Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 55

Evelyn

Depois daquela cena de ciúmes de Alexander, ele me envolveu com aquela aura avassaladora de poder que me desarma por completo e faz meu corpo gritar, desesperado por ele. A fixação com Thomas ainda persiste, o que, para mim, não faz sentido algum. Não vejo, e nem consigo imaginar, Thomas me olhando dessa forma. Principalmente pela história que ele teve com Brandon. A ideia de ser vista por ele de outro jeito… chega a ser cômica, dada a lealdade que ele sempre demonstrou por Brandon.

Eu odiava os ciúmes de Brandon. Porque, no fim, a culpa sempre recaía sobre mim. Era como se minha mera existência, ou o simples fato de atrair olhares e interações, fosse uma afronta pessoal a ele, ou ao seu ego frágil. Até hoje não entendo suas atitudes. A única coisa que consigo enxergar é o tamanho da sua egocentricidade. E, ao lembrar disso, um arrepio me percorre ao perceber por quanto tempo aguentei tudo aquilo.

Com Alexander… é diferente. A possessividade está ali, eu a sinto no ar, naquele domínio silencioso. Mas a origem parece outra. Não vem de um ego ferido, vem de um medo visceral de me perder. O ciúme que ele sente transborda do sentimento intenso que carrega. A posse que emana dele parece nascer da valorização, de um temor genuíno de me ver distante.

Sei que, para quem vê de fora, tudo isso pode parecer controle disfarçado. Mas eu conheço o olhar dele. Não é sobre me dominar, é sobre medo. Medo de me perder. E, nos olhos dele, na intimidade daquele olhar, tudo volta para mim, para o que eu significo, para o pavor real de me ver nos olhos de outro.

A diferença entre eles é gritante.

Enquanto um vivia preso ao seu próprio vazio emocional, o outro transborda emoção… e é tudo por mim.

Hoje foi meu retorno ao médico, para finalmente receber minha tão esperada alta. Essas duas semanas passaram quase como um borrão, entre a ansiedade de ser liberada e a surpresa preparada por Alexander.

Sim... meu namorado. Lindo, ciumento, possessivo. E agora, surpreendentemente, também romântico. Ele preparou uma surpresa para comemorar minha alta, e por mais incrível que pareça, permitiu que outra pessoa me acompanhasse ao médico.

— Sério, Evie, eu odeio essas coisas.

Jordan ainda reclamava por eu tê-la arrastado ao shopping comigo. Ela me acompanhou ao hospital, junto com Owen, o segurança que Alexander designou para nos seguir.

— Jordan, você prometeu me ajudar. Quero algo especial para hoje à noite, e a Emy não podia me atender hoje.

Falei enquanto observava alguns vestidos na vitrine. Decidi entrar na loja, mas percebi o desconforto imediato de Jordan quando uma das vendedoras começou a encará-la por sua marca no rosto. Por reflexo, ela puxou o capuz, como sempre fazia.

— Boa tarde, posso ajudá-las? — perguntou a vendedora com um certo desdém. Era a mesma que, além de encarar Jordan, ainda trocou um sorriso debochado com a colega ao lado.

— Na verdade, pode sim. — disse de forma firme. — Pode começar sendo profissional, o que claramente não está sendo. Minha amiga está aqui comigo, e sua falta de discrição é constrangedora para todos nós. Se não consegue ser gentil, ao menos seja educada.

Por alguns minutos, a mulher ficou sem palavras, e Jordan me olhava com descrença, como quem não acreditava que eu realmente a defendi daquele jeito, colocando a vendedora em seu devido lugar.

— Podemos seguir, ou precisa de um tempo, querida? — provoquei, com um tom sarcástico.

Ouvi Owen rir atrás de nós, o que deixou a vendedora ainda mais desconcertada. Mas, enfim, ela voltou à realidade e acabou nos oferecendo o melhor atendimento da loja.

Insisti para que Jordan provasse algumas peças e, mesmo relutante, ela aceitou. Quando saiu do provador, eu quase engasguei.

— Jordan, você está linda — falei, vendo um leve rubor tomar conta de seu rosto.

Ela era uma menina linda, prestes a completar dezoito anos. Sua transição de menina para mulher estava sendo algo incrível de acompanhar. Eu sabia que ela, assim como Alexander, foi moldada pela dor. Talvez fosse isso que os ligasse de forma tão intensa. Ainda assim, ela era uma garota se descobrindo.

Jordan foi até o espelho, e por um momento pareceu que nem ela mesma se reconhecia. Seu cabelo estava solto, cobrindo o lado da cicatriz, enquanto o outro lado caía delicadamente atrás da orelha, emoldurando seu rosto.

Seus traços eram expressivos e, ao mesmo tempo, delicados. Os olhos pareciam ônix, ainda mais escuros que os de Alexander.

Estava tão encantada com a imagem dela que não percebi quando Alex e Jack se aproximaram. Mas notei quando os olhos de Jordan encontraram os de Jack através do espelho, no exato momento em que Alexander me abraçou por trás.

— Já escolheu o seu? — ele perguntou, sussurrando ao meu ouvido.

Virei-me para ele, envolvi meus braços em seu pescoço.

— Bem… vai ter que esperar até a noite para descobrir.

Ele desceu os lábios até os meus, e Jackson pigarreou.

— Será que vocês conseguem ficar com as mãos longe um do outro pelo menos em público? — provocou.

— Sabe, Jack… é uma pena que você e Abby não tenham dado certo. Acho que o que está faltando pra você é uma namorada.

Um barulho nos interrompeu. Quando me virei, vi Jordan desconfortável, com algo caído ao chão.

Captei na hora o que havia acontecido. Alexander também.

— Vá se trocar, para que possamos ir embora — ele disse com dureza.

Virei para ele, incrédula.

— Qual o seu problema? Falar com ela assim?

Me soltei de seu abraço e fui atrás da Jordan. Quando entrei no provador, vi seus olhos marejados.

— Minha menina… ignore o bruto lá de fora — disse, puxando-a para um abraço. Ela cedeu no mesmo instante.

— Quer me contar alguma coisa?

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