— Então, deixa eu ver se entendi — disse Anne, se jogando na cadeira giratória do escritório com um drama teatral que só ela conseguia executar. — Nós vamos passar a tarde assistindo a filmagem de câmeras de segurança procurando por um carro suspeito. Basicamente, viramos detetives de série de TV.
— Não é bem assim, Anne — respondi, enquanto Marco configurava o computador com as imagens que seu contato na empresa de segurança havia conseguido para nós.
— Não, é exatamente assim — ela insistiu, girando na cadeira como uma criança. — Só estou esperando alguém aparecer com café ruim em copos de isopor e rosquinhas velhas. Marco, você trouxe rosquinhas?
Marco, que estava concentrado na tela do laptop, mal olhou na direção dela.
— Não — respondeu secamente.
O clima gelado entre eles estava me deixando desconfortável desde que nos encontramos no escritório de Marco uma hora atrás. Havia uma tensão palpável entre ele e Anne que eu não conseguia entender.
— Nossa, que animação — Anne murmurou, parando de girar na cadeira. — Alguém acordou do lado errado da cama hoje.
— Algumas pessoas levam situações sérias a sério — Marco respondeu, ainda sem olhar para ela, ajustando a tela do laptop.
— E algumas pessoas precisam aprender que um pouco de humor não mata ninguém — Anne retrucou, sua voz perdendo parte da leveza habitual. — Claro que eu não acho engraçado o que aconteceu com o Christian, mas...
Mas era o jeito de Anne lidar com as coisas sem surtar: tentar descontrair tudo. Eu sabia disso. Eu conhecia minha irmã. Marco, por outro lado...
— Gente, por favor — interrompi antes que a discussão escalasse. — Podemos focar no que viemos fazer aqui?
Marco finalmente levantou os olhos do computador.
— Consegui as imagens de três câmeras diferentes da área onde Christian teve o acidente — disse ele, sua voz voltando ao tom profissional. — Meu contato na empresa de monitoramento me passou tudo extraoficialmente. Oficialmente, não há nada suspeito no acidente, então a polícia não está investigando.
— Que conveniente — comentei sarcasticamente.
— Vou mostrar em ordem cronológica — continuou Marco, ignorando meu comentário. — Esta primeira é de um prédio comercial, cerca de quinze minutos antes do acidente.
A imagem era em preto e branco, um pouco granulada, mas dava para ver o carro de Christian passando pela rua. Alguns segundos depois, um SUV escuro apareceu na tela, mantendo distância mas claramente seguindo a mesma rota.
— Aí está nossa evidência — disse Marco, apontando para a tela. — O cara realmente estava seguindo Christian.
— Como em todos os filmes de suspense que já assistimos — Anne comentou, mas sua voz estava mais séria agora. — Cara, isso é real mesmo, não é? Alguém realmente tentou matar Christian.
— Infelizmente, sim — respondi, sentindo meu estômago se apertar ao ver as imagens.
Marco passou para o segundo vídeo, que mostrava uma rua mais movimentada.
— Esta câmera é de uma loja de departamentos — explicou ele. — Fica a cerca de cinco quadras do local do acidente.
Novamente, o carro de Christian apareceu, seguido pelo SUV escuro. A qualidade da imagem era um pouco melhor, mas ainda não conseguíamos ver detalhes do veículo suspeito.
— O SUV ainda está mantendo distância — observei. — Quem quer que seja, sabia o que estava fazendo.
— Ou assistiu muitos tutoriais no YouTube sobre como seguir alguém — Anne murmurou, mas percebi que ela estava prestando atenção total na tela.
Marco pausou a imagem. O SUV estava parado em um ângulo que nos permitia ver a lateral do veículo claramente pela primeira vez.
Estudei a tela, tentando absorver cada detalhe. O formato, a cor escura, as rodas... A placa estava coberta por lama ou algo que a tornava ilegível, muito provavelmente isso tinha sido proposital. Mas então algo no para-brisa traseiro chamou minha atenção.
— Espera — murmurei, me inclinando ainda mais perto da tela. — Marco, você consegue aumentar essa parte aqui?
Ele clicou algumas vezes, ampliando a imagem do para-brisa traseiro do SUV. Estava um pouco pixelada, mas dava para ver claramente: um adesivo pequeno no canto inferior direito.
E então algo me atingiu como um raio.
— Meu Deus — murmurei, minha mão voando para cobrir a boca.
— O que foi? — Anne perguntou imediatamente, se levantando da cadeira para ficar ao meu lado.
— Você reconhece alguma coisa? — Marco perguntou, se inclinando sobre meu ombro para ver melhor a tela.
Continuei encarando a imagem, meu coração batendo cada vez mais rápido. Não podia ser. Mas quanto mais olhava, mais certeza tinha.
— Zoey? — Anne chamou, sua mão tocando meu braço. — Você está pálida. O que você viu?
Engoli em seco, tentando processar a realização terrível que estava se formando em minha mente.
— Eu reconheço aquele carro.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Cansativo liberar somente 2 capítulos por noite.... Poderia liberar pelo menos 5, né?...
Bianca e Nico ... tão bons ou melhores que Christian e Zoeh!!! Tão lindos! Mas vamos garantir pelo menos 3 capitulos por noite para deixar as leitoras felizes?...
Quando terá novos capítulos? Ansiosa...
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...