Capítulo 276 – Um Don é capaz
Enzo
Minha Maria estava sofrendo, assim como minha Elena. E eu sofria pelas duas, mas também queria mostrar a elas que eu estava aqui. E estaria para sempre.
Depois de uma das conversas mais difíceis que tive em toda a minha vida, senti meu coração se aquecer. Pois tinha la donna della mia vita, e mia principessina em meus braços.
Só que aí Giuseppe apareceu, e eu conheço mio soldato e amico: ele jamais me interromperia nesse momento se não fosse importante. Maria não queria que eu fosse, e para dizer a verdade, eu também não queria deixá-las. Mas isso não seria possível, não com tudo que está acontecendo…
E o que está prestes a acontecer.
— Parla — Eu disse a ele assim que entrei na sala.
— Parece que Alexander acertou, Giovanni não morreu. Mas foi levado.
Senti um alívio me tomar, mesmo que seja ruim ele ter sido levado. Ele ainda estava vivo.
— Por quem?
— Ao que tudo indica, eram soldati do Marcello.
— Só podia ser, maledetto traditore. Leonardo sabe disso?
— Sim, Alex fez questão de ele mesmo ligar para contar.
— Mio amico Alexander é esperto e rápido. Ele quer trazer Leonardo para nosso lado, e garantir que ele seja o novo Don.
— Tem mais uma coisa…
— Certo che sì. Sempre tem.
— Hugo e Diego conseguiram acompanhar os maledetti pelas câmeras da cidade, e eles foram para o aeroporto. Provavelmente vão tirá-lo do país.
— Santo Dio, e eu pensando que teria uns dias de paz.
— Sinto muito, Don, mas a paz não costuma fazer parte da sua vida.
— Nem me diga.
— O que quer que eu faça?
— Tenho uma coisa para você, mas não envolve o Giovanni. Não nesse momento.
— É só falar.
— Quero sua total discrição, como sempre — Ele assentiu, e eu continuei. — Preciso que consiga todos os documentos do meu nascimento e faça um exame entre mia sorella e eu.
— Exame?
— Sim, DNA.
— Don…
— É isso mesmo, Giuseppe, não tenho mais certeza se somos irmãos. As pessoas que poderiam me dar essa certeza não estão disponíveis no momento. Duas estão mortas, um foi sequestrado e o outro é o maledetto que está tentando me matar.
— Quer me contar de onde surgiu isso?
— Por enquanto não. E nem quero que Alessa saiba de nada disso também, pelo menos não até eu ter certeza.
— OK, mas e sobre o Giovanni?
— Se foi Marcello, sei bem para onde o levaram. Vou participar da cerimônia de mio sogro, depois viajaremos.
Ele assentiu, mas antes que ele saísse, o mandei preparar um carro para nos levar até o Sterling. Retornei ao quarto, mas elas não estavam lá. Ouvi a voz de Elena, me virei, a porta do outro quarto estava entreaberta. As duas conversavam enquanto arrumavam a malinha de mia principessina.
Empurrei a porta com cuidado, elas nem mesmo me notaram. Fiquei por alguns segundos, encostado no batente da porta, só admirando mia donna, como ela era bella.
Maria notou minha presença e correu até mim.
— Italiano, a tia Lena me deixou levar tudo isso — Ela abriu os braços para mostrar as coisas que estavam em cima de sua cama.
— O que ouviu, senhor Enzo Mancini, ou prefere ser chamado de Don Mancini?
— Sara… — Elena começou, mas a moça não a deixou terminar.
— Entendo sua dor, Elena, e que sinta essa conexão com a Maria por conta do seu pai — Ela se virou para me encarar. — Mas não vou permitir que leve a menina para viver com um bandido.
— Bandido? — Disse, me aproximando dela.
— Exatamente, eu sei muito bem quem é e o que faz — Ela deu um passo, como se quisesse me intimidar. — E estou dizendo, você não irá levá-la. A Maria não sai daqui!
Senti os bracinhos da mia bambina se apertarem em meu pescoço.
— E quem vai me impedir? — perguntei, e meu tom era mortal.
— Eu! — Ela respondeu, sem hesitar.
— Pois bem, ragazza, tente impedir o “bandido” aqui.
Fiz sinal para Giuseppe, que colocou a arma na cabeça da mulher, que vacilou por um segundo, perdendo sua pose de durona.
— Enzo… — Elena sussurrou, mas eu não ia voltar atrás, a donna me desafiou, então agora ela vai me conhecer. Com um tom baixo, frio, e que não deixa espaços para dúvidas, eu disse:
— Espero que esteja preparada ragazza... Sara. — Disse seu nome com desdém. — Porque estou prestes a te mostrar.
Olhei para Giuseppe, ele engatilhou a arma.
— O que um Don é capaz de fazer.
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Oi meninas, hoje infelizmente só consegui postar dois. Não estou bem de saúde, mas irei me esforçar para recompensar amanhã.
Agradeço por acompanharem a história, espero que estejam gostando. Um beijo no coração de cada uma.

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