Alexander
Estava feliz por ter minha irmã de volta.
Mais feliz ainda por ela ser a Jordan.
Alguém que me cativou desde o primeiro instante.
Mas não podia esquecer dos problemas que nos rondavam.
Eu precisava destruir os esquemas do Brandon.
Fui contratado pra isso.
Tinha que afastar qualquer suspeita de que a Evelyn tivesse ligação com aquela chave de cofre.
E, principalmente, encontrar o desgraçado que quer minha irmã a qualquer custo.
— Pode me dizer exatamente o que está acontecendo? — a pergunta veio do Jackson.
— Chen me ligou. E não tem jeito. Precisamos ir para a Espanha.
— Preciso contar uma coisa pra vocês antes. — Jordan chamou nossa atenção.
Olhei para ela, sentindo o estômago virar com o que viria…
Mas, ao mesmo tempo, já sabia do que se tratava.
— Não tem imagens do dia que o Brandon “morreu”. Nem das ruas, nem do ambulatório.
Os arquivos foram corrompidos.
Mas… eu os copiei mesmo assim.
— E o que você pode fazer com arquivos assim? — Jack perguntou, cético.
— Acredita em mim: muita coisa. Até mesmo descobrir o IP de quem fez isso.
— E do que você precisa pra tentar? — perguntei.
— De um bom computador, internet… e tempo.
— Podemos ir até a Sterling. Você trabalha de lá. — Jackson sugeriu. Eu concordei.
Mas minha irmã… não.
— Lá é impossível.
Eu não contei a vocês, mas… encontrei um pendrive no quarto dos pais da Evie.
E ele era do Brandon.
Minha irmã respirou fundo.
Como se as próximas palavras fossem as mais difíceis de dizer.
— Nele tem detalhes sobre a morte dos pais da Evelyn.
Além de… um esquema bem detalhado de como forjar a própria morte.
— O que isso significa, amor? — Jack perguntou, a voz tensa.
— Que o Brandon…
Pode estar vivo.
A sala pareceu pequena demais para conter aquele impacto.
Mas o que aconteceu logo atrás de mim…
Foi o que me destruiu.
O barulho de algo quebrando.
E, logo em seguida…
Evie indo ao chão.
— Evie! — Jordan gritou, correndo até ela ao mesmo tempo que eu.
Me agachei ao seu lado, levantando seu rosto com cuidado.
Notei o sangue em seu braço — ela havia caído sobre os cacos do copo.
A peguei no colo no mesmo instante. Amélia veio até nós, assustada.
— Alex, o que aconteceu?
— Ela desmaiou, Amélia. Por favor, liga pro Augusto. Pede pra ele voltar.
Ela assentiu e correu.
Com Evelyn em meus braços, caminhei até o quarto. Jordan e Jack vinham logo atrás.
Minha irmã abriu a porta. Fui até a cama e coloquei Evie com cuidado sobre o colchão.
Sentei ao lado dela, e percebi que minha mão… tremia.
Ela ouviu.
Ela ouviu sobre o Brandon.
Mas por que desmaiou? Medo? Ou havia outro motivo?
— Alex — minha irmã me chamou — o braço dela tá sangrando. Melhor colocar alguma coisa até o médico chegar.
— Tem um kit no closet. Primeira prateleira.
Ela foi buscar.
Segurei a mão da Evelyn e a beijei várias vezes. Com a outra, acariciei seu rosto.
— Ei, querida… — chamei suavemente.
Ela abriu os olhos, me encarando com confusão. Tentou se levantar, mas não deixei.
— O que houve?
— Você desmaiou.
Ela bufou, frustrada.
— Está se sentindo melhor? Já mandei o Augusto voltar.
Ela olhou o braço, irritada:
— Ótimo. Ainda me machuquei.
Jordan voltou com o kit e me ajudou a fazer o curativo.
Ela e eu éramos bons nisso. Não nos abalávamos com sangue.
— Alex, o Ben está aqui — Amélia anunciou da porta.
Droga.
Tinha pedido pra ele vir e me esqueci completamente. A viagem à Espanha precisava ser organizada.
— Pode ir, amor. A Amélia fica aqui comigo — Evelyn acariciou minha mão.
Queria dizer não. Ficar até o médico chegar.
Mas se o Brandon estava mesmo vivo, eu precisava ir atrás disso.
Já tinha feito merda demais pelas minhas costas.
Se ele estiver mesmo respirando…
Vou ter o prazer de mandar esse maldito direto pro inferno com as minhas próprias mãos.
— Assim que o Augusto chegar, eu volto.
Ela assentiu. Dei um beijo nela e falei com a minha irmã:
— Você vem comigo.
Ela acenou, sem questionar.
— Amélia, qualquer coisa, me chame.
Os olhos de Jackson a fulminaram.
E os meus... refletiam orgulho.
Minha irmã sabia se impor.
— Segundo: a gente tá junto há dois dias. Antes disso, com quem eu falava não era da sua conta.
Ou quer que eu mencione as mensagens que você recebia?
Ela arqueou a sobrancelha pra ele.
É… meu amigo estava em sérios apuros.
— Vamos voltar ao assunto principal — ela continuou.
— Não é minha amizade com o Hugo… e sim o pendrive do Brandon.
Jackson não respondeu. Apenas caminhou até o aparador e se serviu de uma bebida.
— Hugo me contou que, quando o Brandon foi embora, levou o pendrive com ele.
Mas ele havia instalado um rastreador. Assim que o pendrive fosse conectado, ele ativaria o rastreador. E uma vez ativado…
— Mesmo sem estar conectado a um computador? — Benjamin perguntou, surpreso.
— Como eu disse... o Hugo é um gênio.
— Então ele te contou que o pendrive estava na casa da Evelyn?
Ela assentiu.
— Foi por isso que quis ir com vocês.
Também queria as imagens, claro. Brandon é previsível. Imaginei onde teria escondido — e acertei de primeira.
A senha também foi fácil.
— Você já sabia? — perguntei.
— Não.
Deduzi.
E acertei.
Notei um leve desconforto nela.
Como se não quisesse me contar como descobriu.
— Posso saber qual era? — questionei, seco.
Sem hesitar, ela respondeu:
— A data de nascimento da Evelyn.
Aquilo foi como um soco no estômago.
Ele realmente a amava.
Fez de tudo pra mostrar o contrário.
Mas ele amava.
E não sei dizer por que... mas isso me incomodou.
Espero, de verdade, que ele esteja morto.
Porque se estiver vivo…
E tentar se aproximar da minha mulher…
Vou fazer o que devia ter feito há oito anos.
Vou arrancar sua alma do corpo…
E fazê-lo implorar pelo descanso eterno.
Dessa vez, não vai ter misericórdia. Nem erro. Nem perdão.

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