Alexander
Deixei Schmidt no ponto que eu queria, percebi que ele era um fraco enquanto ameaçava Evelyn. Sabia que com a motivação certa, ele me daria tudo que eu queria. Respostas. E toda informação necessária para acabar de vez com a sujeira de Brandon.
— Então vamos lá.
Disse de forma seca, fiz sinal para Jack que se aproximou, e tirou a mordaça do desgraçado.
— O que exatamente queria com Evelyn, sem enrolação.
Falei em um tom seco.
— A chave do cofre de Brandon.
— E o que o faz pensar que está com ela?
Não queria floreios, nem enrolação. Queria informações, e rápido.
— Brandon disse, que deixava com ela. É algo que ela carrega e nem sabe o que significa.
— Essa foi sua única informação?
O homem somente assentiu.
— E o que você procura nesse cofre?
Ele hesitou, ponderou se mi diria ou não. Decidi incentivá-lo.
— Aah.
Ele uivou de dor no momento em que empurrei mais a faca em sua perna. Dessa vez, o sague começou vazar pelo corte.
— Está vendo esse sangue escorrer senhor Schmidt, é assim que começa, e quanto mais sangue perder. Mais rápido vai morrer.
Empurrei novamente, e ele gritou.
— Aah. Ok. Eu falo.
Disse de forma pausada, a dor começava o consumir.
Dei dois t***s em seu rosto. E disse:
— Gosto assim.
— Brandon está há anos no esquema de tráfico, armas, drogas, pessoas...
Olhei para Jackson, e Benjamim. Que me entenderam com um olhar, estávamos na cola deles, sabia que negociavam as armas, drogas, mas nos documentos que Jordan nos deu, tinha alguma coisa sobre tráfico humano. Mas era tudo muito vago.
— Ele começou essa operação ainda no exército. E quando foi dispensado, se dedicou mais ao negócio.
— Você está com ele desde o começo?
— Sim. Fui um dos primeiros a comprar essa ideia dele, era lucrativa, e Brandon tinha o dom para escapar das situações, mas inusitadas.
Claro que sim, eu treinei aquele idiota, e para ser o melhor.
— Então o que você quer é os esquemas, o dinheiro, continuar aquilo que ele começou.
Não era uma pergunta.
— Não. Só quero o dinheiro que é meu. Brandon se perdeu nos esquemas, não era mais sobre dinheiro, era sobre poder. Sei que ele arquitetou tudo desde o exército, até mesmo se aproximar da senhorita Parker fazia parte dos planos dele.
Por um momento olhei para o homem e parecia que não o via. Me ceguei.
— Explique.
Meu tom era ameaçador.
— O pai da senhorita Parker estava ajudando um amigo a encontrar alguém.
Schmidt gemeu, ele estava começando ficar pálido. Não tinha muito mais tempo.
— Usando suas conexões de quando ainda era detetive. Conseguiu dizer ao amigo que a pessoa realmente estava viva, e ele estava perto de encontrar onde exatamente estava.
Minha cabeça estava tentando montar o quebra-cabeça, mas ainda faltava muita peça.
— Não sei como Brandon descobriu, e arquitetou tudo para que parecesse um acidente. Mas ele ainda não tinha tudo que precisava, então se aproximou da garota.
Ele gemeu mais alto agora, sua calça já estava enxarcada de sangue. Estava perto de ter um choque hipovolêmico, pela perda do sangue.
— Continue, se quiser sair daqui. Quero tudo!
Meu tom imponente preencheu o ambiente.
— Quem era essa pessoa que ele não queria que ninguém descobrisse?
— Ela nunca dizia, sei que tinha ligação com seu passado. Todas as informações estão no cofre.
— Ele conseguiu o que queria com a Evelyn?
Um sorriso brincou nos seus lábios.
— Conseguiu mais do que queria. Ela era o álibi perfeito, a boa moça, domesticável. No começo ele só queria os documentos, e se aproveitar da garota.
Ele bufou.
— Depois acabou ficando, a maltratava, mas e ela permanecia ali. Ele dizia que não há amava. Mas nós sabíamos a verdade, ele ficou porque a amava, ela era importante para ele. Só era orgulhoso demais para admitir.
Um gosto amargo preencheu minha boca, Evelyn não iria suportar isso. Que o cretino matou os pais dela, e a usou por anos.
— Eu disse tudo que sei, agora me ajude.
— Você não disse uma coisa.
Coloquei uma mão em cada lado da cadeira, e aproximei meu rosto dele.
— Onde fica o cofre?
— Eu não sei, mas a informação fica em uma caixa Buloke, com combinações para abrir, eu já a vi.
— Vamos mudar isso em breve, assim que encontrarmos o maldito cofre.
Ela assentiu. Se voltou para a janela, depois falou.
— Boa noite. Vou tentar dormir.
Sorri para ela, mas antes que ela chegasse ao corredor, a chamei:
— Nós vamos encontrar sua família, nem que eu tenha que virar o mundo de cabeça pra baixo.
Vi algo brilhar nos olhos dela. Pareciam lágrimas.
— Obrigada, Alex.
Sua voz era suave. Era a primeira vez que me chamava assim.
— Você deveria tentar dormir.
Me disse e depois, sumiu pelo corredor escuro. Estava colecionando promessas. Para Jordan. Para Evelyn. E eu iria cumpri-las, custasse o que custasse.
Soltei um suspiro cansado, deitei a cabeça no encosto do sofá e fechei os olhos.
— Alex, meu garoto, vá descansar no seu quarto.
A voz de Amélia me tirou daquele momento.
— Não consigo, Amélia. Minha vontade era de estar lá com ela.
Ela se aproximou e se sentou ao meu lado.
— Tome um banho, descanse. Você precisa estar disposto pra visitá-la amanhã.
Levantei a cabeça e encontrei os olhos de Amélia. Ela era como uma mãe para mim. Me acolheu no momento que mais precisei. Me apoiou quando ninguém mais o fez.
— Não suporto a ideia de entrar naquele quarto e ela não estar lá. Sentada na poltrona, desenhando, enquanto eu tomo banho.
Minha voz começou a embargar.
— Sair do banho e ver minha roupa separada... e eu brigando com ela porque já disse que não precisa fazer isso.
— Vocês adoram brigar.
Nós dois rimos.
— Mas a pior parte... é deitar naquela cama e não tê-la em meus braços. Desde o dia que nos conhecemos, mesmo antes de ficarmos juntos, ela dorme nos meus braços. Até quando estive no hospital. Não passamos um dia sequer sem isso.
E, pela segunda vez no dia, eu as senti. As lágrimas que achei que nunca mais voltaria a derramar.
— Ah, meu querido... você a ama.
As palavras de Amélia me atingiram em cheio. Eu desejava Evelyn, sabia que sentia algo forte por ela, mas nunca tinha dado nome àquilo. Mas hoje, percebi algo.
— Sim. Eu amo.

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