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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 219

Elena

Eu não pensei, só agi. Porque eu não suportaria a ideia de perdê-lo. Nunca.

Enzo Mancini.

O homem que me cativou no instante em que disse: “A ragazza sabe atirar?” , só que eu não era nem besta de dizer isso pra aquele galanteador.

Eu não me lembro de muita coisa. Tudo pra mim é como um flash: pisca na minha mente… e depois some.

Soube pelo médico que não precisei de cirurgia e, graças ao excelente atendimento que recebi antes de chegar aqui, nem de oxigênio precisei mais. E eu já imagino quem tenha feito isso. Meu querido amigo Andrew.

Cada um desses caras se tornaram meus amigos, quase irmãos. Todos. Sem exceção. Até o chefe.

Eles me lembram dos meus tempos nos Fuzileiros.

Me lembram… Julio.

Minha dor diária. Dor do que eu podia ter feito e não fiz.

Eu odeio hospitais. Me lembram deles… Assim como me lembram que fui fraca o suficiente para vir parar aqui. Na minha vida só tem duas opções: Vencer ou morrer.

Sobreviver… isso não faz parte do que eu sou. Porque pra eu sobreviver um dia, alguém precisou morrer.

Acordei com os lábios do meu mafioso nos meus. E ele ainda tendo a ousadia de me chamar de “mio amore”…

Retruquei as palavras, mas a verdade é que o que eu mais quero… é ser dele. É ser seu “amore”.

Ele e Elo precisaram ir embora, mas eu acabei dormindo ao ponto de perder a noção do tempo.

Já havia acordado há algum tempo, mas me recusei a abrir os olhos e encarar essas paredes brancas demais.

Ouvi a porta abrir e passos leves caminhando na minha direção. Provavelmente a pessoa pensava que eu estava dormindo, mantive meus olhos fechados.

Talvez fossem as enfermeiras novamente. Desde que me trouxeram pra esse quarto, de uma em uma hora, uma delas aparece.

Então senti primeiro o cheiro… Aquele amadeirado que gritava o quanto ele era homem…

E aquela pitada cítrica… que me lembrava o italiano sedutor que ele era. E também me lembrava que, antes, eu gostava dele… Mas depois de ontem, descobri que estou perdidamente apaixonada por ele.

Senti os lábios dele nos meus, mas mantive os olhos fechados. Só que meu suspiro por saber que ele estava ali… me entregou.

— Ragazza mia, sei que está acordada.

Abri os olhos e encontrei os cinzas dos dele. Levei uma mão até seu rosto… Era tão bom senti-lo de novo.

— Não gosto de olhar pra essas paredes brancas. Não gosto desse cheiro, e muito menos desse lugar. — Passei o dedo por seu rosto, como se pudesse, com esse toque, decorar cada pedacinho dele.

— E não estava fingindo… só estava fugindo disso.

Vi algo brilhar nos olhos dele, e aquilo mexeu comigo. Tentei me sentar, mas não consegui. Minha cabeça latejou na hora, e minha visão escureceu.

— Mio amore, não faça isso. Precisa repousar por um tempo.

Voltei a cabeça para o travesseiro, fechei os olhos novamente… E foi aí que um pensamento me atingiu. Abri os olhos rapidamente.

— Senhor Mancini, o que está fazendo aqui?

Vi a expressão dele mudar, e ele ficar irritado com a forma como o chamei.

— É sério, Elena, que depois de tudo vai voltar a me chamar assim?

— Enzo, enquanto você se preocupa com a forma que te chamo, eu me preocupo por você estar aqui. O que você tem na cabeça? Por acaso se esqueceu quem é? Você acabou de sofrer um atentado, Enzo. Sabe o que isso significa?

As palavras simplesmente saíam da minha boca, sem controle, apressadas. Que homem teimoso. O que ele tinha na cabeça?

Mas, ao invés de responder, ele abaixou o rosto até o meu e me beijou.

Não foi um beijo.

Foi O beijo.

Tinha entrega. Urgência. Saudade. Mas também tinha medo. Só não sabia se era dele… ou meu.

Enzo separou a boca da minha e colou nossas testas.

— Sabe o quanto senti falta de ouvir você brigar comigo, responder a tudo que falo? — Ele me deu um selinho antes de continuar. — De ficar irritada por qualquer coisa, ser teimosa e querer mandar em tudo?

Um sorriso brincou nos meus lábios.

— Eu odiaria uma pessoa assim. Não me faria falta nenhuma. — eu disse com o sorriso na voz.

— Mas eu não te odeio, Elena. Eu não conseguiria, nem se tentasse.

Ele passou a mão pelo meu rosto, afastando alguns fios de cabelo.

— É sério, Enzo. É perigoso pra você estar aqui. E se algo acontecer novamente? Eu nem consigo te ajudar. E eu prefiro morrer a deixar que algo te aconteça.

Havia pânico na minha voz. Medo. Desespero. Minhas palavras eram as mais sinceras. Demorei a ceder a ele, e agora… eu não suportaria a ideia dele se machucar. Ou dele…

— Elena Fontana, io ti amo.

O ar fugiu dos meus pulmões. Meu coração parou umas batidas. Acho que até esqueci como se fala.

— Você ouviu o que eu disse? — me perguntou com um daqueles sorrisos sedutores dele.

— Eu… É…

Droga. Esse italiano cretino e lindo me deixou sem palavras. Fechei os olhos, respirei fundo… e, quando os abri, encontrei os dele.

Deus… a forma como ele me olhava. Carregava devoção. Desejo. Paixão. Mas eu via muito bem… Estava bem ali. Seus olhos não mentiam.

Eu via amor.

— Estamos juntos só algumas horas… como? — perguntei confusa.

— Mio amore, isso não se explica. Só se sente.

Levei a mão no rosto dele.

— Você me enlouquece na maioria das vezes. Sempre me provoca. Mas… eu sou louca por você, Enzo.

Sou… desde o dia em que me chamou de “ragazza” pela primeira vez.

Nós dois rimos.

— Então está resolvido — ele disse, se ajeitando para deitar ao meu lado, de frente pra mim, apoiado no cotovelo.

— Você também me ama.

Capítulo 219 – Perdida na escuridão 1

Capítulo 219 – Perdida na escuridão 2

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