Capítulo 247 – Proposta
Alexander
Consegui conter a ameaça em minha casa, mas meu melhor amigo saiu ferido. Tentei, antes de ir ao hospital, ter um momento de paz com minha mulher e minha filha. Expressar o alívio por vê-las bem, mas principalmente deixar claro o quanto as amo, e que, enquanto eu respirar, ninguém toca nas minhas meninas.
Mas os problemas me cercam. Acho que devo ser um ímã para eles. E no instante em que meu telefone tocou, precisei manter o controle. Não gosto de enrolação. E ele devia saber disso.
— Agora me diz logo o que quer, senhor Lorenzo Mancini.
— Ah, senhor Sterling. Eu quero muita coisa, mas neste momento quero conversar com você... pessoalmente.
Um sorriso irônico brincou nos meus lábios.
— Acha que sou idiota, Lorenzo?
— Certo che no! Posso pensar muitas coisas a seu respeito, mas idiota... Isso eu tenho certeza que não é.— Então... — Olhei para Evie, fiz um sinal de que sairia do quarto e ela assentiu. — O que o faz pensar que eu aceitaria conversar com você pessoalmente?
Enquanto conversava, fui caminhando para a sala onde todos estavam.
— Bem, tenho negócios a tratar. E sei que é do seu interesse.
Assim que entrei na sala onde estava Enzo, Elena, alguns dos meus homens e nossos convidados, coloquei o telefone no viva-voz. Dei uma única olhada a Hugo. O silêncio reinou, o único som era o do vento entrando pelas janelas destruídas.
— Posso garantir, Lorenzo… — Assim que ouviu o nome do avô, Enzo se aproximou de mim, mas eu continuei. — Que não tenho interesse nenhum em fazer negócios com você.
— Nem ouviu minha proposta ainda. Mas, como disse, só vai saber se nos encontrarmos pessoalmente. — me disse com insistência.
— Eu não irei ao encontro do homem que mandou assassinos até minha casa, a menos que seja para matá-lo.
Meus homens sorriram com a resposta. O silêncio voltou a reinar. O velho Mancini não esperava por isso.
— Senhor Sterling, sei que é um homem de negócios. Recusar uma proposta antes mesmo de ouvi-la...
Hugo fez sinal pra mim. Tinha conseguido a localização do cretino. Olhei para Owen, que assentiu, pegou as coordenadas e saiu com o restante dos caras.
— Lorenzo, se sua ligação foi exclusivamente para fazer essa proposta, então não temos mais nada a conversar. Porém... — Fiz uma pausa. Enzo me olhava com expectativa. — Eu tenho algo para você. E não é uma proposta. É um aviso.
Meu tom era afiado. Mortal. Do tipo que faz homens comuns tremerem. E Lorenzo era um desses homens.
— É melhor você invocare a Dio, porque quando eu colocar minhas mãos em você... a única proposta que me fará será para que eu o deixe morrer logo.
Um sorriso cruel brincou em meus lábios, e fiz questão de deixá-lo transparecer na minha voz.
— Mas essa, será mais uma proposta que irei recusar, Lorenzo. Porque vou garantir que sua morte seja lenta, dolorosa... e que você clame por misericórdia.
Ouvi ele engolir seco. O velho Mancini é um covarde, é do tipo que não suja as mãos, põe outros para fazerem isso. E está acostumado a ter pessoas se rendendo às suas vontades.
Mas eu…
Eu não me rendo. Nem me curvo a ninguém.
Encerrei a ligação. A última palavra precisava ser minha.
— Por que ele ligou pra você? — Enzo perguntou, visivelmente irritado.
— Disse que queria fazer negócios. Que tinha uma proposta. Mas só diria pessoalmente.
— O que acha que era, Alexander? — Tommaseo questionou.
— Tenho uma hipótese. Mas preciso ter certeza antes de dizer.
— Vai nos deixar no escuro? — Pedro questionou.
— Eu trabalho com evidências, não com suposições. Mas as terei mais rápido do que você imagina.
— Chefe... — Hugo me chamou. — Os caras estão chegando no local.
Peguei meu celular e liguei para Owen.
— Sondem. Avaliem. E deixem uma equipe secundária de vigília.
— Entendido. — Ele me respondeu.
— Depois voltem, tirem esses ratos daqui, quero o apartamento limpo. Vamos ficar no outro. Assim que acabarem, podem seguir para lá.
— Outro apartamento? — A voz da Evie surgiu atrás de mim. Encerrei a ligação e me aproximei dela.
— Sim, amor. Tenho outro como este, mas em outro prédio. Amélia sabe onde é. Vou pedir para alguém levar vocês pra lá enquanto vou ao hospital.
Ela assentiu, me deu um beijo e seguiu com Amélia para arrumar as coisas.
— Elo, você vai acompanhá-las. — Eu disse.
— Tudo bem. — E logo ela seguiu pelo corredor atrás de Evelyn.
— Agora vamos nós — disse, me voltando aos Dons.
— Vocês têm homens e condições de se defender. Se quiserem, conseguem as informações para desmascarar Lorenzo.
Me aproximei deles.
— O problema é que há traidores entre vocês. Lorenzo não teria se escondido por tanto tempo se a ajuda não viesse de dentro.
— Sim. — Ela virou-se para Enzo. — Quando eu voltar do hospital, vou para o apartamento novo.
— Você poderia ficar comigo no hotel.
— Se eu decidir ir, eu te aviso.
— Elena... — Enzo começou, mas ela colocou a mão no rosto dele e lhe deu um beijo rápido.
— Amor, eu te aviso.
Mesma contra vontade, Enzo acabou cedendo.
Começamos a descer para o estacionamento, mas notei a inquietação de Elena.
— Vai me contar ou...? — Olhei para ela em expectativa.
— Bom seria se eu conseguisse esconder alguma coisa de você...
Nós dois rimos.
— Já que não consegue... — A porta do elevador se abriu, e seguimos em direção ao carro.
Elena parou no meio do caminho, tirou o celular da bolsa, desbloqueou e me entregou.
Assim que li a mensagem, olhei para ela. A fúria tomou conta de mim.
— Você não devia esconder isso do Enzo — falei no meu tom habitual.
— Enzo já tem coisa demais na cabeça. Eu não quero ser mais um problema.
— Lena, você é a mulher dele. Não um problema.
— A questão, Alex... é que, se isso aqui acontecer... — Ela suspirou.
— Eu não me torno um problema. Vou ser a causadora... de uma tragédia.
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Oi meninas, peço desculpas mas hoje só consegui postar um capítulo. Sei que dois já é pouco, um então nem se fala. Mas preferi dar o gostinho a vocês do que está por vir, do que não postar nada.
Prometo me esforçar amanhã para compensá-las.
Meu bordão de sempre: Obrigado por estarem aqui, por acompanharem a história e um beijo no coração de vocês...
E se preparem para fortes emoções.

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