Alexander
Eu não estava apenas irritado.
Eu estava furioso.
Pela teimosia da Jordan.
Quando cheguei ao ambulatório, Owen e Andrew já lidavam com alguns Snakes.
Dois tiros.
Foi o suficiente pra abrir caminho.
Segui para dentro. Cheguei a tempo da festa.
Ameaças eliminadas.
Era só pegar a garota e voltar pra casa.
Ao menos foi o que pensei.
Até que apareceram mais.
E, junto deles, a cretina que foi direto para a Jordan.
Eu travei.
De medo.
Pela impotência.
Aquela maldita...
Fingiu ser da equipe médica.
E agora…
Estava com o cano da arma pressionado contra a lateral do corpo da Jordan.
Meu dedo coçava no gatilho.
Minha mira, cravada nela.
Mas um movimento em falso...
E a Jordan poderia pagar com a vida.
Ao meu lado, Jackson tremia.
Era uma mistura de medo e raiva.
Não era pra menos.
A garota dele estava ali. Refém.
Nas mãos de um verme com peito e batom.
Mas não era só ele quem sofria.
Jordan era uma das pessoas mais importantes da minha vida.
E eu prometi que a protegeria.
Que nunca mais a tirariam de mim.
Respirei fundo.
Precisava manter o controle.
Mas a cada segundo…
Ele escorria por entre os meus dedos.
— Soltem as armas — ela repetiu.
— Ou eu juro…
— Eu juro que atiro.
Ela não tinha ideia de com quem estava lidando.
Jackson se moveu um centímetro.
— Nem pensa nisso — rosnei.
Ele parou. Me olhou.
E viu.
A fúria no meu olhar.
A fúria que eu vinha escondendo desde que toda essa merda começou.
Desde que Brandon morreu e deixou um rastro de destruição.
Desde que colocaram a Evelyn na mira.
E agora… a Jordan.
Soltei o ar devagar, pela boca.
Dei um passo à frente.
— Se você puxar esse gatilho... — falei, com a voz baixa e mortal.
— Eu não vou só matar você.
— Eu vou acabar com tudo que suas mãos já tocaram.
— E não será rápido.
— Vai ser lento. Doloroso.
— E na sua frente. Depois…
— Vou atrás de cada Snake. E de suas famílias.
— Eu vou apagar o nome de vocês da porra da história.
A mulher sorriu.
Um sorriso torto. Provocador.
Ela não sabia...
Mas acabou de assinar a própria sentença.
— Jordan… — murmurei.
Vi seus olhos se moverem até os meus.
Ela estava tremendo.
Mas não chorava.
Eu não tinha dúvidas.
Ela era uma Sterling.
Mesmo sem saber.
E, naquele segundo…
Ela me viu.
E eu vi nela…
A mesma coragem que vejo em mim.
— No meu sinal… abaixe.
Ela piscou.
A vadia não percebeu.
Mas eu já tinha vencido.
Jordan piscou.
O sinal silencioso entre nós.
A vadia estava tão ocupada se sentindo no controle que não percebeu o erro.
Ela estava de lado pra mim.
Com a mira em Jordan, e o corpo exposto o bastante pra que…
Um movimento. Um único disparo.
Pudesse mudar tudo.
Mas eu precisava de dois segundos.
Só isso.
— Solta a arma, Sterling — ela gritou.
— Ou juro que atiro!
Mentira.
A mão dela tremia.
Eu vi.
Ela estava blefando.
— Você tem ideia de quem eu sou? — perguntei, com frieza.
— Você acha mesmo que vai sair daqui viva depois de encostar um dedo nela?
Ela engoliu em seco.
A tensão era quase palpável.
Nesse instante…
Jordan abaixou levemente o corpo. Só um pouco.
E eu disparei.
Bang!
O tiro pegou no ombro da mulher, fazendo-a gritar e perder o equilíbrio.
Jordan se jogou pro lado.
Antes que ela puxasse o gatilho.
Jackson avançou como um raio.
Derrubou dois Snakes com um golpe só.
Andrew e Owen abriram fogo.
Três corpos no chão.
A mulher tentou se levantar — mesmo sangrando.
Mas eu fui mais rápido.
A agarrei pela gola e a joguei contra a parede com tanta força que o estalo foi audível.
Ela gemeu. Tossiu sangue. E fim.
— Eu avisei — rosnei.
Jordan estava encolhida no canto.
Tremendo. Mas viva.
Me ajoelhei ao lado dela.
— Tá tudo bem. Eu tô aqui.
Ela assentiu com a cabeça, os olhos arregalados.
Não resisti e a abracei. Ela retribuiu.
Dei um beijo em sua cabeça.
A ajudei a se levantar.
Jackson se aproximou e a puxou pra si.
Eles se abraçaram.
O olhar dele dizia tudo.
Medo. De se perder o que mais importa.
Dei um passo atrás.
Deixando eles terem o seu momento.
Voltei minha atenção para o último Snake que rastejava tentando fugir.
— Quem mandou vocês? — questionei, com a arma apontada.
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