Capítulo 249 – Quatro brutamontes
Jordan
Tentei segurar a dor o máximo que pude, mas quando Alex chegou com a Lena, meu esforço foi por água abaixo. Eu já estava cercada por Tom, Brady e Ben.
Alessa e Chen nem ousaram se aproximar. E eu via nos olhos da Rosario que ela queria arrancar todos de cima de mim, mas conseguiu se controlar.
— Alguém vai me responder? — Alex perguntou.
— Ela está com dor, mas não quer sair daqui. — Brady respondeu.
— E desde quando ela manda?
— Desde que é a minha vida! — Retruquei irritada.
Alexander se aproximou, me encarando com aqueles olhos que parecem arrancar nossa alma do corpo.
— Já te disse que você só se manda quando isso não colocar sua vida em risco.
— Alex… — Tentei argumentar, mas não teve acordo.
Ben se levantou. Alex estendeu a mão para que eu também me levantasse, e Tom e Brady não saíram do meu lado.
— Vou com ela para ser atendida. Se tiverem notícias do Jack, me avisem. — Disse Alex, olhando para Brady que logo retrucou:
— Eu vou junto.
— Também vou. — Disse Tom.
— E quem disse que eu vou ficar? — completou Ben.
— Meninos, não vão permitir que todos vocês acompanhem. — Alessa tentou alertar.
— Veremos, baby. — Brady respondeu.
Fomos rumo à recepção. Eu e mais quatro brutamontes ao meu lado. Só que, no meio do caminho, a dor me pegou de novo.
— PUTA MERDA!! — gritei, praticamente berrando.
Parei no meio do corredor e todos me olharam com expectativa.
— Pequena, acha que vai nascer? — Ben perguntou preocupado.
— Eu espero que não! Ainda não está na hora, e já conversei seriamente com esse bebê e ele só sai daqui com o Jack ao meu lado.
— Acho que isso não depende de você. — Alex comentou.
Coloquei a mão na barriga e falei com Andrew:
— Hei, pequeno… lembra do nosso combinado? Nada de vir ao mundo agora…
Todos me olharam como se eu fosse maluca, mas nem liguei. Só que, ao dar meu primeiro passo...
— UOOOOOU! — gritei, e com o grito algo escorreu pelas minhas pernas, molhando minha roupa, como se eu tivesse feito xixi nas calças.
— Merda! — Brady xingou.
Sem avisar, Alex me pegou no colo. Outra contração veio, e eu grudei na camisa dele. Ele não corria, mas seus passos eram tão largos e rápidos que, em segundos, estávamos na recepção. Thomas já ligava para a Aline, contando o que estava acontecendo.
— A bolsa dela estourou. — Ben disse à atendente.
— Vou chamar uma enfermeira para buscá-la. — A moça ligou. Eu me contorcia de dor, agarrada à camisa do Alex.
Ele beijou minha testa e sussurrou:
— Vai ficar tudo bem.
Mas eu sabia que não ia...
Andrew estava nascendo muito antes da hora. E o amor da minha vida não estava comigo. Comecei a tremer, e não sabia se era pelas dores... ou pelo medo.
— Vocês podem seguir até aquela porta. A enfermeira já está aguardando com a cadeira de rodas. — disse a atendente.
Fomos na direção indicada. E mais uma contração veio.
— Santo Deus!! — murmurei, tentando parecer forte. Mas estava difícil. E minha mente só ia até ele, eu só queria o Jack.
Chegamos à porta e Aline vinha em nossa direção.
— A bolsa estourou? — ela perguntou, se aproximando.
— Sim. — Alex respondeu.
— Aline… e o Jack? — perguntei, gemendo de dor novamente.
— Jo, ele está bem. A concussão foi leve. O sangue foi de um pequeno corte que já foi suturado. Estamos só aguardando ele acordar.
A porta se abriu e a enfermeira saiu, empurrando uma cadeira de rodas. Alex me colocou nela.
— Quem vai acompanhá-la? — a moça perguntou, tranquila demais para o que estava prestes há acontecer.
— Eu! — A resposta veio em uníssono
Pois é. Os quatro responderam juntos.
— Rapazes, vocês precisam decidir. Não é comum quatro acompanhantes.
— Bom, então eles que se acostumem. Nada na nossa família é comum. — Brady respondeu.
— Pequena, o que está sentindo? — Tom perguntou, a preocupação evidente na voz.
— Aline, o que tá acontecendo com ela?! — Brady perguntou. O medo dele começou a ser o meu também.
— Meninos, ela está em trabalho de parto. Precisam se acalmar para que ela fique calma também. — Aline os repreendeu.
— Mais uma vez, Jordan. Força, querida, você consegue! — o médico incentivou.
Empurrei de novo. Mas não consegui. Meu corpo cedeu mais uma vez.
— Alex... — comecei a chamá-lo. — Eu não consigo… não dá, eu não consigo.
As lágrimas escorriam livremente. Era dor, medo, desespero.
— Vai dar tudo certo, meu amor. Você só precisa fazer força mais uma vez. — Alex disse, com uma calma que não combinava com o cara explosivo que ele era.
— Eu não consigo…
— Você consegue, pequena. Estamos aqui com você. — Tom reforçou.
— Jo, lembra quando aquele galho caiu em você? Nem eu nem a Rosa vimos. Te procuramos pelo parque e você só tinha nove anos. Mas empurrou com tanta força… Foi tão corajosa, mesmo machucada, não desistiu. — Brady disse, passando a mão no meu rosto. — Você consegue, minha princesa. Vamos de novo.
Olhei nos olhos do meu irmão, respirei fundo e forcei outra vez.
— AAAAAAA! — gritei.
— Muito bem, garota. Ele está vindo.
Segurei a mão de Tom e Alex.
— Vamos, pequena... Traz nosso menino pro mundo. — Ben disse, com a voz embargada.
Fechei os olhos e pensei no Jackson. Nos olhos azuis que eu amo. No seu sorriso. Na sua voz…
“Você consegue, marrenta.”
Foi como se eu pudesse ouvi-lo.
Forcei de novo.
— AAAAAAAA!
E foi nesse instante que a porta se escancarou, e alguém entrou em desespero.
— PUTA MERDA!!! — ele gritou, arregalando os olhos para o bebê que nascia.
— QUE PORRA É ESSA?! DESSE JEITO VAI DESTRUIR MEU BRINQUEDO!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo