Entrar Via

Romance Proibido romance Capítulo 51

Emily

Saio do quarto puxando minha mala de rodinhas, com o coração pesado. Por fora, meu rosto está tranquilo, mas por dentro estou despedaçada. Na sala, dou de cara com Okan, sentado em frente à lareira, um copo de uísque na mão.

— E papai? — Kayra pergunta a ele.

— Foi se deitar.

— Não é cedo para beber?

— É cedo, mas me deu vontade.

Os olhos de Okan encontram os meus. Há algo neles, uma mistura de angústia e cansaço, mas tudo que consigo sentir é minha própria raiva, ardente e sufocante. É maior que a dor, maior que a decepção. Ele me traiu de todas as formas possíveis, e eu preciso me proteger. Ergo o queixo, alimentando meu orgulho ferido.

— Bem, vou indo. — Minha voz soa firme, mas por dentro estou desesperada para ir embora, fechar esse capítulo da minha vida e nunca mais olhar para trás.

Abraço Kayra com força.

— Obrigada por tudo, pela sua amizade, sua hospitalidade.

Ela sorri levemente, sem perceber o turbilhão em mim.

— Foi um prazer tê-la conosco.

Quando nos afastamos, olho para Okan.

— Obrigada por sua hospitalidade, senhor Krishnan.

Ele me encara por um momento, em silêncio, e assente. Sem dizer mais nada, viro-me e puxo minha mala, lutando contra o nó que aperta minha garganta.

No hall, pego meu casaco, vestindo-o com movimentos bruscos. Kayra me acompanha até a varanda, onde a neve fina cobre o chão como um tapete traiçoeiro.

— Me liga quando chegar em casa, tá?

— Claro, pode deixar.

Começo a caminhar em direção ao carro, equilibrando-me na neve e carregando a mala. Quase escorrego e, em um instante de fúria, murmuro uma blasfêmia baixa contra o mundo. Contra ele.

Coloco a mala no banco traseiro com mais força do que deveria e me sento ao volante. Gemo um "vamos lá" silencioso enquanto giro a chave. Nada.

Tento de novo. E de novo. O carro está morto.

Respiro fundo, sentindo a frustração crescendo como uma maré. Olho para trás, e lá está Okan, na varanda, observando-me com os braços pousados nos ombros de Kayra. Seus olhos brilhantes mostram algo que não consigo decifrar, mas sei que não é arrependimento.

Saio do carro com raiva fervilhando em minhas veias.

Okan fala algo a Kayra e vem na minha direção com passos decididos.

— O que foi? — pergunta ele, com uma calma que me provoca ainda mais.

Seguro minha irritação, tentando não explodir.

— Giro a chave, mas o carro não pega.

— Hum. — Ele faz, como se já soubesse.

— Droga! Você conhece algum mecânico?

Ele sorri de lado, aquele sorriso que eu odeio tanto quanto amo.

— Duvido! — Digo, cruzando os braços.

Ele suspira e, para minha surpresa, solta a verdade com uma tranquilidade cruel:

— Tudo bem, vou abrir o jogo. Eu mexi no seu carro.

Fico boquiaberta, minha indignação se mistura com choque.

— Como?!

— Não quero que vá. Precisamos conversar, Emily.

Minha raiva atinge o limite, mas antes que eu consiga gritar, Kayra se aproxima rapidamente.

— O que houve? O carro não pega?

— Não! — digo, tentando soar casual, mas minha voz sai cortada pela tensão. — Vou ter que chamar um táxi.

Kayra me lança um olhar surpreso e depois me abraça.

— Allah! Nada disso. Okan vai dar uma olhada no carro para você. Ele entende de carros. E isso é mais um motivo para você ficar aqui.

Afasto-me, desesperada para manter a compostura.

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido