Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 154

Estava enrolada no sofá da sala de vídeo, com uma tigela gigante de pipoca no colo, assistindo pela terceira vez à reprise da entrevista que Eduardo havia dado mais cedo na televisão. Christian estava ao meu lado, também com pipoca, e nós dois assistíamos como se fosse o melhor filme do último ano.

— Olha a cara dele quando o jornalista pergunta sobre a certificação orgânica — disse Christian, apontando para a tela e mal conseguindo conter o riso.

Na televisão, Eduardo estava visivelmente desconfortável, mexendo nas mãos e evitando olhar diretamente para a câmera.

— "A Vale do Sol reconhece que houve... irregularidades em nossos processos de certificação" — imitei a voz dele, fazendo Christian gargalhar.

— A melhor parte é quando ele admite que a Bellucci foi pioneira na viticultura orgânica sustentável — Christian comentou, jogando uma pipoca na boca. — Você deveria ter visto a cara da equipe de marketing dele quando assistiram isso ao vivo.

Era impossível não me sentir satisfeita. Depois de meses sendo sabotada, humilhada e ameaçada, finalmente tínhamos nossa primeira vitória real. Eduardo havia confessado publicamente, a Vale do Sol estava enfrentando uma crise de credibilidade devastadora, e nossa linha Épure estava sendo reconhecida como a verdadeira inovação orgânica.

— E agora? — perguntei, virando-me para Christian. — Como vocês vão fazer para pegar Elise e Francesca?

A expressão de Christian mudou imediatamente, voltando àquela seriedade protetora que eu conhecia bem.

— Isso não é algo para você se preocupar — disse firmemente. — Você só precisa focar no bebê, na festa de lançamento da Épure e...

Ambos paramos por um momento, como se o mesmo pensamento tivesse nos atingido simultaneamente.

— E na cirurgia do Nonno — completei, minha voz perdendo toda a alegria anterior.

Christian assentiu gravemente. Ele vinha tentando ocupar ao máximo a cabeça para não pensar nisso, eu podia ver. Mas a cirurgia de Giuseppe estava agendada para dali a três dias. Os médicos estavam esperançosos, Giuseppe estava esperançoso e positivo, mas na idade dele não existia cirurgia simples, ainda mais uma cirurgia cardíaca.

— Ele está forte — disse, tentando injetar convicção na minha voz. — Giuseppe é forte, Christian. Ele vai sair dessa.

— Sim — Christian concordou, mas era óbvio que falava mais da boca para fora do que realmente acreditando. — Claro que vai.

Peguei sua mão, entrelaçando nossos dedos. Por mais que tentássemos manter a fé, ambos sabíamos que havia riscos reais envolvidos. E a simples possibilidade de perder Giuseppe me deixava com o coração apertado.

Na noite anterior à cirurgia, Giuseppe reuniu toda a família e os funcionários mais queridos para um jantar especial na sala de jantar principal da mansão. A mesa estava posta com a porcelana mais fina da família, velas acesas criando uma atmosfera calorosa, e todos os pratos favoritos de Giuseppe preparados com carinho especial.

Estavam presentes eu e Christian, meus pais e irmãos, Carmen a governanta que praticamente criou Christian, alguns dos vinhateiros mais antigos da propriedade, e até mesmo alguns dos funcionários mais fiéis da Bellucci Brasil, como Rômulo. Marco também havia vindo da Ásia, é claro. E até mesmo Isabella e Lorenzo tinham aparecido.

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