Capítulo 277 – Noi due parliamo
Enzo
Estava pronto para levar minha bambina embora, e depois começar a organizar com Alexander a nossa viagem para Zurique. Mas até mesmo as coisas simples se tornam complicadas na minha vida.
Sara, a vizinha da mia bambina, decidiu mexer com a pessoa errada.
Primeiro, me confundiu com um bandido. Que audácia. Io sono un mafioso, não um desses pivetes que ela prende nas ruas. Só que ela não só foi audaciosa como foi atrevida, e só me restou…
— Espero que esteja preparada, ragazza Sara, porque estou prestes a te mostrar o que um Don é capaz de fazer.
Giuseppe engatilhou a arma que estava na cabeça dela.
— Enzo, por favor… — Elena começou. Olhei para ela e, com toda a tranquilidade que o momento pedia, disse:
— Está tudo bem, amore mio, eu jamais faria algo assim na frente de mia principessina.
Voltei minha atenção à mulher na minha frente.
— A não ser que seja extremamente necessário — abaixei meu tom novamente. — Me diz, ragazza Sara, é necessário?
— Sabe bem minha resposta, senhor Mancini.
— Ah, claro que eu sei. Mas ainda sou um “bandido” educado. É sempre bom perguntar.
— Sara… — Elena começou. — Sei que você tem uma visão ruim do Enzo por ele ser quem é. E, a verdade, é que é super compreensível. Porém, se nos der uma chance de explicar e de nos conhecer…
— Acha mesmo que daria a chance de alguém como ele se explicar? Eu luto todos os dias contra pessoas como ele, eu vejo bem do que essas pessoas são capazes. Dimas é a prova disso.
Aquelas palavras mexeram com Elena, pois eram verdadeiras. Dimas foi morto por Vito, que fazia parte da Cosa Nostra, assim como eu.
Mia donna ficou sem palavras, mas não porque não as tivesse, porque se quisesse, colocava essa ragazza no lugar em dois segundos. Mas sim por se sentir culpada pelo o que aconteceu e, além da culpa, ainda tinha o fato de estar de luto.
Decidi intervir, não ia permitir que ela pisasse em mia donna, que já estava sofrendo.
— O que aconteceu com o Dimas foi uma fatalidade. E a pessoa que o fez já pagou um preço alto por isso. Entendo suas ressalvas. Somos de mundos diferentes, e são raras as pessoas que entendem o meu.
A ragazza me ouvia com atenção.
— Mas você não tem direitos sobre minha bambina, nem mesmo foi você quem assinou como responsável dela depois do ocorrido. E já que é uma detentora da lei, sabe bem que não pode fazer nada a respeito.
Fiz sinal para Giuseppe, que abaixou a arma.
— Não quero tê-la como inimiga, ragazza Sara, e acredito que não vai querer ter alguém como eu como seu.
— Sara, por favor, nos dê uma chance. Amanhã teremos a cerimônia e o enterro do meu pai e do Dimas. Gostaria que você e seu irmão participassem e, mesmo que seja difícil para você aceitar, não tem opção a não ser nos deixar passar, já que não é parente da Maria.
Elena se endireitou antes de concluir.
— Maria é nossa agora, e se tentar qualquer coisa, será na lei. E se optar em levar isso adiante, espero que esteja preparada, porque eu só entro em uma briga se for para ganhar. O que significa, que eu sempre ganho.
Por um instante, a mulher não recuou. Mas depois, abriu caminho para passarmos.
Mia donna olhou para nossa bambina.
— Quer se despedir da tia Sara? — A menina assentiu.
— Tchau, tia Sara, quando eu for muito especial, eu volto, tá bom?
A mulher olhou confusa, mas apenas assentiu e retribuiu o abraço da mia bambina.
— Enviarei o local e o horário da cerimônia para vocês. Gostaria que levasse em consideração que ambas temos o mesmo desejo, que é o melhor para a Maria.
— É tudo que eu mais quero, por isso não acho que a vida de vocês seja apropriada.
— Se formos pelo seu ponto de vista, a sua também não! — Elena respondeu à mulher de forma ríspida. — Se bem me lembro, é policial. Sua vida é tão perigosa quanto a do meu noivo.
Noivo? Por um momento, fiquei preso nessa declaração de Elena, que nem mesmo me atentei ao restante da conversa.
— Vamos.
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