A campainha tocou às oito da manhã de segunda-feira, me arrancando de um sono que já não era dos melhores. Desde o momento em que Christian saiu da minha casa ontem, minha mente não tinha parado um segundo sequer. O beijo, o acordo, a viagem – tudo girava na minha cabeça como um carrossel desgovernado.
— Zoey! — A voz de minha mãe atravessou a porta do quarto. — Tem uma entrega pra você!
Rolei na cama, resmungando. Uma entrega? Eu não tinha comprado nada. A menos que...
Levantei num pulo, um mau pressentimento me dominando. Vesti o robe por cima do pijama e arrastei os pés até a sala, onde minha mãe assinava um tablet oferecido por um entregador de uniforme impecável.
— O que é isso? — perguntei, já temendo a resposta.
— Entregas para a senhorita Aguilar — o homem respondeu formalmente. — Da parte do senhor Bellucci.
E então, como uma invasão coordenada, três outros entregadores começaram a trazer caixas e mais caixas para dentro da minha casa. Caixas grandes, caixas médias, sacolas com logos de marcas que eu só via em revistas.
— Meu Deus, o que é tudo isso? — minha mãe perguntou, os olhos arregalados.
— Um... presente de noivado? — respondi, a mentira saindo como uma pergunta.
Quando finalmente todos os pacotes estavam empilhados na sala, o entregador principal me estendeu um envelope.
— O senhor Bellucci pediu para entregar isso pessoalmente à senhorita.
Peguei o envelope com dedos trêmulos. Assim que os entregadores saíram, abri-o para encontrar um cartão simples e elegante.
"O básico para você se sentir confortável durante nossa estadia. Não se preocupe, não aceitarei 'não' como resposta. Até amanhã. – C."
— Zoey, o seu noivo é sempre assim? — minha mãe perguntou, tocando uma das caixas como se fosse algo sagrado.
— Aparentemente — murmurei, ainda assimilando a invasão de presentes.
Annelise escolheu esse momento para aparecer, ainda de pijama, os cabelos desgrenhados e os olhos sonolentos. Ao ver a sala, porém, despertou completamente.
— Que diabos é tudo isso?
— Um guarda-roupa novo, cortesia do meu 'noivo' — respondi, fazendo aspas com os dedos quando minha mãe saiu da sala em direção à cozinha.
Annelise se aproximou de uma das sacolas, pegando-a como se fosse feita de cristal.
— Essa bolsa é Prada. PRADA! — Ela olhou para mim como se eu tivesse ganhado na loteria. — Posso abrir?
Dei de ombros.
— Fique à vontade.
Não precisei falar duas vezes. Annelise começou a rasgar embalagens com a empolgação de uma criança no Natal. Vestidos, calças, blusas, sapatos – tudo em tamanhos exatos para mim, tudo de marcas que eu só poderia sonhar em ter.
— Isso é um vestido Valentino! — ela exclamou, erguendo uma peça vermelha deslumbrante. — Deve custar mais que meu salário de três anos!
Afundei no sofá, observando minha irmã transformar nossa sala em um campo de batalha de papel de seda e fitas.
— Ele está me comprando — murmurei.
Annelise parou, me encarando com uma sobrancelha erguida.
— O que disse?
— Ele está literalmente me comprando, Anne. — Baixei a voz, olhando nervosamente para a cozinha. — Esse é o trato. Ele resolve a dívida do pai e eu finjo ser a noiva perfeita.
Minha irmã largou o vestido que segurava e sentou-se ao meu lado.
— Você contou para ele sobre a dívida?
— Não! — respondei, horrorizada. — Ele investigou. Sabe tudo sobre nossa família.
Annelise assobiou baixinho.
— Uau. Isso é... intenso.
— É assustador, isso sim. — Passei as mãos pelo rosto. — Quem faz isso? Quem investiga a família de uma estranha?
— Alguém muito rico e muito determinado, aparentemente. — Ela pegou um par de sandálias de uma das caixas, analisando-o. — Se você não quiser essas, eu aceito. Estou precisando mesmo de sapatos novos.
— Anne! — exclamei, incrédula. — Você não está entendendo a gravidade da situação?
— Estou sim. — Ela colocou as sandálias de lado e segurou minhas mãos. — Você fez um acordo com um bilionário gostoso para salvar nossa casa. Ele está cumprindo a parte dele, mandando presentes caros e, pelo que entendi, vai pagar a dívida do pai. Tudo o que você precisa fazer é passar alguns dias fingindo estar apaixonada por ele.
Quando ela colocava assim, parecia tão simples.
— Não é só isso. Tenho que conhecer o avô dele, impressionar as pessoas importantes. E se eu estragar tudo? E se descobrirem que é tudo mentira?
Annelise sorriu, dando de ombros.
— Então você volta para casa de mãos vazias, mas ainda assim com a dívida quitada, certo?
Mordi o lábio, pensativa.
— Não é engraçado!
— É hilário! — Ela secou uma lágrima imaginária. — Zoey, vamos combinar: você não vai resistir cinco dias sozinha com aquele homem. Nem cinco horas.
— Vou sim! — protestei. — Já disse, é só negócios.
— Sei. — Ela pegou outra caixa, abrindo-a para revelar um conjunto de lingerie que parecia ter saído de um desfile da Victoria's Secret. — E isso aqui também é "só negócios"?
Arranquei a caixa das mãos dela, sentindo meu rosto pegar fogo.
— Isso é... é...
— A prova de que ele está pensando exatamente o mesmo que eu. — Anne sorriu, maliciosa. — Que vocês dois não vão resistir.
Fechei a caixa, colocando-a de lado.
— Você não entende. Ele só está fazendo isso porque precisa do avô para herdar os negócios da família. Eu sou conveniente. Nada mais.
O sorriso de Annelise suavizou.
— Zoey, olha para tudo isso. — Ela gesticulou para as caixas espalhadas. — Um homem não manda um guarda-roupa inteiro para alguém que é apenas "conveniente".
— Ele só está garantindo que não o envergonharei na frente dos amigos ricos.
— Se fosse só isso, bastava te dar dinheiro para comprar algumas roupas. — Ela balançou a cabeça. — Ele escolheu cada peça. Pensou em você.
Quis protestar, mas algo me impediu. Será que havia alguma verdade nas palavras dela? Ou era apenas meu coração idiota querendo acreditar que poderia significar mais para alguém como Christian Bellucci?
— Tanto faz. — Levantei-me, decidida a encerrar o assunto. — Vou começar a arrumar tudo isso.
Annelise ergueu o vestido vermelho novamente.
— Você vai levar este, né? Por favor, diz que sim. Ele vai babar quando te ver usando isso.
Rolei os olhos, mas não consegui evitar um pequeno sorriso.
— Você é impossível.
— E você está ferrada. — Ela sorriu, me entregando o vestido. — Completamente ferrada.
E o pior? Uma parte de mim sabia que ela estava certa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...