Capítulo 320 – Pago para obedecer.
Jhony
Quando um ex-colega militar me chamou para esse serviço, eu devia ter desconfiado. Grana alta, para um serviço simples. "Vamos só vigiar um italiano na Suíça, nada demais." Só que não era só isso, no meio da missão me mandaram voar com alguns caras para buscar umas mercadorias.
Porra!
As mercadorias eram crianças. Que merda eu me meti? E para piorar, ouvi um dos caras dizendo “Sterling”. Cacete, era a família da porra do Alexander Sterling. No desespero do momento, entrei com a criança e uma mulher nos seguiu. Se eu abortasse a missão ali, Sterling não me pouparia, ali mesmo eu morreria. Decidi levá-la até o fim.
Quando chegamos ao complexo, que mulher era essa? Linda, debochada, arrogante e prepotente. Mas também forte, e determinada pra caralho, mesmo ferida ela estava decidida a salvar a garotinha.
Vê-la com Lorenzo só me fez admirá-la mais, odiá-lo mais, e ainda por cima querer tirar as duas dali. Só que Amira não iria conseguir dar dois passos, eu não sabia de onde brotava tanto sangue.
— Fuja daqui, a leve com você. — ela me disse.
Eu queria fazer isso, mas queria levar ela junto. Mas Amira era esperta demais, e sabia que ela só me atrasaria na fuga.
E claro que para fuder mais ainda com a minha cabeça, ela me beijou, porra, e que beijo.
— Já que vou morrer, pelo menos beijei um homem bonito antes — ela me disse.
Abusada… linda e abusada.
— Eu volto, prometo — eu disse a ela, e estava disposto a cumprir. Essa mulher mexeu comigo em horas de uma maneira que nenhuma mulher mexeu minha vida inteira.
— Jhony… Se cuida, e não volte.
— Amira… — mas o barulho, e o desespero dela não me deixaram terminar.
— Vai!! — ela disse, e eu assim o fiz.
— Tio Jhony, por que a tia Amira não veio? — a pequena no meu colo me perguntou.
— Ela está doente, precisa descansar, mas o tio Jhony volta para buscá-la.
— Você promete?
— Prometo, gatinha.
— Tá bom, a Maria gosta dela. Você gosta dela? — sorri para a pergunta dela.
— Sim, eu gosto.
— A gente pode chamar o papai, e o tio Jack também para vir buscar ela.
— Combinado.
Assim que passei pelo corredor e cheguei até a porta dos fundos, precisava tomar cuidado. Tivemos uma baixa significativa na casa do Sterling, mas Lorenzo ainda tinha muitos homens. E eu nem mesmo conheço a porra da Suíça direito.
Cheguei no lago, e olhei ao redor para avaliar as minhas opções. Estava tudo fácil demais, e não gostava dessa sensação.
— Ok, pequena. Você vai ficar aqui, abaixadinha, não saia daqui até o tio Jhony voltar.
— A Maria tem medo de ficar sozinha.
— Eu sei, querida, mas preciso ver como vamos fazer para sair daqui. E pra isso, tenho que ir até lá — apontei para a beirada do lago. — E não posso arriscar te levando sem ter certeza que é seguro.
— Tudo bem, a Maria e a Girassol vão ficar quietinhas esperando.
— Girassol… — sussurrei o nome da boneca, e um pensamento me atingiu.
“Na boneca está meu celular.”
— Porra!! — xinguei e a menina me olhou em repreensão.
— Ai, ai, ai, tio Jhony — ela colocou a mãozinha na cintura. — Quando chegar em casa, vai ter que colocar $1 dólar no potinho — eu ri para ela.
— Me desculpe, gatinha, prometo colocar o dólar pelo palavrão. Será que pode me emprestar a Girassol? — ela assentiu e me entregou a boneca. E como Amira disse, ali estava seu celular.
Comecei a procurar pelo nome do tal Jeff, mas não tive retorno. Busquei por Jordan, chamou até cair e nada.
— Merda!! — xinguei, e a Maria levou a mão à boca. — Acho que já te devo $2 dólares — eu disse a ela em um suspiro.
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