Lorenzo estava ficando cada vez mais agitado, caminhando de um lado para o outro como um animal enjaulado. A cada poucos minutos, ele se dirigia à janela pequena e suja do galpão, espiando nervosamente pela cortina improvisada que havia pendurado para esconder nosso esconderijo. Seus movimentos eram tensos, ansiosos, como se esperasse que Christian fosse aparecer a qualquer momento - mas não sozinho.
E eu sabia que era exatamente isso que ele faria.
Conhecia meu marido bem o suficiente para saber que Christian jamais viria despreparado para uma situação como essa. Ele brilhante, estratégico, sempre três passos à frente de qualquer adversário em negociações. Claro que bolaria algum plano elaborado para nos tirar daquele perigo sem colocar nossa vida em risco. Provavelmente já havia alertado a polícia, provavelmente estava coordenando algum tipo de operação de resgate enquanto fingia ceder às demandas de Lorenzo.
O problema era que eu também conhecia o coração de Christian.
Se a qualquer momento ele precisasse escolher entre me salvar e capturar Lorenzo, se houvesse o menor risco para minha vida ou de Matteo, ele não pensaria duas vezes antes de me proteger. Mesmo que isso significasse deixar Lorenzo escapar. Mesmo que significasse se colocar em risco no meu lugar.
E eu não podia permitir que isso acontecesse. Lorenzo precisava ser preso. Isso precisava acabar.
Matteo estava no carrinho ao meu lado, chorando desconsoladamente. Seus pequenos punhos cerrados se agitavam no ar enquanto ele se contorcia desconfortavelmente, claramente faminto e estressado. O barulho estava ficando cada vez mais forte, ecoando pelas paredes metálicas do galpão de forma perturbadora.
— Lorenzo — chamei, tentando manter minha voz calma e controlada. — Preciso tirar Matteo do carrinho e amamentá-lo. Você pode me desamarrar um poc?
Ele parou de caminhar e se virou para mim com uma expressão irritada.
— Christian logo estará aqui — disse bruscamente. — Ele pode esperar.
— Ele vai continuar chorando e fazendo escândalo — insisti, olhando para Matteo no carrinho. — Você não tem medo de que isso chame atenção?
Lorenzo hesitou por um momento, claramente considerando minha observação. O choro de Matteo estava ficando mais forte, mais desesperado, ecoando pelas paredes metálicas do galpão de forma que parecia amplificar o som.
— Estamos em um lugar distante — disse finalmente, embora sua voz não soasse totalmente convicta.
— Provavelmente — concordei, fingindo aceitar sua resposta. — Mas sempre tem trabalhadores por essas vinícolas. Especialmente nesta época do ano. Se alguém passar por aqui e ouvir um bebê chorando...
Deixei a frase no ar, vendo como Lorenzo processava a possibilidade. Matteo continuou chorando, seus gritos agudos preenchendo o silêncio tenso entre nós.
Lorenzo suspirou com indignação, claramente contrariado, mas se aproximou de onde eu estava sentada na cadeira de madeira onde ele havia me amarrado com cordas grossas.
— Tudo bem — resmungou, começando a desfazer os nós que prendiam meus braços. — Mas rápido. E nada de tentativas estúpidas de fuga. Você não chegaria nem na porta antes de eu te alcançar.
— Entendido — respondi submissamente, massageando discretamente meus punhos quando as cordas foram removidas. A circulação estava comprometida, e eu precisaria de alguns segundos para recuperar a sensibilidade total nas mãos.
Quando Lorenzo terminou de me desamarrar, eu me levantei cuidadosamente e peguei Matteo do carrinho, segurando-o contra o peito. Ele ainda chorava, mas pareceu se acalmar ligeiramente ao sentir meu toque. Notei que a arma que Lorenzo havia usado para me ameaçar estava largada casualmente sobre uma mesinha improvisada feita de caixotes, a alguns metros de distância dele.
— Pode virar de costas? — perguntei, ajeitando Matteo nos braços.
— O quê? — Lorenzo me olhou como se eu tivesse dito algo absurdo.
— Não vou tirar o peito para fora na frente do meu sogro — disse firmemente, tentando injetar uma dose de dignidade ofendida na minha voz. — Vire de costas ou me dê alguma privacidade.
Lorenzo cambaleou para trás, soltando meu braço enquanto tentava se recuperar dos golpes e limpar os olhos simultaneamente. Era minha oportunidade.
Rapidamente, peguei Matteo do carrinho e o segurei firmemente contra o peito. Corri para a porta do galpão e disparei para fora, meus pés encontrando automaticamente um caminho entre as fileiras organizadas de videiras que se estendiam em todas as direções ao redor do esconderijo.
Não tinha ideia de onde estava ou para onde estava correndo. Tudo que sabia era que precisava me afastar daquele galpão, me afastar de Lorenzo, e encontrar ajuda. As plantas altas de uva ofereciam alguma cobertura, e eu me movia instintivamente entre elas, tentando colocar a maior distância possível entre nós.
Matteo havia parado de chorar, talvez sentindo a urgência da situação, ou talvez simplesmente chocado pela mudança súbita de ambiente. Segurei-o com uma proteção feroz, uma das mãos apoiando sua cabeça pequena enquanto a outra o mantinha seguro contra meu corpo.
Foi então que ouvi os tiros. O som seco e devastador de disparos ecoou através da propriedade, fazendo meu sangue gelar.
Continuei correndo através das vinícolas, meus pulmões ardendo com o esforço, meus pés ocasionalmente tropeçando nas raízes expostas ou nas ferramentas de trabalho abandonadas entre as fileiras. Não ousava olhar para trás, não ousava diminuir o ritmo, não ousava fazer qualquer coisa além de me mover para frente, sempre para frente.
Foi quando me choquei violentamente com algo sólido - ou melhor, com alguém.
Braços fortes me seguraram antes que eu pudesse cair, estabilizando tanto a mim quanto a Matteo. Levantei os olhos, meu coração ainda disparado pelo susto e pela corrida, e me encontrei olhando diretamente nos olhos azuis familiares que eu amava mais do que qualquer coisa no mundo.
Christian estava parado bem diante de mim, claramente tão aliviado quanto eu de termos nos encontrado.
— Acabou! Acabou! — ele disse. — Estão prendendo ele agora.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...