Capítulo 228 – Somos família
Evelyn
Minha pequena e eu ficamos dois dias no hospital. Lena, após alguns exames, teve alta no mesmo dia que a gente. O apartamento estava do jeito que Amélia e eu gostamos (porque, claro, Alexander mandou buscar a vovó e o vovô na mesma hora). Só que, infelizmente, nossa vida ainda é um caos.
Alex e Enzo estão trabalhando com todos os caras para entenderem tudo que está acontecendo na Cosa Nostra (que, só hoje, eu descobri que é um nome chique para máfia). Esse grupinho de famílias criminosas e poderosas, como diz o Jack: são os caras que mandam na porra toda.
Só que o que a Cosa Nostra não esperava era encontrar no caminho deles um lindo ceifador agarrado à sua foice… ou à sua Glock 19.
E o meu Alex é muito bom no que faz, e esses caras sabem disso.
O que nos tornou, mais uma vez, alvos. Assim como todos os outros.
Mas agora temos uma preciosidade com a gente: nossa bonequinha Rachel.
E não dá pra viajar para Zurique, em uma viagem de seis mil e trezentos quilômetros, com uma recém-nascida.
Pra mim é fácil ficar. Sei que temos bons homens que dariam suas vidas por mim e pela bebê.
Difícil está sendo convencer o pai dela disso…
— Quem é a princesinha do papai?
Alex falava com a Rachel em um tom de voz que nunca ouvimos antes. Era um tom brincalhão e bobo ao mesmo tempo. A famosa vozinha ridícula que o senhor Sterling disse que nunca usaria...
Pois é. Parece que o nunca não existe.
— Alex, você ainda não se trocou. — Saí do banheiro e fui direto pra cama, onde ele estava deitado com a nossa menina. — Vai se atrasar para o café, e para o seu compromisso.
— Amor, olha o jeito que ela me olha. Ela tá me pedindo pra ficar.
Revirei os olhos pra ele e me deitei ao lado da Rachel, que estava bem no centro da nossa cama.
— Amor, a bebê não te olha de jeito nenhum. Ela nem entende o que está acontecendo.
— Claro que Entende! — retrucou irritado. — Tanto entende que me olha com esses olhinhos me pedindo para ficar.
— Ou talvez, já que ela entende, esses olhinhos estejam dizendo: "Papai você vai se atrasar, e daqui a pouco meus tios entram arrombando a porta para te buscar!" — disse a ele com um sorriso de canto.
— Evelyn, parece até que quer se livrar de mim. Gostaria de lembrá-la que minha filha acabou de nascer, e tenho o direito de querer ficar com ela.
E aí estava o CEO autoritário Alexander Sterling. Parece que a vozinha boba e ridícula é exclusiva da Rachel.
— Claro que não quero me livrar de você. Mas quero esse problema resolvido, pra que possamos voltar para casa seguras — respondi, irritada.
Ele se levantou da cama irritado, passou a mão no cabelo e… Deus, esse homem era a visão dos céus.
Que isso Evelyn! Preciso me controlar, senão logo, logo estarei dando um irmãozinho pra Rachel.
— Eu vou me trocar. E ainda não decidi se vocês ficam ou vão.
— Alex, a bebê só tem três dias. A doutora Green disse que ela não pode viajar, pelo menos não até completar quinze dias.
— Eu sei disso. Jamais colocaria minha filha em risco. Mas não vou conseguir me concentrar sabendo que estou em Zurique e vocês aqui.
Ele caminhou até a poltrona onde eu já havia deixado sua roupa separada. Hoje em dia ele até desistiu de reclamar por eu fazer isso, depois que percebeu que não adiantava.
— Além disso, Enzo também precisa ir. E Elena também não pode viajar. Mandei alguns caras pra lá e estou esperando respostas. Enquanto isso, resolvemos as coisas com os malditos que ainda estão aqui.
Rachel resmungou, e eu sabia muito bem o que ela queria. Alex também.
— Eu te ajudo — ele disse.
Fui caminhando até a poltrona enquanto ele pegava nossa menina com aquelas mãos enormes. Rachel era quase um chaveirinho nas mãos do pai.
— Obrigada, mas eu consigo fazer sozinha. Você precisa…
Mas o rosnado dele me fez parar na mesma hora. Revirei os olhos pra ele, e por ser a segunda vez que fiz isso, era óbvio que ele não ia deixar barato.
Alexander abaixou o rosto até o meu, colocou a mão na minha nuca e segurou com firmeza.
Não me machucando, só me mostrando quem era ele.
Um sorriso brincou nos meus lábios.
— Sabe o que tenho vontade de fazer toda vez que você revira os olhos pra mim?
— O quê? — perguntei. Minha voz era só um sussurro, mas carregada de desejo.
Alex e eu tivemos nossos momentos nos últimos meses, mas, por conta da gravidez, não nos unimos já há algum tempo.
Ele não respondeu. Me beijou. E, Deus… o beijo dele foi tão gostoso que, por um instante, me esqueci até que Rachel estava agarrada ao meu seio, se alimentando.
Quando ouvimos a bebê resmungar, ele encerrou o beijo, mas não antes de deixar uma leve mordida no meu lábio inferior.
— De te colocar de bruços e dar umas belas palmadas nessa bunda deliciosa — ele disse, me dando um daqueles sorrisos que destrói qualquer calcinha.
Meu Deus… o que aconteceu comigo depois da gravidez?
Será que isso é normal?
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