Capítulo 343 – Não é uma opção
Aline
Desistir… não é uma opção!
— Compressões! — minha voz saiu firme, mesmo que meu peito estivesse em frangalhos.
Cat já estava do meu lado, o rosto lavado em lágrimas, mas as mãos seguiam fortes e precisas, marcando o ritmo. Uma das enfermeiras correu para ajudar, ajustando o oxigênio e preparando mais medicação.
— Pensa na Aurora, Rosa! — gritei, apertando ainda mais o tórax dela. — Pensa no Ben, no ogro que você tanto ama!
Minhas mãos já ardiam, mas eu não parei. O suor escorria por baixo da máscara, meu coração disparava junto ao silêncio do monitor.
— Lembra que a Jo precisa de você! — Eu disse, a voz embargada mas firme. — Ela não pode perder mais ninguém! Você é a única mãe que ela conhece. — Vamos, vovó Rosa! — acrescentei, as lágrimas nublando minha visão. — O pequeno Jack tá te esperando!
O corpo dela permanecia inerte, e por um instante senti a escuridão tentar me puxar junto. Os médicos ao meu redor, a sala toda já havia aceitado o fim.
Mas não EU.
Eu não ia soltar.
Não ia desistir.
— Choque carregado! — a enfermeira anunciou.
Passei as mãos rápidas pelo tórax dela, afastando-me meio segundo.
— Chica, vai mesmo deixar seu ogro pra alguma vagabunda? — soltei, quase um rugido. — VUELVE, ROSA. ¡VUELVE AHORA MISMO! ¡POR MÍ, POR AURORA, POR TU OGROOO! — gritei minha voz ecoando pela sala e então…
— PRONTO! — a enfermeira gritou.
— DISPARAAA! — autorizei.
O corpo da Rosa se arqueou com o choque, e o monitor, por um segundo eterno, permaneceu em linha reta. Meu coração parou junto.
“Não…” — murmurei entre lágrimas, Cat com a mão na boca segurando os soluços.
Até que um som que nunca esquecerei cortou o ar.
Bip.
Depois outro.
Bip. Bip. Bip.
As linhas verdes voltaram a dançar na tela. O coração da Rosa tinha voltado.
— ELA VOLTOU! — Cat gritou, a voz explodindo em choro.
Eu desabei, minhas pernas fraquejaram, e me apoiei na lateral da cama. O choro veio como uma avalanche, pesado, quente, implacável.
— Nossa chica voltou… minha irmã voltou… — repeti, soluçando.
Cat me envolveu num abraço, e nós duas choramos ali, juntas, como mulheres, como irmãs, como guerreiras que tinham acabado de arrancar alguém das garras da morte.
O médico retomou o controle, firme mas respeitoso:
— Agora é com a gente. Vocês já fizeram mais do que qualquer um poderia.
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