ver aquele helicóptero levar minha mulher, lembrar da maneira como ela me olhou, suas palavras…
“Você prometeu…”
Isso acabava comigo.
Só que agora não adiantava chorar. O tempo estava passando e, a cada minuto me lamentando, era um minuto a mais longe dela.
Assim que descemos do terraço, Benjamin veio ao nosso encontro. Os malditos atingiram a Rosa e, por sorte, foi só de raspão. Mas ela precisava de cuidados e ficar em observação.
Deixei uma equipe no hospital e Hugo e Diego atentos a todos os movimentos da cidade. Robert ainda não tirou as garotas de Houston, disso, eu tinha certeza.
Duas ligações. Me bastaram duas ligações para deixar a cidade inteira em alerta.
Robert Anderson subestimou o cara errado.
Eu não sou conhecido apenas por ser letal.
Eu criei vínculos, amizades, recebi gratidão.
E hoje… posso usufruir de todas elas.
Saímos do hospital e fomos pra Sterling. Eu precisava me preparar.
Queria minha mulher e minha irmã de volta antes do amanhecer.
Aline se prontificou a ficar com a Rosa e nos manter informados sobre o estado do Jackson.
A perda de sangue o fragilizou, mas estamos falando de um filho da puta que ama a vida, que morreria por qualquer um de nós, mas que também não daria a mão para a morte com facilidade.
Armado, preparado, e com sangue nos olhos…
E em breve, com sangue nas mãos.
Matar alguns desgraçados não traria minhas garotas de volta, mas acalmaria um pouco a fera que existe dentro de mim.
E foi isso que fiz.
Eu sangrei todos aqueles que ousaram passar no meu caminho, me olhar e me desafiar.
Mas, no final…
Eu vi alguém sangrando.
E esse sangue não me traria paz.
Susan era uma mulher maravilhosa.
Amava todos nós com a mesma intensidade com que amou seu próprio filho.
A dor do Brandon hoje era a nossa também.
Me doía fazer isso com ele. Mas, neste momento, não podíamos fazer nada pelos mortos.
Tínhamos que lutar pelos vivos.
— Chora depois. Agora a gente caça. — disse a ele com firmeza, sem desviar o olhar.
— Enterra depois. Agora… a gente destrói.
Ele pegou na minha mão e se levantou. Por um momento, achei que estava tudo certo. Que sairíamos dali em busca das garotas.
Mas Brandon… meu irmão… surtou.
— AAHH! — ele gritava, pegando a poltrona e jogando contra a parede.
— Brady… — Thomas tentou, mas eu o impedi.
— Deixa ele. — falei firme, e Tom apenas assentiu.
No fundo, eu sabia que era disso que ele precisava. Deixar a dor sair. Só assim ele conseguiria focar no que importava agora.
Brandon foi até um dos corpos no chão. Pegou uma arma.
Foi até o homem caído ao lado da Susan, provavelmente o maldito que matou ela e que o Brady deve ter abatido, e com lágrimas nos olhos, um grito preso na garganta…
Descarregou sua raiva.
Desfigurou o rosto do cretino com os tiros.
Só parou quando o cartucho esvaziou.
Ele ajoelhou, chorou.
E, depois de alguns minutos, fui até ele.
Me agachei ao seu lado, coloquei a mão em seu ombro.
— Está pronto? — perguntei num tom firme.
— Eu preciso da Alessa… — ele disse, levantou os olhos e encontrou os meus. — Eu não vou suportar se acontecer alguma coisa com ela.
— Vamos atrás das garotas, Alex — só assenti às palavras dele.
Brandon foi até a Susan novamente. Deu um beijo no rosto dela.
A cena mexeu com todos nós.
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