Alexander
O caminho até o parque pareceu levar uma eternidade. Jackson e eu chegamos juntos. Enquanto procurávamos por Evie e Tom, Benjamin me ligou: disse que os caras que rondavam o hospital quando Evelyn esteve internada tinham sido vistos em Houston novamente.
Ordenei que tentasse localizá-los e continuei a busca pela minha mulher.
Jackson chamou minha atenção. Quando olhei, lá estava ela.
Eles estavam próximos. Íntimos demais.
Meu sangue ferveu. Parti furioso, mas antes que nos notassem, Jack me segurou pelo braço e nos puxou para trás de algumas árvores.
Que diabos?
Então vi.
No mesmo instante, toda a minha raiva mudou de alvo.
Fui me aproximando devagar, sem chamar atenção. Eles conversavam imersos, tão concentrados que nem notaram nem minha presença, nem dos homens que se aproximavam. E então, ouvi:
— Porque Alexander realmente me ama. De um jeito que o Brandon... Brandon jamais seria capaz de amar.
Meu coração disparou.
Ela sabia.
Sabia o quanto eu a amava.
E continuou:
— Achei que você conhecesse o Alexander o suficiente para saber que ele nunca seria capaz de inventar algo assim. Ele não precisa disso. O que aconteceu com a Jordan é real. Eu vi. Eu senti a dor dela. Então, Thomas Mitchell... — ela respirou fundo, firme — te pergunto de novo: quem era o Brandon?
Prendi a respiração, observando-a como se a visse pela primeira vez.
Essa era a minha garota.
— Porque se você não consegue responder... talvez nunca tenha conhecido o homem que defende com tanta certeza.
Um sorriso nasceu nos meus lábios.
Mas nem tive tempo de sentir o orgulho crescer.
Das sombras, um vulto se moveu.
Vi o brilho metálico. A mão dele deslizando para dentro da jaqueta.
Merda.
— Evie, abaixa agora! — minha, voz cortou o ar como uma lâmina.
Ela congelou por uma fração de segundo, então obedeceu, jogando-se para o lado.
O estalo seco do disparo ecoou. O homem cambaleou e caiu com um baque surdo.
E então, o inferno começou.
— Cuidado! — Jackson berrou, ao mesmo tempo em que dois homens surgiram atrás de Thomas.
Mais dois avançaram pela lateral, em nossa direção.
Outro, sozinho, focado em Evelyn.
O som abafado de passos correndo sobre a grama, o farfalhar das árvores, o tilintar de armas sendo puxadas.
O coração martelava nos meus ouvidos.
Evie ainda estava abaixada, próxima à mesa.
Corri para ela.
Mas um dos malditos se interpôs no meu caminho.
Ele veio pra cima, rápido.
Desviei para o lado. Soco no queixo. Cotovelada nas costelas. Um chute que o fez desabar.
Sem hesitar, avancei.
Vi Thomas lutando contra dois homens ao mesmo tempo, um soco, uma esquiva, uma cotovelada no rosto de um deles.
Jackson derrubou o primeiro com uma sequência brutal de socos. O segundo tentou sacar uma arma rápido demais.
Bang.
A bala de Jack acertou em cheio no meio da testa.
O cheiro de pólvora impregnava o ar. A tensão era densa. Cada segundo parecia um ano.
Assim que cheguei até Evelyn, ela se levantou e se jogou nos meus braços.
Senti-la me trouxe o alívio que buscava desde o instante em que ela saiu do apartamento hoje.
Me separei o suficiente para encará-la.
— Você está bem? — perguntei.
Ela acenou freneticamente em um "sim".
Dei um beijo rápido em seus lábios e a abracei de novo.
Com ela ainda nos meus braços, olhei para Jackson.
— Tire-a daqui. — Ele assentiu.
Fui me afastando dela, mas Evelyn se recusou a ir.
— Não vou sem você.
— Você vai com o Jackson. Preciso resolver esse problema.
Ela agarrou minha camisa com força, me olhando com aqueles olhos cheios de medo, mas também prontos para me desafiar.
— Vou ficar, Alexander.
Antes que eu respondesse, ouvimos um barulho.
Coloquei Evelyn atrás de mim. Seis homens vinham em nossa direção. Eles não corriam, agiam de forma calculada.
Estávamos em um parque, a céu aberto.
Varri o local rapidamente e percebi que o caminho pelo qual viemos estava livre, havia civis, o que poderia ajudar Evelyn a se camuflar entre eles.
Eu sabia que era ela que aqueles malditos queriam. Pelo maldito cofre.
— Pega a Evelyn e sai daqui — falei para Jackson. — Se mistura com ela na multidão. Depois, segue para o carro quando achar seguro.
Jack assentiu, mas antes de pegar Evelyn, virou-se para Tom.
— Pega, capitão. — Jogou um carregador para ele.
— Parece que vai ser como nos velhos tempos — Tom respondeu, sorrindo enquanto encaixava a munição.
Evelyn, ainda atrás de mim, agarrada à minha camiseta, tremendo mais que um galho em dia de ventania, me chamou com a voz embargada:
— Alex, por favor... Vamos todos juntos. Eu não quero...
Antes que ela terminasse a frase, capturei sua boca em um beijo.
Foi um daqueles nossos beijos intensos, carregados de tudo que palavras não podiam dizer.
Quando me afastei, encostei minha testa na dela.
— Por favor, amor... só dessa vez, não me desobedece.
Ela suspirou, vencida.
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