Evelyn
Achei que não havia mais espaço dentro de mim para as crueldades do Brandon.
Depois de tudo o que ouvi do Alexander…
Achei que as coisas acabariam ali.
Mas não.
Ele ainda conseguiu ir além.
Forjar a morte da Jordan.
Fazer com que ela se sentisse esquecida…
Quando, na verdade, foi ele quem a arrancou de sua família.
Minha mente só conseguia ir até ela.
Minha menina.
A Jordan.
O amor que nasceu entre mim e a Jordan…
É tão forte quanto o que tenho pelo Alexander.
É eterno. Inquebrável.
Alex e eu estávamos na sala, aguardando o retorno dela com o Jackson.
Ele não conseguia conter a ansiedade.
Nunca o vi daquele jeito.
Até que o telefone dele tocou.
E sua expressão escureceu na mesma hora.
Tinha preocupação…
Mas também tinha medo.
Assim que encerrou a ligação, já chamou o médico.
E então me disse rapidamente o que havia acontecido.
Jackson chegou com a Jordan nos braços.
E a disputa de macho alfa me irritou.
Dois desesperados querendo proteger a mesma garota… brigando por quem a carregava.
Interrompi aquilo, e seguimos para o quarto.
O médico a examinou, nos explicou tudo.
E então…
Minha menina acordou.
Mas o alívio durou pouco.
Os olhos dela se abriram…
E imediatamente se encheram de mágoa.
Ela olhou para Jackson.
Depois para Alexander.
E então virou o rosto, sem dizer uma palavra.
— Marretinha… — disse Jackson, que estava sentado ao seu lado.
— Sai. — a voz dela saiu fraca, mas firme.
Ele travou.
Levantou da cama num pulo.
Alexander avançou um pouco, ignorando o aviso.
— Jordan… por favor. Só me deixa explicar…
— Sai você também. — ela disse, sem olhar.
Meu coração apertou.
Vi o choque nos olhos dos dois.
— Amor, por favor… — Jackson tentou mais uma vez.
Jordan olhou para ele.
Seu olhar estava firme.
Mas, no fundo, havia dor.
— Não me chame assim. — Jackson deu dois passos para trás, o sofrimento estampado no rosto.
— Ela acabou de acordar, está abalada. — tentei amenizar.
— Ela precisa entender que não foi por mal, que a gente… — Jackson insistiu.
— Jackson, saia. Vou conversar com ela. — Alexander pediu, mantendo a calma.
Ele olhou para Alexander, incrédulo.
— Ela disse para sairmos os dois. Então saia também! — retrucou, com raiva.
— Eu sou irmão dela. — Alexander disse, com autoridade.
— E eu, o namorado! — Jack respondeu, irritado.
— CHEGA! — minha voz cortou o ar com firmeza.
— Saiam os dois. Agora.
Eles me encararam como se eu tivesse perdido o juízo.
Mas estavam prestes a perder o coração da minha menina.
E isso… eu não ia permitir.
— Vocês dois acham que ela não tem o direito de estar magoada?
Acham mesmo que não doeu saber que tudo foi escondido?
Que ela não pode processar isso no tempo dela?
Eles se calaram.
— Alexander, você teve anos pra viver essa dor.
Jack, você desconfiou desde o começo e engoliu calado.
Mas ela?
Ela foi roubada da própria vida.
E acabou de lembrar disso.
Jackson desviou o olhar.
Alexander passou a mão pelos cabelos, frustrado.
— Agora saiam.
Ela pediu pra ficarem longe.
E vocês vão respeitar.
Ficaram mais alguns segundos em silêncio.
Mas, aos poucos, ambos recuaram.
Jackson foi o primeiro a sair.
Alex hesitou… mas acatou minha ordem.
E então… o quarto ficou em silêncio.
Me aproximei da cama com calma.
Ela ainda não me olhava.
Me sentei na beirada, devagar.
E com a voz mais suave que consegui encontrar dentro de mim, perguntei:
— E eu?
Você me quer aqui?
Os olhos dela finalmente encontraram os meus.
Havia dor ali.
Confusão.
Medo.
Mas… também havia algo mais.
Amor.
Ela assentiu com a cabeça.
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