Capítulo 268 – Traidora
Alessa
Não tive lua de mel, não curti o nascimento do meu sobrinho e ainda tive que ver a minha cunhada sentir uma dor que eu conhecia bem: a da perda. E não era qualquer uma, era a do seu pai.
Insisti para Brandon descansar, sabia que Lena precisava do apoio de cada um de nós. Mas, neste momento, as únicas pessoas que podiam dar o consolo de que ela precisava eram Enzo e Elo.
Mesmo que tenha sido por poucas horas, meu amor relaxou. De todas as noites que passamos juntos, essa de longe foi a mais louca.
Eu estava acordada, só admirando o loiro lindo deitado na minha cama, decorando cada traço do seu rosto, cada detalhe do seu corpo. Meu marido era quase um deus.
— Se continuar me olhando desse jeito, vou desistir de dormir e te dar um bom dia bem gostoso — ele disse, ainda com os olhos fechados, mas com um sorriso atrevido nos lábios.
— Ainda não entendi por que você está aí parado em vez de me dar esse “bom dia” gostoso.
Sem aviso, ele levantou e me virou na cama, deitando em cima de mim.
— Brandon! — eu disse entre risos.
— Qual o problema, senhora Anderson? Provocou, agora aguenta as consequências.
Ele desceu os lábios até os meus, mas seu beijo foi rápido, porque logo sua boca estava explorando cada parte do meu corpo. Sua mão subiu por debaixo da minha camisola e começou a ficar cada vez mais difícil conter os gemidos.
Mas aí ouvimos batidas na porta. Brandon parou o que estava fazendo e escondeu o rosto nos meus seios.
— Amor, o que está fazendo? — perguntei.
— Tentando me esconder do meu irmão, será que consigo?
Eu ri, passei a mão no seu cabelo. Ele me olhou com aqueles olhos azuis.
— Te amo — eu disse, ele me beijou e sussurrou entre nossos lábios.
— Também te amo, baby.
— BRADY!
— JÁ TÔ INDO, ALEX! — ele gritou, irritado, e se levantou, indo em direção ao banheiro.
— O que está fazendo aí deitada?
— Descansando — respondi com um sorriso.
— Você tem trinta segundos para levantar dessa cama e vir me dar bom dia, se não, vou até aí e te carrego igual a um homem das cavernas.
— Puxando pelo cabelo, ou me carregando no ombro? — perguntei com malícia.
— Você escolhe, baby.
— Ah, não, vou deixar por sua conta.
Ele veio até a cama, me puxou pelas pernas e me jogou no ombro. Eu comecei a rir, e ele deu um tapa na minha bunda.
— Você tá muito agressivo hoje, homem das cavernas.
Quando entramos no box, ele me colocou no chão, ligou o chuveiro e recebeu o meu bom dia.
Quando terminamos saímos, e nos tracamos para ver o que Alex queria.
— Aonde vocês vão?
— Ainda não sei, baby, mas para o Alex já ter saído do quarto, boa coisa não é.
— Amor, me diz quando é uma coisa boa.
Ele me puxou pela cintura, me deu um beijo no pescoço e disse:
— Ultimamente, amor, a única coisa boa que tenho é você.
— Ah, mas isso você vai ter sempre.
— Assim espero.
Brandon me deu um último beijo, e saímos de mãos dadas. Chegamos na sala, ou em uma feira livre, ainda não decidi.
— Giuseppe mandou a localização do Enzo. Ele rendeu Paola e Vito — Benjamin informou a todos.
— Ok, estou indo para lá. — Alex começou. — Brady, Ben, Tom, Jack, Chen, Owen e Asher vêm comigo. Deixem o Ethan se recuperando, e o restante fiquem atentos. Não quero ninguém fora do apartamento até eu voltar — Ele concluiu.
Todas assentiram, mas aí a senhora Sterling entrou na sala com sua miniatura linda no colo.
— Alexander Sterling, eu disse que só sairia depois do almoço.
— Evelyn, não começa. Tenho coisas importantes para fazer.
Ela se aproximou de mim, me entregou a Rachel e seguiu até o Alex.
— Tem certeza, senhor Sterling, que vai querer comprar essa briga? — Ela cruzou os braços, e todos na sala praticamente evitavam respirar.
— Amor… — esse era o sinal claro de que, sem muito esforço, Evie venceu. — Enzo precisa de mim, e nós ainda temos a cerimônia do Mario e do Dimas. Quanto mais rápido eu for, mais rápido eu volto.
Ela estreitou os olhos para ele.
— Quando o almoço for servido, eu quero todos — ele saiu, apontando para cada um. — Sem exceção, na mesa. Isso dá a vocês, no máximo, três horas para resolverem seus problemas.
— Acho melhor a gente já levar uma russa, chega lá atirando para chegarmos para o almoço — disse Jack, fazendo a sala inteira rir.
— Se ela garantir que cheguem no horário, sou super a favor — Evie disse, pegando Rachel do meu colo e indo em direção à cozinha.
Conversamos mais um pouco, depois Aline e eu saímos para que ela tentasse descansar com a Maria. Chegamos no corredor e vi Hugo aflito.
— Qual o problema? A Elo está bem? — Aline perguntou, preocupada.
— Ela está bem, mas não quer que eu saia do lado dela. E surgiu um problema, e não tô conseguindo falar nem com o chefe, nem com os caras.
— Que problema? — perguntei, aflita.
— Seu avô, o vi rondando o prédio onde eles estão.
— Vamos chamar um dos meninos, e eles podem ir até lá avisar o Alex — Aline disse.
— Me dá o endereço.
— Alessa… — Hugo começou.
— Eu vou entregar para um dos meninos — respondi.
Ele me entregou o tablet, e reconheci o endereço.
— Não fica longe daqui, conheço bem esse lugar.
Sem falar mais nada, corri até a sala.
— Javier, Mateo, preciso que venham comigo — disse, assim que entrei na sala.
— Alessa, o chefe disse…
— Eu sei o que ele disse, Javier, e é para lá mesmo que vamos. Mio nonno está chegando lá, e Hugo não consegue avisar ninguém.
— Nesse caso, nos dê o endereço e nós vamos — Javier disse.
— Eu irei junto, e isso não está aberto a discussão. Se não me deixarem ir com vocês, irei sozinha.
Eles suspiraram derrotados, e acabaram cedendo. Quando chegamos, fomos direto para a cobertura. Enzo não sabe, mas esse apartamento foi meu avô quem me deu. Disse que era um presente pelo noivado com Vito. O lugar perfeito para esses cretinos se esconderem, ninguém procura na própria casa, ninguém nunca vai no óbvio.
Eu olhava para a arma em minha mão. Meu pai me ensinou a atirar, e desde o dia em que ele morreu, nunca mais peguei em uma arma. Mas Matteo insistiu para que eu subisse armada.
A porta do elevador abriu, e ninguém pareceu se importar. Paola estava falando com Enzo, ao lado de Vito, que estava… morto.
— Eu matei, Enzo. Sinto muito. Mas fui eu quem matei seus pais.
Aquelas palavras me atingiram. Uma fúria tomou conta de mim. Levantei a arma, engatilhei, mirei e atirei. E fiz tudo isso em questão de segundos. Eu a matei.
Mantive meus braços esticados, minha mão firme, e meus olhos fixos naquela vadia.
E hoje, finalmente, meus pais descansaram em paz.
"Perché la traditrice è morta."

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