Capítulo 266 – Começo para o fim
Enzo
Estou decidido a colocar um ponto final em tudo isso. Nunca gostei de ter sido privado de ser criança, de curtir minha adolescência. Mio nonno dizia que tudo era besteira, que o importante era minhas conquistas, e que um dia tudo seria meu. Eu não pedi para ser Don, eu nasci em meio a isso, e no final não tive escolha.
Desde que Alessa foi sequestrada, notei a tristeza de mia sorella pela vida que tínhamos, o medo de quem se aproximava, a certeza de que nunca vinham até nós por quem éramos como pessoa, mas sim pelo que representávamos na Cosa Nostra, foi nesse instante que meus pensamentos começaram a mudar.
Só que elas só mudam se tomarmos atitudes.
Estou tomando a minha, e preparando o começo… para o fim.
— Você não pode me matar, Enzo… — Paola dizia com dificuldade, pois minhas mãos ainda estavam fechadas em seu pescoço.
— Mia cara, eu não só posso, como vou. — A joguei no chão, fazendo com que soltasse um grito pela dor. — Mas não será agora, será hoje… — Dei um sorriso carregado de sarcasmo. — Mas você ainda tem uns minutos de vida.
— Cretino — ela cuspiu.
— Obrigado — respondi em deboche.
Fiz sinal para que pegassem a maledetta do chão e a colocassem no sofá. Depois, olhei para os homens com Vito e mandei que fizessem o mesmo com ele.
Me direcionei para a poltrona de frente para eles, me sentei com toda a calma, como se o mundo tivesse parado só para mim. Ajeitei novamente meu blazer, me recostei na poltrona e olhei para os dois à minha frente.
— Ora parliamo — eu disse.
— Não tenho nada para falar com você — Vito me disse, furioso.
Me inclinei levemente para frente.
— Ah, tem. Eu sei que tem.
Estalei meus dedos, e logo Giuseppe trouxe a minha maleta.
— Eu ia esperar por Sterling, sei que ele é muito bom em interrogatórios. — Abri minha maleta e peguei um alicate. — Mas então pensei: “Por que esperar, se eu mesmo posso fazer?”.
Olhei para o alicate, o abri e fechei. Os dois não desviavam o olhar dos meus movimentos. Tentavam manter a postura arrogante, mas sabiam bem quem eu era. Fui treinado por Lorenzo Mancini desde criança. Mesmo não gostando de nada disso, sempre fui um bom aluno.
— Quem vai começar? — perguntei, ainda olhando para o instrumento. — Não vão responder? — Me levantei e caminhei até eles. Sentei na mesinha de centro, ficando bem na frente deles.
— Vito, acho que deveria ser um cavalheiro. — Prendi meus olhos em Paola. — E deixar primeiro as damas.
— Não tenho nada para falar com você — ela me rebateu.
Peguei suas mãos com toda delicadeza, a acariciei. Paola me olhou confusa. Depois a segurei com firmeza, ela tentou puxar de volta. Encaixei um dedo dela no instrumento.
— Me diz novamente, cara mia. Você realmente não tem nada para me dizer?
Apertei levemente o alicate, não para arrancar o dedo, mas para que ela sentisse dor.
— AAAAH — Ela gritou.
— O que foi, cara mia? Aconteceu alguma coisa?
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