Alexander
Eu era o cara mais fodido do mundo. Porque o amor que sinto pela Evelyn… chega a ser surreal de tão intenso.
Depois de um mês e meio, finalmente sua alta chegou. Uma vitória. Um alívio.
Depois da minha crise de ciúmes. Sim. Admito com todas as letras meu ciúmes! Depois daquilo, evito falar sobre Thomas porque isso realmente me irrita. Ela insiste que é coisa da minha cabeça, que o Tom era leal a Brandon… Mas eu sou homem, e entendo bem essas coisas.
E a minha mulher é a coisa mais linda e deliciosa desse mundo. Quem não iria querer?
Prometi a ela uma surpresa após a alta. Ela não faz ideia do que é. Só pedi que se arrumasse, porque sairíamos à noite.
Não pude acompanhá-la ao hospital, tive algo urgente pra resolver. Mas deixei Owen de olho nela, e Jordan foi junto para acompanhá-la.
Ela me disse que iria ao shopping depois do hospital, em busca da “roupa perfeita”. Mal sabe ela que pelada já era perfeita pra mim.
Fui ao seu encontro. Jack quis vir junto, falou algo sobre um presente, mas deixei passar. Quando chegamos, vi Jordan num vestido lindo, e os olhos dela encontraram os de Jack. Aquilo me desconcertou.
Mas foi quando Evelyn fez uma piada com Jack sobre arrumar uma namorada que a ficha caiu: Jordan está criando sentimentos por Jackson.
Evelyn, como sempre, chamou minha atenção. E me fez perceber que talvez… eu tenha exagerado em algumas coisas. Assim que chegamos em casa, Emily apareceu para ajudar Evie a se trocar e, como sempre, fui expulso do meu próprio quarto.
Enquanto esperava na sala, tomando meu uísque de costume, Jordan entrou com Jackson. Ela sorria como uma criança. E ele, com algumas caixas nas mãos.
Virei-me para encará-los.
— O que é isso? — perguntei, dando mais um gole na bebida.
— Alex, o Jack me deu um computador de aniversário! — A alegria transbordava dela.
Jordan faz aniversário na próxima semana, no mesmo dia em que minha irmã Sophia faria… se ainda estivesse aqui.
— Eu poderia ter comprado um pra você, era só ter pedido. — Falei mais ríspido do que queria, e vi que aquilo mexeu com ela.
— Ela não me pediu. Eu quis dar o presente. — Jackson respondeu no mesmo tom que usei com Jordan. Nossos olhos se encontraram.
Interessante... Jack nunca me responde. Muito menos assim.
Fomos interrompidos pela entrada de Emily:
— Fiquei sabendo que você comprou um vestido pra sua festa de aniversário? — disse, se aproximando de Jordan.
— Eu... não sei nada sobre festa. E também não sei se vou usar aquilo de novo. — respondeu sem graça, as bochechas ruborizadas.
— Claro que vai ter festa! — disse Jack. — Já combinei tudo com Amélia e Evie.
Emily a abraçou de lado e emendou:
— E com toda certeza vai usar o vestido, arrumar o cabelo, fazer uma linda maquiagem… e encantar os gatinhos por aí.
— Também não precisa exagerar, né Emily. — O tom do Jack tinha mudado.
— Concordo com o Jack. — retruquei, seco.
Jordan não estava acostumada com tanta atenção, principalmente de homens.
— Ainda bem que a decisão não é de vocês! — disse uma voz atrás de mim.
Quando me virei para o corredor, lá estava ela. Minha garota.
Seu cabelo estava solto em ondas perfeitas, e a maquiagem, nada sutil, realçava todos os seus traços: os olhos marcantes, o nariz arrebitado, a boca maravilhosa. O vestido preto caía sobre seus ombros, deixando-os à mostra, e valorizava seus seios. Nunca me canso da sua beleza… Evelyn é uma deusa.
Ela se aproximou de Jordan antes de dizer:
— Não é exagero nenhum. Jordan vai ter uma festa perfeita, vai estar linda e encantar quem ela quiser.
Evie a abraçou, e a menina sorriu.
— Você está linda, Evie — Jordan disse, e minha garota retribuiu com um sorriso agradecido.
Conversamos por mais alguns minutos até que meu telefone tocou. Era Arthur, avisando que tudo estava pronto para nossa ida a Chicago. Amélia apareceu com a bolsa que pedi para preparar, sem que Evie percebesse.
— E o que pretende fazer nessas duas horas, senhor Sterling?
A voz dela era baixa, carregada do mesmo desejo que me dominava.
— Tenho algumas ideias, senhorita Parker — murmurei, beijando novamente seu pescoço e descendo pelo colo até alcançar o decote. — E em todas elas, você está nua, nessa cama.
Minha voz saiu rouca, vibrando contra sua pele, enquanto eu sentia os arrepios que causava. Mas hoje... hoje ela seria minha. Não aqui, não nesse instante. Eu tinha planos.
Primeiro o jantar. Depois, vinho sob o luar. E por fim, ela nua na cama, e eu me enterrando nela até gritar meu nome.
Me controlei para não avançar agora mesmo nela, porque só de sentir sua pele sob os meus lábios, todo o meu autocontrole vacilava. Evelyn era o meu maior desejo, o meu vício mais intenso. E quando chegasse a hora, seria inesquecível.
Depois de uma sessão deliciosa dos seus beijos, ela se aninhou em meu peito, e ficamos ali, no silêncio confortável que só se sente com quem ama de verdade. O avião seguia tranquilo, e meu coração, acelerado.
— Eu te amo. — sussurrei, com os lábios perto de seu ouvido.
Ela ergueu os olhos para mim e sorriu daquele jeito que sempre me desmonta.
— Também te amo, Alex.
E naquele instante, percebi que, por mais fodido que eu me sentisse por ter todos esses sentimentos, nunca fui tão completo quanto agora. Porque eu tinha ela. E isso era tudo o que eu precisava.
O tempo passou, e Eva veio nos avisar que iríamos pousar. Quando a voz de Arthur soou no alto-falante: "Bem-vindos a Chicago", os olhos de Evie brilharam. Assim que descemos do avião, com ela ainda maravilhada com o lugar em que estávamos, a puxei para meu peito.
Dei um beijo em seu ombro e sussurrei em seu ouvido, com a voz rouca e carregada de desejo:
— Se prepare, Evelyn Parker, porque hoje… — Mordi o lóbulo de sua orelha, fazendo-a gemer. — eu vou te fazer minha de verdade. — a ouvi suspirar.
Esperei meses por este dia. Nosso relacionamento começou de forma conturbada. Não tivemos um encontro, um pedido apropriado, nem uma dança ao luar como os apaixonados dos livros têm. Mas esta noite… eu mudaria tudo isso.
Me coloquei ao seu lado, estiquei a mão para ela e perguntei:
— Pronta para o nosso primeiro encontro?

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