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Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 292

Capítulo 292 – Quem eu era.

Elena

Eu já lidei com a morte antes, primeiro com Julio, depois com a mamãe… mas a morte do meu pai, essa me destruiu muito mais, pois carrego a culpa da sobrevivência… de novo.

Tento olhar as coisas como Enzo, Evie, Alex e todos os outros me mostram: “Ele não sobreviveria se você tivesse morrido”. E por mais que isso seja verdade, não diminui a dor.

E ainda tem outra dor, a da Maria. A de saber que o pai dela morreu porque alguém estava atrás de mim. Sei que, no final, mesmo ela tendo perdido Dimas, ele encontou o Enzo. E está mais feliz com ele do que estaria se estivesse só comigo.

Zurique era uma certeza, e eu queria muito estar bem para poder voltar a lutar ao lado da minha família e do meu mafioso. Mas meu corpo não tem aceitado meus comandos. Aline disse que é estresse, só que tem outra coisa martelando dentro de mim, mas isso vou deixar guardado por enquanto.

As meninas me contaram que Enzo e os caras vão amanhã para Zurique e não irão levar nenhuma de nós. E mesmo conversando com Enzo e mostrando a ele que não consigo ficar longe dele… ele não cedeu.

Ouvi ele me chamar, mas ignorei mais uma vez. Peguei a chave com Tom, passei por Alessa e Brandon e segui até o carro. Comecei a dirigir sem rumo, mas minha mente sabia exatamente o que eu precisava, e ela me comandou para o lugar certo para extravasar.

— Lena, como está? — Caleb me disse com um sorriso.

— Estou bem, Cal, precisando me distrair — respondi.

— Mateo está lá também, parece que algo aconteceu, mas ninguém conseguiu descobrir o que é.

— Bom, quem sabe eu não consiga.

Ele assentiu, e segui para dentro. Passei pela catraca e senti meu celular no bolso da jaqueta vibrar. Quando olhei no visor, era Ethan.

— Lembrou que tem amiga?

— Achei que telefone se atendia com “alô” — ele me respondeu.

— “Alô” é formal demais para mim.

Nós dois rimos.

— Onde você está?

— Diz para o senhor Mancini que mandar meu melhor amigo me ligar não é inteligência, é burrice.

— Elena… — Enzo começou.

— Não use Ethan para falar comigo, Enzo.

— Elena, volte e vamos conversar — Enzo insistiu.

— Você disse o que queria, eu ouvi e entendi.

— Elena… — ele começou, mas não o deixei continuar.

— Até logo, senhor Mancini.

Encerrei a ligação. Assim que cheguei na área de treinamento, vi que estavam do lado de fora da sala de combate Wyatt, Asher, Owen e Javier.

— Qual o problema? — Minha voz chamou a atenção deles.

— Mateo está desde cedo lá dentro, sem falar com ninguém — Asher me respondeu.

— Você não tentou saber o motivo? — perguntei a Javier.

— Sim, mas não quis falar. Minha tia me ligou ontem, disse que estava preocupada com ele.

Sem dizer nada, segui até a porta, mas Owen me impediu.

— Garota, sabemos que gosta do combate, mas Mateo está meio fora de si, e você ainda não está cem por cento.

— O inchaço intracraniano já diminuiu. Tô pronta para outra.

— Lena… — Wyatt chamou minha atenção.

— Meninos, estou bem, e mi niño está precisando conversar — disse, olhando para Mateo, que esmurrava o bob.

Entrei na sala, tirei meu tênis e minha jaqueta e fui até o tatame onde Mateo estava.

— Lena?! — ele disse meu nome, confuso.

— Será que o bob se importaria em trocar de lugar comigo?

— Você já está podendo lutar?

— Estou, e, para ser sincera, tô precisando muito.

Ele me avaliou, ponderou minhas palavras, mas acabou aceitando.

Mateo se afastou do boneco e se virou para mim.

— Luvas? — ele perguntou.

— Ah, não, tô precisando sentir um pouco de dor.

Nós dois rimos, passamos as faixas nas mãos e colocamos os protetores bucais.

Mateo se posicionou à minha frente, ajustando a postura com a seriedade de quem encara cada treino como se fosse um teste.

Respirei fundo, ajustei a guarda, e no instante seguinte, já estávamos em movimento. Os golpes não eram brutais, eram limpos, precisos. Cada chute bloqueado, cada esquiva, cada toque que desviava meu corpo do dele era como uma dança ensaiada. Havia um respeito mútuo no ar, uma sintonia que tornava tudo quase harmonioso.

— Você parece mais rápida do que antes — ele comentou entre um golpe e outro.

— Você que está me deixando espaço demais — respondi, com um sorriso breve, antes de girar o corpo e quase acertar o ombro dele.

O impacto dos punhos contra os antebraços, os giros no tatame, o som das respirações aceleradas… tudo parecia ocupar o vazio que vinha me corroendo por dentro desde minha conversa com o Enzo. Ele dizia que meu corpo estava cedendo. Talvez era exatamente isso que eu precisava: esgotar o corpo para não afundar tanto na mente.

Depois de alguns minutos, paramos quase ao mesmo tempo. Ambos ofegantes, suados, rindo pela intensidade da troca. Mateo caiu sentado no tatame, tirando o protetor e soltando as faixas. Fiz o mesmo, caindo ao lado dele, deixando a cabeça pender para trás enquanto recuperava o fôlego.

— Quer me contar? — perguntei, e ele tinha entendido muito bem.

— Não é nada demais, só estou frustrado.

— Bom, ninguém se frustra por nada — eu disse.

— Talvez eu sim. Ou talvez eu esteja frustrado porque só queria ser visto.

Ele ficou em silêncio por uns segundos.

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