Capítulo 271 – Reinar como desejo
Enzo
Depois do meu momento com mia principessina e minha conversa com Alexander, fui até o quarto ver mia donna e levar algo para que comesse. Mas quando entrei e não a vi na cama, e ela não nos respondia do banheiro, meu coração apertou.
Mesmo tentando manter a calma, o medo tomou conta. Elena já passou por tantas coisas, tantas perdas, que tinha medo do que viria ao abrir a porta.
E como imaginei, o que vi me gelou a alma, e em mia Maria, causou desespero.
Corri até ela. Elena estava caída no chão, escorria sangue do machucado que ela havia feito no elevador. A puxei para mim com cuidado, e senti minhas mãos tremerem. Peguei o telefone em meu bolso.
— Giuseppe, estou em meu quarto. Encontrei Elena desmaiada e sangrando no chão do banheiro. Per Dio, peça para Aline vir até aqui.
— Estamos indo, Don — Encerrei a ligação e joguei o aparelho de lado.
— Amore mio, per favore — Eu passava a mão em seu rosto com cuidado.
— Tia Lena?! Por favor, acorda… — Mia Maria dizia, entre as lágrimas.
Peguei Elena no colo e caminhei com ela até a cama. A deitei com cuidado e me sentei ao seu lado. Maria ficou em pé, ao lado da cama. Notei que, assim como eu, a piccola tremia.
— Vem aqui, amore mio… — A chamei, e ela correu até meu colo.
Eu acariciava mia donna, a beijava, mas ela simplesmente não reagia. Encostei minha testa na dela.
— Per favor, amore mio, fala comigo.
Maria começou a chorar, e eu a abracei.
— Está tudo bem, mia principessina — Dei um beijo em sua cabecinha.
— Italiano, e se o papai do céu quiser a tia Lena para ele?
Eu me esqueci de respirar ao ouvir as palavras de mia piccola.
— O papai diz que ele leva para morar com ele as pessoas especiais. E a tia Lena é especial. — A puxei para mim e a beijei novamente.
— Mia vita, a tia Elena só está dormindo. Provavelmente ela desmaiou e logo vai acordar.
— Promete? — Maria me perguntou, me encarando com seus olhinhos castanhos.
— Prometo, amore mio.
A porta abriu, e entraram Aline, ao lado de Thomas, Evelyn, Alexander e Giuseppe.
— O que houve? — Aline perguntou, sentando ao lado de Elena.
— Não sei, a encontrei desmaiada no banheiro e com sangue escorrendo da cabeça.
Ela começou a examinar mia donna. Evelyn se aproximou da Maria.
— Maria, você não quer ir comigo lá na sala? Me ajudar com a bebê?
Ela negou com a cabeça e se agarrou a mim.
— Va tutto bene, Evie. Pode deixá-la aqui comigo.
— Tem certeza, Enzo? — me perguntou, e eu só assenti, mantendo mia piccola em meu colo.
— A pressão dela caiu, deve ter sido esse o motivo do desmaio. O problema é que ela ainda estava em recuperação, aí teve a batida na madrugada, e agora…
— Acha melhor levá-la ao hospital?
— O ideal seria, Enzo, mas conhecendo minha amiga… Vai ser difícil convencê-la.
— Se me disser que ela precisa, a levo nem que seja amarrada — respondi, firme.
— O sangue é do ferimento de cedo. Vou limpar e colocar um curativo. Acredito que ela acorde em alguns minutos, precisamos fazê-la comer.
Aline passou a mão em seu rosto.
— Elena está exausta, não só fisicamente, mas mentalmente também. Muita coisa aconteceu em um espaço curto de tempo.
Ela me encarou.
— Tudo que ela precisa agora é de ajuda para passar por tudo isso, e, claro, muito amor. Mas isso — ela pegou na mão de mia Maria. — Tenho certeza de que ela terá de sobra, por todos os lados.
Elena gemeu e logo abriu os olhos.
— Grazie a Dio, você acordou, amore mio.
— O que aconteceu?
— Te encontrei caída no banheiro.
— Não me lembro nem de ter ido lá — ela me respondeu.
Maria saiu do meu colo e envolveu os bracinhos no pescoço de mia donna.
— Eu fiquei com medo, tia Lena.
— Desculpe, meu raio de sol, não queria te assustar.
Olhei para mia Elena e mia Maria, que conversavam agarradas uma na outra. Depois, voltei minha atenção para Giuseppe.
— Não adianta ser Rei, se não tiver comigo minha Rainha.
— E já contou para ela?
— Ainda não. Mia donna tem muita coisa na cabeça. E ela nem mesmo enterrou o pai. Tudo no seu tempo, mio amico.
Encerramos nossa conversa. Ele saiu do quarto e voltei para ficar com le mie bambine.
— Algum problema? — Elena me perguntou.
Levei meus lábios até os dela, somente em uma carícia.
— Vários… — Passei a mão no rosto dela. — Mas eu os deixei todos lá fora. Aqui dentro só quero vocês.
Elena se aninhou em mim. Depois de muita insistência, ela decidiu comer.
Comemos, conversamos, brincamos com nossa bambina. E nos permitimos, pelo menos neste momento, nesse quarto, ser pessoas normais. Uma família.
Meu telefone começou a tocar, e me levantei para pegá-lo. Eu o tinha deixado no chão do banheiro depois que liguei para Giuseppe. Não olhei para o visor, eu somente atendi.
— Ciao.
— Enzo?!
— Tio?
— Preciso da sua ajuda — Sentia sua voz aflita.
— Onde está? Vou mandar alguém te buscar.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
— Tio... — O chamei novamente.
— Maledetti! Não dá tempo, eles já estão aqui.
— Eles quem, tio? Não estou entendendo.
— Você precisa saber, Enzo, o Lorenzo, ele não é seu…
E antes que ele terminasse de falar, ouvi barulhos de tiro, uma sequência deles. Como uma metralhadora. Ouvi meu tio me chamar, e logo em seguida um estrondo, algo explodiu. A ligação ficou muda, e por puro impulso eu gritei.
— TIO!!!!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo