Meu noivo Morreu e me deixou para o Inimigo romance Capítulo 92

Alexander

Demorei pra soltar o cinto.

Talvez porque sentia que, assim que saíssemos dali, nada mais seria como antes.

Não com ela.

Não comigo.

O silêncio entre nós não era desconfortável.

Era… pesado.

Denso.

Como se estivesse carregado de todas as dores que eu nunca soube colocar em palavras — e que ela agora conhecia, uma a uma.

Abri a porta do carro.

Desci.

Fui até o lado dela.

Ela me olhou.

E, sem dizer uma palavra… entrelaçou os dedos nos meus.

Seguimos juntos até a porta do elevador.

Juntos.

Inteiros, mesmo que ainda quebrados.

Mas minha mente…

Ela não parava.

Revivia cada palavra que disse.

Cada olhar dela.

Cada silêncio.

Eu contei.

O que escondi do mundo.

O que me tornou quem eu sou.

Mas ainda… não disse tudo.

Ela sabia agora sobre Rachel.

Sobre Brandon.

Sobre o porquê da minha raiva.

Do meu gelo.

Do homem que me tornei.

Mas ela ainda não sabia o que me fez desmoronar de vez.

O que me fez… ver Jordan pela primeira vez e chorar por dentro.

Ela ainda não sabia que Jordan…

Era a minha Sophia.

Quando entramos na cobertura, Amélia — como sempre calorosa — veio nos receber.

— Graças a Deus estão bem. — Ela foi até Evelyn e a abraçou.

Depois veio até mim e colocou a mão no meu rosto.

— Quando é que vai deixar meu coração descansar, garoto?

Nunca fui carinhoso.

Não com mais ninguém além das minhas irmãs… e da Evelyn.

Mas sempre amei Amélia como se fosse minha mãe.

Sem pensar, peguei suas mãos e beijei com respeito.

Amélia ficou paralisada com minha atitude.

Puxei-a para um abraço, e ouvi Evelyn suspirar ao meu lado.

— Obrigado, Amélia. Por tudo.

— Ah, meu garoto… não faça essa velha chorar.

Ela ainda me envolvia quando disse isso.

Quando nos separamos, olhei em volta e senti falta de alguém.

— Onde está a Jo?

— Ela te ligou, mas você não atendeu.

Peguei o celular.

Chamadas perdidas dela… e do Jackson.

— Eles foram até o Jackson. Ela disse que ele ia passar um tempo aqui.

Havia confusão na voz de Amélia.

— Você não me disse nada, mas arrumei o quarto ao lado do dela pra ele.

Sabia que, depois do que aconteceu, ele não ia querer tirar os olhos da Jordan.

Por mais que me incomode pensar em vê-los juntos…

Não posso negar que é o melhor.

— Tudo bem. Foi tudo muito corrido.

Agradeço por deixar tudo pronto.

Evie me chamou para irmos ao quarto.

Queria tomar um banho e descansar um pouco antes do jantar.

Mas, antes de segui-la, me voltei para Amélia:

— Será que consegue fazer aquela torta de maçã que a Sophia adorava?

Ela e Evelyn me olharam como se eu tivesse acabado de falar algo impossível.

— Claro, querido.

— E sorvete de baunilha… com calda de morango. — completei.

Ela apenas assentiu… e saiu.

Evelyn e eu seguimos para nosso quarto.

Entramos no quarto.

Tirei a roupa, fui ao banheiro, e Evie seguiu para o closet.

Liguei o chuveiro e deixei que a água caísse…

Como se aquilo pudesse, de algum jeito, acalmar meu caos interno.

Tinha me livrado do peso de guardar meu passado.

Mas ainda faltava…

a última confissão.

Estava de olhos fechados quando ouvi o box abrir.

E, logo em seguida, senti suas mãos em mim.

Ela as deslizava pelo meu abdômen como se estivesse me adorando.

E eu… recebia suas carícias sem questionar.

Evelyn e eu havíamos chegado a um patamar do nosso relacionamento em que não precisávamos mais de palavras.

Olhares, gestos, toques…

Falavam mais que mil frases.

Ela levou as mãos até a minha nuca e me puxou para si.

Nosso beijo foi lento. Sem pressa.

Duas almas se conectando no silêncio da água.

Nos separamos, decidimos tomar banho.

Não era momento para sexo.

Era melhor que isso.

Era momento de carícias.

De cumplicidade.

Ensaboamos um ao outro.

Roubamos beijos.

Ficamos abraçados.