Evelyn
Ainda estava processando tudo que tinha acontecido entre mim e Alexander. O gosto dele ainda estava na minha boca e, toda vez que eu fechava os olhos, parecia sentir suas mãos em mim, e sua voz rouca dizendo: "Você já é minha."
Tudo isso está fora da minha realidade. Eu acabei de enterrar meu noivo.
Um noivo que Alexander odeia mais do que tudo, e eu nem sequer sei o motivo.
E ainda tem essa história de me "curar"... Eu sei que tenho tido surtos com frequência. Nem quando meus pais morreram eu fiquei assim.
Dei uma desculpa qualquer e me tranquei no quarto. Porque, claro, assim que entramos no avião, Alex fugiu de mim e se trancou na sala de reuniões, com uma desculpa qualquer. Mas eu não podia deixar as coisas assim. Eu precisava vê-lo. Sentir ele.
Criei coragem e fui atrás dele, mas antes não tivesse feito isso. Ele estava conversando com aquela garota... Jordan.
Eu ia bater na porta, quando a ouvi perguntar:
— A sua garota... É a Evelyn Parker, né?
Não era o certo, e eu nem costumo ouvir atrás da porta, mas... ouvir meu nome, vindo de alguém que eu nem conhecia?
Então ela começou a falar.
Brandon falava de mim com deboche. Me expôs de maneiras que eu nunca imaginei.
Usou da minha virtude pra se gabar. Da minha dor, pra se beneficiar.
Não consegui mais conter as lágrimas. Não queria ouvir mais nada. Quando me virei, trombei com Scarlet. O barulho atraiu Alexander e Jordan para fora da sala. Foi aí que eu vi o rosto dela... e me lembrei do que ela tinha dito: “Antes que algo acontecesse.”
Corri de volta para o quarto. Não queria ouvir, nem falar com ninguém. Só queria sumir.
Fui tão estúpida.
As lembranças de Brandon vieram como uma enxurrada.
E o pior? Elas começaram a fazer sentido.
Chorei até não conseguir mais. Até ouvir Alexander me chamando. E então, decidi ceder.
Agora não tinha mais volta. Eu precisava saber com quem realmente estive nos últimos cinco anos.
Para quem, de fato, eu me entreguei.
Me sentei na cama e o encarei.
— Pode começar — disse com a voz ainda embargada.
Por um minuto, ele ficou parado. Não sabia se se aproximava ou não.
Me afastei um pouco. Ele entendeu o recado e se sentou ao meu lado.
Colocou a mão no meu rosto e eu não me mexi. Fiquei imóvel, olhando nos olhos dele.
Sua mão foi do meu rosto até a minha nuca e, com cuidado, ele me puxou para si.
Nossas bocas se encontraram.
O beijo foi lento. Terno. Mas ainda assim, firme. Quente como ele.
Quando nos separamos, ele encostou a testa na minha e sussurrou:
— Sinto muito, querida. Não era assim que queria que descobrisse.
Me afastei. Não consegui olhar pra ele.
As lágrimas já estavam voltando.
— Por que não me contou? Você via a minha devoção por ele. O sentimento que eu achava que era amor...
Alexander ajeitou a postura. Ele odiava ser confrontado.
— Você tem a resposta na sua pergunta.
Seu tom não era mais doce. Não era ríspido, mas era controlado.
— Não faça isso, Alex.
Não quero o CEO implacável aqui comigo.
Quero o Alex.
Aquele que me abraçou quando desmoronei na casa dos Anderson.
O que beijou minha testa com carinho.
O que me levantou e me disse que tudo seria diferente.
Ele se levantou da cama, passando a mão pelos cabelos.
Eu sabia que minhas palavras tinham mexido com ele.
— Não faço de propósito.
Fui sincero quando disse que você foi a primeira mulher que me fez sentir alguma coisa.
Precisa entender... tudo isso é novo pra mim.
Nunca estive em um relacionamento.
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