Mas antes que pudesse continuar, meu celular vibrou na mesinha de cabeceira. O brilho da tela iluminou brevemente o quarto. Esticando-me para alcançar meu celular, quebrei o momento, o espaço entre nós subitamente aumentando. Era apenas uma mensagem de Annelise:
"E aí, já dormiu com ele? Aposto que já!”
Suspirei, colocando o celular de volta. Quando olhei para Christian novamente, algo havia mudado. Ele se afastou ligeiramente, como se a interrupção tivesse quebrado um feitiço.
— A chuva está diminuindo — ele comentou, os trovões agora distantes, quase inaudíveis.
— É... está.
— Acho que vou voltar para o sofá.
Quis pedir que ficasse, mas as palavras não saíram. O momento havia passado. Com um movimento suave, ele se levantou e voltou para sua cama improvisada.
— Boa noite, Zoey.
— Boa noite — respondi, um estranho vazio se instalando no meu peito.
Apesar do cansaço, o sono demorou a chegar. Quando finalmente adormeci, sonhei com vinhedos intermináveis e segredos sussurrados na escuridão.
Na manhã seguinte, acordei com o som de uma voz baixa e controlada. Christian estava de pé perto da janela, celular no ouvido, já completamente vestido em calças sociais e camisa clara.
— Sim, confirme que todas as mesas estarão prontas até o meio-dia. E certifique-se de que a área de degustação esteja impecável. — Ele fez uma pausa, ouvindo. — Não, não quero mudanças de última hora. Seguimos o plano original.
O sol da manhã entrava pelas grandes janelas, banhando o quarto em uma luz dourada que destacava cada detalhe luxuoso. Por um momento, apenas observei Christian, notando como ele parecia perfeitamente à vontade em seu papel de CEO. Era uma faceta diferente do homem vulnerável da noite anterior.
Ele se virou, percebendo que eu estava acordada.
— Preciso ir. Resolva isso — concluiu rapidamente antes de desligar. — Bom dia.
— Bom dia — respondi, sentando-me na cama e tentando domar meu cabelo bagunçado. — Problemas?
— Apenas os usuais antes de um evento importante. — Ele checou o relógio. — O café da manhã está servido no terraço, se estiver com fome.
Assenti, subitamente consciente de que estava usando apenas a camisola de seda fina.
— Vou tomar um banho rápido primeiro.
Ele assentiu, desviando o olhar.
— Te encontro lá.
Quando Christian saiu, permiti-me um momento para respirar fundo. Depois da intensidade da noite anterior, a formalidade da manhã parecia estranha, deslocada.
Vinte minutos depois, já banhada e vestida com uma calça jeans e blusa casual, segui para o terraço. Christian estava sentado à mesa, lendo algo em seu tablet enquanto tomava café. Ergueu os olhos quando me aproximei.
— Dormiu bem? — perguntou, colocando o tablet de lado.
— Razoavelmente. — Sentei-me, servindo-me de café. — E você?
— O suficiente.
Um silêncio desconfortável se instalou entre nós. Havia tantas coisas não ditas, tantas revelações da noite anterior pairando no ar, que nenhum de nós parecia saber como proceder.
— Sobre o evento de hoje... — ele começou finalmente.
— Sim?
— Começa às seis. Teremos compradores importantes, críticos de vinho, algumas celebridades. — Ele hesitou. — E o meu avô estará lá.
Senti meu estômago afundar.
— Tão cedo? Achei que o conheceria mais tarde.
— Mudança de planos. Ele voltou antes de uma viagem à Europa.
Engoli em seco, subitamente nervosa. O infame avô, aquele que exigia um casamento para passar o controle da empresa ao neto, estaria me avaliando hoje.
— E se ele não gostar de mim?
Ele sorriu, aquele sorriso enigmático que eu já conhecia bem.
— O resto é história nossa.
Quando paramos no estacionamento do complexo, já conseguia ver a movimentação. Carros luxuosos, pessoas bem-vestidas circulando, taças de cristal brilhando sob o sol do entardecer.
— Christian... — comecei, sentindo meu estômago se contrair de nervosismo. — E se seu avô não me aprovar?
Ele desligou o motor e se virou para mim.
— Depois de Francesca, achei que ele nunca aceitaria ninguém. Mas quando soube do nosso noivado, ele disse algo que me surpreendeu.
— O quê?
— Disse que estava feliz que eu finalmente tinha encontrado alguém que parecia real. — Seus olhos estavam fixos nos meus, intensos. — Ele viu nossas fotos do casamento e disse que o jeito como eu olhava para você... parecia verdadeiro.
Meu coração acelerou. Mas antes que eu pudesse responder, notei uma movimentação à nossa direita. Vários carros com o logotipo da Elite PR estavam estacionando.
— Christian... — minha voz falhou.
Ele seguiu meu olhar e sua expressão endureceu. Então, surpreendentemente, pegou minha mão e a apertou.
— Estamos juntos nisso, lembra?
O gesto simples me acalmou mais do que qualquer palavra poderia. Assenti, sentindo uma estranha determinação crescer dentro de mim.
Saímos do carro e começamos a caminhar em direção à entrada. Foi quando vi uma figura familiar saindo de um dos carros da Elite PR, seus cabelos perfeitamente arrumados inconfundíveis mesmo à distância.
Elise.
Ela ergueu os olhos, seu olhar encontrando o meu através do estacionamento. Por um momento, o mundo pareceu congelar.
E então, com um sorriso que não alcançava seus olhos, ela começou a caminhar em nossa direção.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...