Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 47

Alexander

Tive noites ruins. Desconfortáveis. No exército, em missões, até mesmo na infância, quando fugia do meu padrasto. Mas nada, absolutamente nada... se comparava a essa noite.

Não consegui ir para o meu quarto. Não era apenas pela ausência dela. Era o fato de ela estar no hospital. Baleada. E eu não ter conseguido impedir.

Era o vazio dos meus braços, acostumados ao peso do seu corpo, à respiração tranquila e às mãos adormecidas sobre meu peito.

Acordei no sofá. Pedi para Amélia pegar uma roupa no meu quarto, precisava de um banho, e usaria um dos quartos de hóspedes.

Não entraria naquele quarto sem ela.

Talvez fosse extremo, mas era o que eu podia fazer por agora.

— Bom dia. Já está indo para o hospital? — Jordan se aproximou.

— Vou passar na empresa primeiro. Preciso resolver algumas coisas.

— Posso ir com você?

Assenti. Descemos juntos até o carro. Mas antes que eu chegasse até ele, meu celular tocou. Atendi.

— Jackson.

— Chefe, os Anderson souberam da Evelyn... pela Abby.

— E como ela ficou sabendo? — meu tom já estava ficando grave. — E pior: por que contar a eles?

— Bem… a Emy soube, contou pra Abby. — o ouvi suspirar.

— E parece que a Susan tentou ligar pra Evie. Como não teve resposta, procurou a Abby.

Encostei no carro, pensando.

Os Anderson ainda não sabem sobre mim e Evelyn. E vão querer saber tudo, quem atirou, o porquê. Robert é esperto. Vai farejar cada detalhe. E se eu não der, ele vai descobrir por conta própria.

Ainda não tenho todas as informações que preciso sobre Brandon. A presença deles pode atrapalhar, mesmo sem querer.

— Chefe?

Jackson me tirou dos pensamentos.

— Deixe que venham. Evelyn ainda está na UTI, não conseguirão vê-la. Até o caminho do hospital, penso em algo.

— Entendido.

— E Jackson... cuidado com o Robert. Ele entende as coisas. Mas ainda não é hora de saber quem o filho realmente era.

Jackson assentiu, e desligamos.

Entrei no carro. Jordan também.

— Anderson… são os pais do Brandon? — ela perguntou, se ajeitando no banco.

— Sim. O pai, Robert, é advogado. Ele capta tudo no ar. Foi com ele que aprendi a ler pessoas, a saber o momento certo de agir, o que dizer. Quando atuava, era um dos melhores do país.

Tirei o carro da garagem e seguimos para a empresa.

— Do que exatamente você tem medo? Deixe que eles descubram quem aquele maldito era.

Olhei para ela, com um sorriso discreto.

— Ainda não, garota. Precisamos de provas concretas. Confio nos Anderson. Sei que eles não faziam ideia do que Brandon fazia.

Suspirei.

— E mesmo que odiemos Brandon, eles ainda são os pais dele. Ainda choram a morte do filho.

Olhei novamente para ela.

— Precisamos saber a hora de agir… e a hora de esperar. Se formos impulsivos, podemos comprometer toda a operação.

Ela se calou. Mas eu sabia que a mente dela não parava.

Jordan odiava Brandon. Mesmo morto, ela ainda queria vingança. Nem que fosse manchando a imagem dele.

— Jordan — chamei, sem tirar os olhos da estrada.

Ela respondeu com um “hã”.

— Entendo sua dor. E já disse que vou te ajudar. Mas não deixe que essa raiva nuble seus julgamentos.

Agora olhei diretamente para ela.

— Você é inteligente. Eu vejo seu potencial. E não vou permitir que Brandon, mesmo morto, ainda conduza sua vida.

Ela desviou os olhos, virando-se para a janela.

Deixei que ficasse em silêncio, digerindo minhas palavras. Fui sincero em cada uma delas.

Chegamos à empresa. Jordan havia se tornado minha sombra. Por mais que isso me irritasse às vezes, eu tolerava.

Sabia que era reflexo da ausência da Evelyn.

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