Cheguei ao Le Bernardin às sete e vinte e cinco, cinco minutos antes do horário combinado. Pontualidade era importante em encontros de negócios. Isso não era um encontro, é claro. Era uma reunião de trabalho. Uma reunião estritamente profissional para discutir estratégias corporativas com investidores franceses.
Escolhi um vestido azul-marinho que cobria tudo que precisava ser coberto, saltos médios para manter a formalidade sem parecer que estava tentando impressionar ninguém, e um blazer que deixava claro que estava ali para trabalhar. Cabelo preso em um coque impecável, maquiagem mínima, postura ereta.
Eu era uma profissional. Uma especialista em desenvolvimento de mercado. Nada mais, nada menos.
O maître me guiou até uma mesa reservada em uma área mais privada do restaurante. Nathaniel ainda não havia chegado, o que me deu tempo para revisar mentalmente os pontos que precisava cobrir sobre a linha Épure e as preferências do consumidor brasileiro.
Às sete e trinta em ponto, o vi se aproximando. Terno impecável, como sempre, aquele sorriso extremamente sexy que era... que era... que era completamente irrelevante para nossa discussão de trabalho.
— Annelise — ele disse, chegando à mesa. — Você está...
— Boa noite, Sr. Carter — interrompi, me levantando e estendendo a mão para um cumprimento formal. — Obrigada por incluir minha perspectiva nesta reunião de negócios.
Ele olhou para minha mão estendida com uma expressão confusa, mas aceitou o aperto de mão profissional.
— Sr. Carter? — ele repetiu, arqueando uma sobrancelha. — Pensei que tínhamos passado do...
— Prefiro manter a formalidade apropriada em contextos corporativos — respondi, me sentando e ajeitando o guardanapo no colo com precisão militar. — Acredito que os franceses chegarão às oito, correto?
— Correto... — ele se sentou, ainda me observando como se eu fosse um quebra-cabeça. — Annelise, está tudo bem? Você parece um pouco...
— Estou perfeitamente bem, obrigada. — Abri minha pasta e retirei os documentos organizados. — Trouxe os dados atualizados sobre o mercado brasileiro de vinhos orgânicos, as projeções de crescimento para os próximos dois anos, e uma análise comparativa com os mercados europeus similares.
— Ótimo, mas...
— Também preparei um relatório sobre as preferências específicas do consumidor da região sudeste, que representa sessenta por cento das vendas da Épure no Brasil. — Coloquei os papéis na mesa com organização obsessiva. — Acredito que essas informações serão valiosas para a discussão.
Nathaniel se recostou na cadeira, me estudando com uma intensidade que eu ignorei completamente.
— Você está agindo de forma estranha — ele disse diretamente.
— Não sei do que está falando, Sr. Carter. Estou simplesmente preparada para nossa reunião de trabalho.
— Sr. Carter de novo? — Ele se inclinou para frente. — Ontem no elevador você me chamou de Nathaniel.
Senti meu rosto esquentar, mas mantive a compostura.
— Ontem houve um mal-entendido lamentável que não deve interferir em nossa relação profissional. — Minha voz soou como se eu estivesse lendo um manual de recursos humanos. — Prefiro manter limites apropriados entre supervisor e subordinada.
— Subordinada? — Ele pareceu genuinamente surpreso. — Annelise, você não é minha subordinada. Você é uma especialista consultora.
— Independentemente da nomenclatura oficial, existe uma hierarquia clara que deve ser respeitada. — Peguei meu copo de água e bebi um gole, evitando contato visual. — Isso garante um ambiente de trabalho profissional e produtivo.
O garçom se aproximou para tomar nosso pedido de bebidas.
— Um martini — Nathaniel disse. — E você?
— Água com gás, por favor. — Respondi imediatamente. — Prefiro manter a mente clara para discussões de negócios.
Nathaniel dispensou o garçom com um aceno e então se virou completamente para mim.
— Certo, chega. O que está acontecendo?
— Não entendo a pergunta, Sr. Carter.
— Você está falando como um robô corporativo. Está me chamando de Sr. Carter como se fôssemos estranhos. E está evitando me olhar nos olhos.
— Estou mantendo comportamento profissional apropriado — respondi, ajeitando os papéis desnecessariamente. — É importante demonstrar seriedade em ambientes corporativos.
— Annelise, ontem você estava no meu escritório discutindo estratégias de marketing, rindo das minhas piadas, e claramente confortável. Hoje você parece que está recitando um manual de etiqueta empresarial.
— Eu não sou ridícula — disse, minha voz perdendo um pouco da formalidade artificial.
— Está sendo agora. — Seus olhos verdes estavam fixos nos meus. — A Annelise que eu conheço não fala como um manual de recursos humanos.
— Talvez a Annelise que você conhece tenha sido um erro — respondi, voltando ao tom robótico. — Hoje você está conhecendo a versão profissional.
— Eu gosto mais da versão humana.
Antes que eu pudesse responder, o maître se aproximou da nossa mesa.
— Sr. Carter? — ele disse com sotaque francês. — Os senhores Delacroix chegaram. Devo trazê-los?
Nathaniel me olhou por mais alguns segundos, claramente frustrado.
— Sim, por favor.
Enquanto o maître se afastava, ajeitei minha postura e organizei os documentos uma última vez.
— Perfeito — disse, voltando ao modo automático. — Agora podemos focar no que realmente importa: os negócios.
Nathaniel tomou outro gole do martini, balançando a cabeça ligeiramente.
— Isso não acabou, Annelise.
— Não sei do que está falando, Sr. Carter. — Forcei um sorriso profissional enquanto via três homens elegantes se aproximando da nossa mesa.
Mas mesmo enquanto me levantava para cumprimentar os investidores, podia sentir os olhos de Nathaniel em mim, sabendo que minha performance ridiculamente profissional não estava convencendo ninguém.
Especialmente não a mim mesma.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...