Capítulo 279 – Isso é um sim?
Elena
O dia de hoje foi uma verdadeira montanha-russa: meu pai, Dimas, o sofrimento compartilhado entre Elo e eu, as dores de Enzo sobre o tio e seu avô. Meu momento com a Maria, e o breve desentendimento com a Sara.
Nada estava sendo fácil, a verdade é que nunca era. Mas nesse momento, eu preferia morrer a perder a Maria, e eu lutaria com todas as minhas garras para mantê-la ao meu lado.
A ideia do casamento não surgiu pela nossa principessina, como ele a chama, mas sim pelo fato de que não existe outra pessoa no mundo com quem eu queria compartilhar a minha vida, e esse momento em nos tornarmos os pais do meu raio de sol.
Mas então, depois de meses correndo atrás de mim, dizendo que me faria a “senhora Mancini” a qualquer custo, Enzo simplesmente se recusa a casar comigo. E isso não só mexeu comigo, como me irritou profundamente.
— Agora, senhor Mancini, noi due parliamo. — eu disse de forma autoritária.
— Não tem nada a ser dito. Você tem minha resposta — ele me disse de forma ríspida.
— Enzo, eu quero a guarda da Maria — retruquei, cruzando os braços.
— E vamos conseguir, mas não assim — bufei para sua resposta.
— E com quem ficaria a guarda, já que se recusa a casar comigo? — perguntei, irritada. Esse italiano estava me tirando do sério, eu o amo, mas nesse momento a minha vontade era de socá-lo.
— Con me, naturalmente — Eu ri com deboche de suas palavras.
— Claro que sim. Eu quem a conheceu primeiro, quem decidiu que queria a menina, mas é você quem vai ficar com a guarda?
— Sì — Ele me respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Não seja ridículo, senhor Mancini.
— Ridículo?
— Sim, ridículo! Você nem teria que dizer uma coisa dessas. Pensar em tirar ela de mim, o último pedacinho do meu pai, o raio de sol que ilumina minha vida! — aumentei meu tom de voz.
— Acha mesmo que eu faria isso com você? — ele perguntou, e notei seu tom começar a mudar. Se não mudasse minha estratégia, sabia bem como essa discussão acabaria.
— Não acho, mas foi exatamente isso que disse!
— Elena, nós dois ficaremos com ela. Só disse que eu entrarei com o processo, terei mais facilidade em conseguir, já que disse, que você precisa de matrimonio para que isso aconteça.
— Não aceito! Dessa forma eu não quero. E se eu precisar casar para garantir a guarda, eu me caso. — eu disse com firmeza.
— Mas eu não quero me casar assim. Eu te amo, e sabe disso, sempre deixei claro meus sentimentos e fiz de tudo para provar. Só que quero que você realmente “queira” isso, e não porque quer a guarda de mia bambina.
— Sua bambina? — perguntei, irritada.
Sem aviso, ele colocou a mão na minha nuca e me puxou com força para um beijo que roubou todo o ar dos meus pulmões. Não havia delicadeza. Não havia hesitação. Era domínio. Puro e absoluto.
O gosto dele invadiu minha boca, quente, intenso, como se quisesse marcar cada pedaço de mim. Seus lábios se moviam com uma firmeza que não pedia permissão, apenas tomava. Sua língua, certeira, explorava a minha até que minha resistência fosse completamente destruída.
A mão dele apertava minha nuca, enquanto a outra apertava minha cintura, impedindo qualquer chance de fuga. Como se eu quisesse fugir. Mal sabia que aquilo… era tudo que eu mais queria.
Cada segundo daquele beijo queimava por dentro, dissolvendo qualquer pensamento lógico e deixando apenas uma certeza: eu era dele. Sempre fui. Sempre seria.
Mesmo em meio ao luto, à dor, à bagunça que minha vida se tornou… nada me fazia sentir tão viva quanto estar nos braços de Enzo Mancini. Nada me lembrava tanto que, apesar de tudo, eu queria ser dele, por completo.
Quando ele finalmente afastou os lábios, seu olhar queimava o meu com a mesma intensidade do beijo.
— É só comigo que você vai casar — Sua voz soou baixa, grave, carregada de ameaça. — Nunca nenhum outro homem vai te tocar. Nem que eu tenha que matar qualquer um que ousar tentar.
Um sorriso malicioso, e ao mesmo tempo vitorioso, escapou dos meus lábios, ainda sem fôlego. Coloquei a mão em seu rosto e colei minha testa na dele.
— Então… isso é um sim, senhor Mancini? — me separei para encará-lo.
Ele me puxou de novo para perto, com um brilho perigoso nos olhos.
— Sim.

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