Capítulo 270 – Mia principessina
Enzo
O resumo da manhã, depois da madrugada tortuosa que tivemos foi:
Eu matei Vito, mia sorella matou Paola. E descobrimos que mio nonno mandou matar meu pai.
Solo questo!
Me arrependi da forma como falei com Alessa. Eu sofria, mas ela também. E descobrir quem era o traditore que tinha matado nossos pais sempre foi o que mais desejamos. No fim, mesmo com o nosso desentendimento, hoje tínhamos fechado esse ciclo da nossa vida.
“Perché la traditrice è morta.”
Confesso que saber que mia bambina não queria me ver me magoou. Mas quando mia principessina correu até mim, todos os problemas que me perseguiam, naquele momento, mesmo que por frações de segundo, se dissiparam.
Brandon foi até Alessa, e decidi deixar as coisas se acalmarem para que nós dois pudéssemos conversar depois.
— Italiano, agora podemos fazer panquecas?
— Ah, amore mio, vamos conversar com a Amélia sobre isso.
— Quem é Amélia?
Apontei para onde a senhora estava, segurando Rachel.
— É aquela vovó ali.
— Uauuu, ela tem um bebê.
Alexander, que estava próximo a nós, riu do jeito de mia Maria.
— Ela é a vovó da bebê. Este aqui é o papai — Apontei para Alexander. — E aquela ali é a mamãe dela — A mostrei Evelyn.
— A bebê tem papai e mamãe?
— Tem sim, amore mio.
Amélia se aproximou de nós.
— Olá, pequenina — ela cumprimentou Maria com carinho.
— Olá, vovó da bebê — Todos riram de suas palavras.
— Bem, você e a tia Elena não comeram nada, que tal irmos até a cozinha para fazermos suas panquecas?
Maria olhou para mim.
— Você também vem? — Ela me olhava com expectativa. Eu queria ir ver mia donna, mas havia prometido para mia principessina que faria panquecas com ela. Até jurei de mindinho, sem nem mesmo saber o que isso significava.
— Claro que sim, amore mio, eu prometi.
— Muito bem — Ela disse, balançando a cabeça em sinal de "sim". — Papai diz que temos sempre que cumprir as promessas, falar a verdade e… — Maria colocou o dedinho no queixo, como se estivesse pensando. — Não me lembro qual era a outra coisa, mas vou perguntar a ele, tá bom?
Engoli em seco e vi os olhos de Amélia se encherem de lágrimas.
— Tudo bem, mia vita. Descobrimos a última coisa depois.
— Agora vamos às panquecas? — Amélia perguntou, e nós dois assentimos.
Chegamos na cozinha e eu nem mesmo tinha ideia do que fazer, quanto mais como se faz uma panqueca. Mas pela mia principessina, estou disposto a aprender. Que meus amigos Dons nunca saibam disso.
Amélia tinha uma paciência que era admirável. E não era só com a Maria, era comigo também. Meu blazer já tinha ido parar no chão, minha arma no balcão. Minha camisa, com as mangas dobradas até os cotovelos, e eu? Estava coberto de farinha.
Evelyn apareceu com Alexander, que estava com a bebê em seu colo.
— Essas panquecas parecem estar deliciosas — Evie disse, parando ao lado de Maria, que estava em pé em cima de um banco para ficar na altura do balcão.
— A vovó da bebê faz panquecas melhor que o meu pai — Maria se aproximou de Evie, colocou a mãozinha na boca e sussurrou. — Só não conta para ele.
Evelyn riu, fez o mesmo gesto que ela e respondeu.
— Seu segredo está bem guardado.
— Obrigado… — Mia principessina sussurrou de volta.
Ficamos mais um tempo ali. Evie ajudou Amélia, depois começou a arrumar a mesa para o almoço.
— Vou preparar a bandeja para que leve à Elena — ela me disse, e eu assenti.
Alexander se aproximou com sua bambina no colo.
— Quem diria, Don Mancini fazendo panquecas. Nem acredito que vivi para ver isso — ele disse em tom de deboche.
— Vito disse que meu primeiro atentado coordenado foi o tiro no porto. O que Elena me salvou.
— E Robert feriu Alessa antes disso. — Disse Alexander.
— Sim, o maledetto deu um tiro em mia bambina. — só a lembraça daquele dia despertava o pior em mim.
— Alex, o que muda sabermos que eles são sócios? Estou tentando acompanhar seu raciocínio, mas estou falhando — Perguntei a ele porque a minha dúvida era genuína.
— Isso muda uma vida, Enzo, pois significa que nós sempre estivemos ligados, fizemos parte desses esquemas sem nem mesmo imaginar que eles existiam.
— Para ser sincero, para mim só mostra o quão escrotos são mio nonno e teu pai.
— Concordo com você, mas também me faz criar inúmeras teorias na minha cabeça, e agora sou eu quem vou ser sincero… Eu não gosto de nenhuma delas.
— Italiano… — A vozinha de mia principessina nos tirou da nossa conversa.
Abaixei para pegá-la no colo.
— Fala, amore mio.
— A vovó da bebê me ajudou a fazer uma comida BEEEM gostosa para a tia Lena, podemos levar para ela? — Dei um beijo na mia piccola.
— Claro, mia vita.
Evelyn se aproximou para chamar Alexander para a mesa, e io e mia principessina seguimos para o quarto onde estava mia donna.
Maria abriu a porta para que eu passasse com a bandeja. Mas Elena não estava na cama.
— Amore mio?! — A chamei, colocando a bandeja em cima da mesa.
— Tia Lena?! — Mia piccola também chamou. Notei a porta do banheiro fechada. Bati e a chamei.
— Elena?! Abra a porta, amore mio.
Coloquei o ouvido na porta, mas tudo era silêncio. Forcei a porta. Maria batia, a chamando.
— Mia principessina, se afaste por favor. — Maria assentiu e deu dois passinhos para trás. Eu vi o medo refletido em seus olhinhos.
Dei o primeiro chute e nada. Fui com mais força no segundo e a porta estourou. O barulho ecoou no quarto. Quando empurrei e entrei, meu coração parou uma batida.
— TIA LENAAA!

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