Okan
— Acompanhe-me.
Passo por ele sem me preocupar em verificar se me segue. Sei que está logo atrás, mesmo sem olhar. Meu caminhar é decidido, com passos firmes em direção à biblioteca. Entro, seguro a maçaneta da porta e espero. Assim que ele entra, fecho a porta atrás de nós.
Ômer se volta para mim, com a expressão de quem já tem respostas prontas, ainda que não saiba a pergunta.
— Bem, estou aqui. O que você gostaria de falar comigo? Que assunto de negócios é tão urgente que não podia esperar? Ou será que aconteceu algo com o tio? — Ele dá uma pausa e sorri com desdém. — Ou será que precisava mesmo era interromper meu momento com uma mulher linda e maravilhosa?
Ignoro a provocação. Caminho até ele, mantendo uma distância controlada, e resolvo ir direto ao ponto:
— Não quero que se envolva com Emily.
Ele pisca, surpreso, como se não tivesse entendido. E então, ri.
Meu sangue ferve, mas me mantenho impassível.
— Como é que é? Posso saber por quê?
— É exatamente o que ouviu. Não te devo explicações.
Ômer balança a cabeça, ainda sorrindo.
— Você sabe que não sigo essas suas tradições arcaicas, não é? Meus pais são bem mais liberais. Não estou preso a promessas ou regras de família como você.
Cruzo os braços, mantendo minha expressão inabalável.
— Não estou falando de tradições. Estou falando da minha casa. Enquanto estiver sob este teto, você me respeitará. Quero que fique longe dela.
Ele estreita os olhos, desconfiado.
— Por que eu tenho a impressão de que isso vai além de tradições ou de uma conversa altruísta? Não me diga que você está... interessado nela. — Ele me observa com atenção. — Eu vi o jeito que você olhava para ela enquanto jogavam e depois no piano...
Dou de ombros, deliberadamente casual.
— Aviso dado. Encara como quiser.
O sorriso de Ômer desaparece. Seu rosto se contorce em raiva.
— Você é um hipócrita. Pelo que eu sei, você está noivo.
Um sorriso frio surge em meus lábios.
— Estou tentando ser compassivo com você, mas minha paciência tem limite. Enquanto estiver na minha casa, seguirá minhas regras.
Ele me encara com fúria, os olhos faiscando. Sei que está prestes a explodir.
— Saiba que gosto dela. Emily me atrai muito. Para ser franco, ela é extraordinária. Trabalha no banco onde tenho conta, sabia? Tenho planos para nós. Planejo levar esse relacionamento a outro nível. E aí, como fica?
Por dentro, estou em ebulição. Um vulcão prestes a explodir. Mas, como em um jogo de negócios, mantenho a frieza no olhar e na voz.
— Não fica. Você fará o que eu digo. Preciso lembrá-lo que tenho a maioria das ações da agência em que trabalha?
Ômer dá um passo à frente, a tensão entre nós quase palpável.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Não consigo liberar para leitura, mesmo tendo saldo disponível....
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...