~CHRISTIAN~
O escritório da Bellucci em Porto Alegre estava em seu ritmo habitual de atividade intensa quando meu celular tocou com a ligação de Zoey do hospital. Eu estava no meio de uma reunião com os diretores regionais, discutindo as estratégias de exportação para o próximo trimestre, mas o nome dela na tela me fez interromper tudo imediatamente.
Quando ela me contou sobre o desaparecimento de Roberto, senti uma tensão familiar se instalando no meu peito. Era o mesmo instinto que me alertava durante negociações complicadas, quando algo não estava certo, quando havia perigo à vista.
— Senhores, vamos pausar por quinze minutos — anunciei para os executivos ao redor da mesa de reunião, ignorando os olhares curiosos. — Tenho uma questão urgente para resolver.
Saí da sala de conferências e liguei imediatamente para Roberto. Direto para a caixa postal. Tentei novamente. Mesmo resultado. Em cinco anos trabalhando para nossa família, Roberto nunca havia falhado em atender uma ligação minha, especialmente quando estava de serviço protegendo Zoey.
Minha mente começou a trabalhar rapidamente, analisando possibilidades. Roberto era ex-militar, profissional experiente, não era o tipo de pessoa que simplesmente "sumia". Se ele não estava respondendo, era porque alguma coisa havia acontecido com ele.
— Preciso que você verifique a localização do Roberto imediatamente — disse, dispensando qualquer preâmbulo cortês.
— Algum problema, Sr. Bellucci? — Espero que não, mas Roberto não está respondendo e minha esposa estava no hospital com meu filho. Ele simplesmente desapareceu.
Quando Zoey insistiu em voltar para casa com Carlos durante nossa ligação, cada fibra do meu ser gritava para eu proibir categoricamente. Mas ela estava certa sobre uma coisa: Carlos era nosso motorista há meses, um homem de confiança que conhecia nossa rotina, nossa família. E era pleno dia, numa estrada que percorríamos regularmente.
Mesmo assim, não consegui me livrar da sensação de que estava cometendo um erro.
Voltei para a reunião, mas minha concentração estava completamente fragmentada. Os executivos apresentavam números e projeções, mas minha mente estava a cem quilômetros de distância, numa estrada entre o hospital e minha casa, onde minha esposa e meu filho estavam potencialmente em perigo.
Olhei para o relógio. Zoey deveria estar chegando em casa em menos de dez minutos. Peguei o celular, esperando ver uma mensagem dela confirmando que havia chegado em segurança.
Nada.
Quinze minutos depois, ainda nada.
— Com licença — interrompi uma apresentação sobre análise de solo. — Precisam me dar mais alguns minutos.
Liguei para casa. Carmen atendeu.
— Oi, Carmen. A Zoey chegou?
— Não, Sr. Christian. Ainda não chegou. Tem algum problema?
Meu estômago se contraiu.
— Não, apenas checando. Se ela chegar, peça para me ligar imediatamente.
Liguei para o celular de Zoey. Tocou até cair na caixa postal. Tentei novamente. Mesmo resultado.
Agora sim o pânico estava se instalando. Zoey sempre atendia meus telefonemas, especialmente quando eu estava preocupado. E ela havia prometido ligar assim que chegasse em casa.
— Senhores — me levantei abruptamente da mesa. — Vamos precisar remarcar esta reunião. Tenho uma emergência familiar.
Estava coletando meus papéis e me preparando para pegar o jatinho imediatamente quando meu telefone tocou. Um número desconhecido.
Atendi esperando que fosse Zoey ligando de algum telefone emprestado, talvez porque o celular dela havia descarregado.
— Alô?
— Olá, Christian.
O sangue gelou nas minhas veias. Era uma voz que eu conhecia bem demais - a voz fria e distante do homem que havia me gerado, mas nunca havia sido realmente meu pai.
— Lorenzo — consegui dizer, minha própria voz saindo mais rouca do que eu pretendia.
— Senti sua falta também, filho — disse, e pude ouvir o sarcasmo destilando de cada palavra. — Espero que esteja tendo um bom dia no escritório.
Como ele sabia onde eu estava? Há quanto tempo estava me observando, me vigiando?
— Uma transferência. Vou enviar os detalhes da conta e o valor.
Meu telefone vibrou novamente. Quando vi o número, senti minha respiração parar. Uma quantia astronômica, mas que eu poderia acessar se necessário.
— Lorenzo, por favor — tentei apelar para qualquer humanidade que pudesse restar nele. — Por que está fazendo isso? Somos família. Zoey nunca fez nada para você. Matteo é seu neto.
— As coisas já foram longe demais, Christian — disse, sua voz endurecendo. — Eu não vou para a cadeia. Não vou passar o resto da minha vida numa cela pagando por erros que... que foram mal compreendidos.
— Erros? — explodi. — Você conspirou contra nossa família! Sua amante tentou matar minha esposa e meu filho! — Eu nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto — Lorenzo rebateu, mas sua voz soava defensiva agora. — Elise agiu por conta própria. As circunstâncias saíram do controle. Mas agora é assim. Eu preciso sair do país, recomeçar em algum lugar onde possa viver em paz.
— E depois? Quando você estiver seguro em algum paraíso fiscal, o que acontece com Zoey e Matteo?
— Se você fizer exatamente o que estou pedindo, eles voltarão para casa ilesos. Você tem minha palavra.
— Sua palavra? — ri amargamente. — A palavra de um homem que traiu a própria família?
— Christian — Lorenzo disse, sua voz assumindo um tom de advertência —, eu sugiro que você pare de me provocar e comece a se mexer. Porque se você não fizer o que estou pedindo, ou se tentar qualquer coisa burra, como envolver a polícia, as consequências serão muito desagradáveis para sua pequena família.
A ameaça era clara. E diante da escolha entre arriscar a vida de Zoey e Matteo ou deixar meu pai escapar com dinheiro roubado, não havia hesitação.
— Você tem uma hora — Lorenzo alertou. — Vou te enviar um endereço. Você vem sozinho, traz tudo que pedi, e faz a transferência na minha frente. Aí sua família volta para casa.
— E se eu não conseguir reunir tudo em uma hora?
— Então você vai descobrir até onde um homem desesperado é capaz de ir para salvar a própria pele — disse Lorenzo, e a frieza em sua voz me fez perceber que ele realmente era capaz de qualquer coisa.
O telefone desligou, e segundos depois recebi uma mensagem com um endereço que reconheci vagamente. Algum lugar na Serra Gaúcha, não muito longe da nossa propriedade.
Peguei meu casaco e corri para a porta. Uma hora não era muito tempo para salvar as pessoas que mais amava no mundo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Cadê o restante do livro? Parou no capítulo 449....
Estava lendo sem pedir para comprar com moedas, e desde o capítulo 430 já não consigo mais. Fiquei bem chateada!...
A melhor foi a história da Zoey e Christian mesmo. Foi a mais emocionante....
Site tá uma porcaria cheio de propagandas que não tinha antes, atrapalhando a leitura....
21984019417...
Alguém mais está dando erro nos capitulos 426, 427 e 428?...
Cadê o capítulo 85 🥲...
Queria o final. Como faço?...
O meu travou no 406, mais as moedas estão sumindo...
O meu travou no 325...