Alexander
Por um momento, achei que tinha estragado tudo. Que, dessa vez, Evelyn me veria como um cretino maldito. Como Brandon.
Mas ela me ouviu.
Sem me julgar.
Ninguém sabia da minha história — só aqueles que cresceram comigo. Nunca confiei em alguém o bastante pra me abrir daquele jeito.
E já tinha aceitado que viveria sozinho pro resto da vida.
Sem vínculos.
Sem esposa.
Sem filhos.
Essa ideia já estava enraizada em mim.
Até ela aparecer.
Evelyn não virou só a minha cabeça de ponta-cabeça. Ela virou o meu mundo inteiro.
Hoje, conheci um pouco mais dos sentimentos dela. Consegui entender algumas das suas motivações.
Mas o que mais marcou o meu dia… foi ela me acolher.
Depois de desabar, permaneci em seus braços. Ela, ajoelhada à minha frente.
E eu, completamente rendido.
— Obrigado… e, de verdade, me perdoa — sussurrei em seu ouvido.
Nos separamos, e seus olhos encontraram os meus. Travei diante da intensidade com que me olhava.
— Eu disse que meu coração já tinha te perdoado — ela passou a mão no meu rosto, com delicadeza.
— E ainda está disposta a ficar comigo? — perguntei.
Evelyn saiu do chão e se sentou no meu colo. Envolveu os braços ao redor do meu pescoço e começou a passar as unhas suavemente na minha nuca, uma carícia que arrepiava até a minha alma.
— Seu medo… é o meu medo, senhor Sterling.
Olhei para ela, confuso. Evelyn roçou o nariz no meu rosto, e fechei os olhos, me permitindo sentir aquele carinho.
Então, ela disse:
— Não quero te perder, Alex. Nem agora. Nem nunca.
Abri os olhos e a encarei por alguns segundos antes de beijá-la. Um beijo que refletia nossa cumplicidade, nosso amor… e o desejo de estarmos juntos para sempre.
Com ela ainda no meu colo, me levantei e caminhei até a cama.
Deitei-a com cuidado, ficando por cima dela. Apoiei meus braços ao lado do seu rosto e deixei que minhas mãos acariciassem seus cabelos, enquanto meus olhos continuavam presos aos dela.
— Eu te amo — sussurrei.
Ela levou uma das mãos ao meu rosto e, sem desviar os olhos de mim, respondeu:
— Também te amo.
Então, me puxou para um beijo. Um beijo que começou lento, carinhoso… mas logo ganhou a intensidade que ela tanto gostava.
Seu beijo foi ficando mais profundo, mais urgente. E eu me entreguei, sem medo. Porque eu sabia que ela ia ficar.
Abaixo de mim, Evelyn suspirava entre um beijo e outro, e suas mãos deslizavam pelo meu corpo como se me memorizasse. E talvez fosse isso mesmo… uma despedida do passado. Um recomeço silencioso.
Ou melhor…
Nosso começo.
Ela arqueou o corpo, buscando mais de mim, e aquele gesto, simples e instintivo, foi mais poderoso do que qualquer palavra. Seus olhos diziam tudo. Estavam úmidos, entregues.
Havia um brilho ali… que parecia me implorar para não ir embora nunca mais.
— Você é tudo pra mim — murmurei contra sua boca.
Senti sua respiração prender por um segundo. Ela apertou minha nuca com uma das mãos, como se precisasse de mim ainda mais perto.
Quando nossas roupas foram se perdendo entre os lençóis, não houve pressa. Cada toque era uma promessa. Cada beijo, um lembrete de que o que tínhamos era mais do que carne… era alma.
A pele dela era quente e suave sob minhas mãos, e sua respiração acelerava cada vez que eu explorava um novo caminho. Evelyn fechava os olhos e mordia o lábio, tentando conter os sons que escapavam involuntariamente.
Mas eu ouvia… cada suspiro, cada gemido contido, cada tremor.
Ela era poesia viva.
E, naquele momento, eu a li com o corpo inteiro.
Quando finalmente me uni a ela, Evelyn prendeu a respiração. E então, soltou um suspiro quebrado que me fez perder o controle por um instante.
— Olha pra mim — pedi, com a voz rouca, colando minha testa à dela. — Quero olhar pra você enquanto se perde em mim.
Ela abriu os olhos. E os manteve em mim, como pedi.
O ritmo entre nós foi crescendo aos poucos, guiado pelo que sentíamos, não por impulso. O quarto parecia respirar conosco.
Evelyn envolveu minha cintura com as pernas, me puxando mais. Seus olhos se encheram d’água, mas ela sorriu…
E foi naquele instante que eu percebi: ela estava inteira ali.
Corpo, alma, coração.
E eu também.
Fizemos amor como quem reencontra o lar. Como quem sabe que, depois de tanto caos, dor e medo… finalmente encontrou paz.
Nos perdemos um no outro.
E, quando o fim chegou, silencioso e arrebatador, nos abraçamos como se o mundo lá fora não existisse.
Porque, naquele instante, só existia nós dois.
— No que está pensando? — Evie perguntou, me tirando dos meus devaneios.
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